Eu vou ser bem honesto com vocês: eu não lembro de muita coisa que joguei esse ano. As abas do meu navegador enquanto eu escrevo esse artigo são tipo “videogame releases 2021” e mais uma lista de lançamentos do VG24/7 e da GameInformer. Não que esse ano não tenha tido jogos memoráveis – muito pelo contrário. Acontece que 2021 pareceu ser uma extensão de 2020 e eu não fiz muita questão de me situar no tempo pelo tanto de desgraçamento mental que esse começo de década me causou. Não vou me adentrar em detalhes, pois estou aqui com um único de intuito que é o de trazer o melhor do entretenimento eletrônico que eu tive o prazer de jogar esse ano.
Tentei dar uma variada na lista e trazer alguns underdogs que passaram mais ou menos despercebidos esse ano, além dos blockbusters de sempre. 2021 também foi o ano que eu comprei um PlayStation 5 e um Oculus Quest 2 (adeus, conta bancária), então a variedade foi grande. Só um adendo que a ordem aqui não importa.
Returnal
Eu já sabia que ia gostar de Returnal desde o momento do anúncio e do estúdio envolvido. O que eu não sabia é que eu ia gostar TANTO de Returnal. Sendo um dos primeiros “roguelikes triple-A” bancados pela Sony, a Housemarque entregou uma experiência sem parâmetros.
O gameplay é capaz de sustentar esse jogo inteiro, mas ainda conseguiram enfiar uma história super intrigante de loop temporal para complementar o pacote. O feel das armas, da movimentação e as lutas contra os chefes são ridiculamente boas. Se você é dos fortunados que tem um PS5, Returnal é compra obrigatória (caso tenha interesse pelo gênero, obviamente).
Deathloop
Aproveitando a rabeira de Returnal, em Deathloop estamos novamente presos em um loop temporal. Com um estilo de arte único e reunindo tudo de melhor que a Arkane já produziu nos últimos tempos, Deathloop vai te fazer aperfeiçoar sua habilidade ao repetir o mesmo dia de novo e de novo para conseguir eliminar 8 alvos para Colt, o protagonista, escapar desse loop.
Contando com performances incríveis dos dubladores e um sisteminha de game design bem inteligente, Deathloop merece um lugar aqui e em outras milhares de listas de melhores do ano por aí. Parabéns, Arkane! Confira nossa análise.
Unsighted
Unsighted é o melhor metroidvania do ano que ninguém jogou. Mesmo após ter aparecido em vários sites grandes como um dos melhores do ano, é uma lástima ver que ainda tem gente que ainda não ouviu falar de Unsighted.
Esse jogo combina o que há de melhor de Zeldas e Metroids por aí, com uma história tocante, um combate rápido e engajador e androides lésbicas. Ah, e falei que é um jogo brasileiro? Pois é! Escrevi a análise dele, se quiser saber mais. Agora aproveita a promoção de inverno do Steam e fortalece a cena local, por favor.
Disco Elysium: The Final Cut
Eu queria ter algo super inteligente para dizer sobre Disco Elysium, mas só vou desperdiçar seu tempo. Então, vou só falar que é um jogo muito bom. E que você devia jogar Disco Elysium. Jogue Disco Elysium!
A versão Final Cut fez várias melhorias para o game, incluindo a adição de dublagem para os personagens e quase tudo no jogo. Pra quem possuía a versão normal, a Final Cut foi uma atualização gratuita. Só pra fechar esse último parágrafo: jogue Disco Elysium.
Inscryption
E se sua vida dependesse de um jogo de cartas, numa cabine em um lugar desconhecido, jogando contra um estranho? Inscryption possui essa (incrível) premissa básica. As regras do jogo de carta são simples e intuitivas, além do seu baralho contar com personagens bem interessantes.
Não vou fazer muito lero aqui, apenas que esse jogo nunca é o que realmente parece. Quanto menos você souber, melhor.
Death’s Door
Charmoso e simples, Death’s Door foi uma das grandes surpresas do ano pra mim. É o típico jogo que não precisa fazer muita coisa, pois o que ele faz é mais do que o bastante. Seu estilo de arte, música e gameplay foram na medida certa para me conquistar do começo ao fim.
As aventuras do corvinho que faz papel da própria morte vai ficar comigo por algum tempo e eu recomendo fortemente que você não deixe esse jogo passar despercebido.
Resident Evil 4 VR
Se você me dissesse ano passado que um novo relançamento de Resident Evil 4 viria para o meu top jogos de 2021 eu provavelmente iria ficar preocupado. Mas, bem, aconteceu. E não só aconteceu, como eu estou bem feliz de ter acontecido.
Infelizmente exclusivo para o Oculus (Meta?) Quest 2 e que só dá pra ser comprado em dólar, o investimento valeu a pena. Rejogar um dos melhores jogos de todos os tempos em realidade virtual foi como experimentar tudo de novo pela primeira vez, do tanto que a experiência foi melhorada. Definitivamente a melhor versão do game até o momento.
Nier Replicant ver. 1.22474487139…
Apesar do nome esquisito, essa versão “atualizada” é basicamente um remake do cult clássico de 2010 de mesmo nome, é um jogo extremamente memorável. Se você jogou Nier Automata primeiro (assim como eu e o resto do mundo), voltar ao “clássico” vai te proporcionar horas de muita surpresa e um balde de lágrimas.
Os personagens são bem escritos e assustadoramente humanos. Uma história sobre perda nunca foi tão real em um ano como esse. Confira nossa análise.
Resident Evil Village
Outro jogo que apareceu em basicamente toda lista desse ano não poderia faltar aqui – e nem é só por conta da Lady Dimitrescu. Resident Evil Village expande ainda mais a visão do que o jogo anterior e conta com cenários diversos e um elenco incrível de vilões.
RE Village é mais um dos grandes acertos da Capcom em um ano recheado de bons jogos. E só último comentário: por algum motivo esse jogo me deu vontade de pegar todos as conquistas no Steam (coisa que eu nunca faço normalmente). Confira nossa análise.
Summer of ’58
Fiquei sabendo desse jogo por conta de uma controvérsia. O contexto: uma galera metida a espertinha resolveu abusar do sistema de reembolso do Steam em que se você tiver menos de duas horas em qualquer jogo e pedir o reembolso, a plataforma te garante o direito automaticamente. Summer of ’58 tem uma duração mais ou menos de duas horas, sendo possível finalizá-lo até antes. Acho que já dá pra entender o que aconteceu.
Logo após o ocorrido, o desenvolvedor independente do jogo anunciou que estava saindo da indústria. A história repercutiu e alguns youtubers comentaram sobre o caso. Ganhei ele de presente e fiquei bem impressionado com o que joguei.
A história conta a jornada de um pesquisador paranormal chamado Alex Morton em um campo de verão soviético infantil abandonado desde 1958. Rumores contam que coisas horríveis aconteceram lá naquele verão, como a morte de vários funcionários e crianças. Cabe ao protagonista investigar e descobrir a verdade do que aconteceu lá.
O jogo é impressionante, do início ao final. Por ser uma experiência curta, a intensidade é meticulosamente dosada a cada instante, não se estendendo demais. Se você curte walking simulators ao estilo P.T, a recomendação aqui é muito fácil.
Apesar dos apesares, 2021 foi mais um incrível ano e de qualidade para quem curte videogame. 2022 promete ser ainda mais insano e com bastante surpresa.
Se você sobreviveu a esse ano, parabéns. Se você sobreviveu e ainda conseguiu jogar esse tanto de coisa, parabéns dobrado! Nos vemos em breve.