God of War no PC traz boas melhorias para um jogo quase impecável

Aviso: essa não será uma análise técnica detalhada de como a versão de God of War roda no PC. Irei trazer minha experiência com o jogo rodando na minha máquina pessoal – não vou entrar em detalhes super técnicos ou fazer comparação entre hardwares.


Lançado inicialmente (e exclusivamente) para PlayStation 4 em 2018, o pseudo reboot de God of War agraciou críticos e fãs do mundo inteiro. O jogo transformou a fórmula do hack ‘n slash para um combate mais elaborado, singelamente mais tático e muito mais pessoal. Ao trazer a câmera do jogo próxima a Kratos, todos os momentos com o deus da guerra e seu filho, Atreus, deram um ar completamente refrescante às aventuras nórdicas dos dois.

Após a chacina no Olimpo, Kratos viaja para Midgard para buscar uma vida diferente. É um homem mudado e visivelmente cansado. Lá ele forma uma nova família com sua esposa Faye e tem um filho. Atreus é peça chave nessa narrativa, já que a jornada dos dois vai tocar em muitos pontos sutis do relacionamento de pai e filho.

O game não começa com um desejo de vingança ou com atos de violência extrema, mas com um pedido: Kratos e Atreus devem levar as cinzas de Faye até o pico da montanha mais alta de todos os reinos e jogá-las lá do alto. A premissa parece simples, mas carrega um significado muito maior que será explorada ao longo da jornada dos protagonistas.

Os dois então devem viajar entre vários reinos, ajudar aliados e combater diversos inimigos que irão fazer de tudo para parar os dois. Embora toda a história seja super interessante e cheia de detalhes, o brilho dessa narrativa está no desenvolvimento de Kratos como um personagem mais humano através das interações que tem com seu filho, ajudando-o a superar seu passado traumático e a agir como um pai, e não um general.

Entrando em detalhes mais técnicos sobre a versão de PC, posso adiantar aqui que esse port é mais um acerto da Sony para o público do PC gaming. No meu computador (equipado com um Ryzen 5 3600, uma RTX 2060 Super e 16GB de RAM em 3000 MHz), o jogo manteve uma taxa bem alta de quadros a maior parte do tempo, entre uma média de 90 a 110 FPS, em qualidade alta e full HD.

A qualidade de imagem mantém uma fidelidade incrível, independente do que está acontecendo na tela – seja em áreas intensas de combate ou momentos deslumbrantes das diversas paisagens do jogo. O port também conta com a última versão da tecnologia de super sampling da Nvidia, o DLSS. Esse recurso permite que o jogo renderize em uma resolução menor (dessa forma poupando performance da placa de vídeo) e entregue um resultado na resolução alvo com boa qualidade de imagem.

Para quem não tem placa de vídeo da linha RTX, o jogo conta também a solução da AMD, o FSR (FidelityFX Super Resolution). O FSR pode ser usado por usuários tanto de placas de vídeo AMD quanto Nvidia, preenchendo o buraco deixado pelo DLSS. Falando em termos mais leigos, a solução da AMD possui mais ou menos a mesma ideia do DLSS, mas o impacto na imagem final é notoriamente maior.

No meu caso com o God of War, coloquei a configuração do DLSS no modo “qualidade” e o impacto na imagem final foi imperceptível enquanto o jogo entregou mais taxas de quadro (chuto que 20 a 25% a mais em comparação com o recurso desligado).

O jogo também traz uma boa lista de configurações gráficas para personalizar a experiência de acordo com o seu hardware. Claro, seria melhor ainda se contasse com opções mais detalhadas ou o jogo mostrasse o impacto de determinada configuração (como vários jogos da Ubisoft fazem, por exemplo), mas o que temos aqui deve ser o bastante pra muita gente.

As opções de acessibilidade também trazem um balanço razoável, podendo alterar configurações de legenda, mira e alternar entre segurar e apertar os botões para ações específicas. Novamente, o pacote poderia ser maior, mas o que está aqui já está suficiente.

Seguido de um incrível port de Days Gone, a Sony tem acertado repetidamente. Agora com God of War a caminho das maiores plataformas de games no PC, o acervo fica ainda mais completo e tentador. O cuidado e esforço colocado pela gigante japonesa nesses lançamentos para computador é admirável e representa um passo a mais para quebrar as barreiras de exclusividade de vários jogos que estavam “presos” ao PlayStation 4.

Espero que essa moda continue e a empresa traga ainda mais títulos para o Steam. Quem sabe não veremos um The Last of Us ou Bloodborne daqui um tempo? Porque é bem claro que a estratégia está dando mais do que certo.

God of War lança no PC nessa semana, dia 14, para Steam e Epic Games Store, por R$ 199. Para mais detalhes sobre o jogo e suas mecânicas, confira nossa análise quando o jogo foi originalmente lançado.