Os destaques de 2017, por Mateus Six do Outro Castelo

Os destaques de 2017, por Mateus Six do Outro Castelo

O ano que o vaporwave morreu de vez (até lançarem mais um) e que o Luan Santana pintou o cabelo de loiro não deveria significar muita coisa. Não para você.

Eu, como bom GAMER DE GAMERTAG tenho tido um ano incrível, com altos e baixos, mas sem perder a elegância. Afinal, toda a cultura que eu consumo teve um ano bom. Descobri músicas, canais do youtube, filmes, mangás, animes, amigos e amores. E tudo tem andando em sincronia desde então. Desde o começo de 2017.

E com os jogos não foi diferente.

Se você não sabe quem eu sou, eu tinha um site “meio bola alta” lá em 2009 chamado Drinkcast A.K.A Super Controle. A treta veio e os remanescentes criaram o Another Castle anos depois. Um podcast que foi bem enquanto durou. Porque eu contei isso? Porque ele acabou neste ano de 2017. E acho que esse ciclo se fechou de uma maneira bacana, bem como deveria ser.

Agora eu sou desses criadores em vídeo, que chamam de YOUTUBER. E se você lembra do Felipe Neto, pare por aí, meu anjo. Eu só quero que mais pessoas consumam meu conteúdo, assim como eu consumo o de todo mundo. Eu não sirvo para ser jornalista, para tratar “videogames a sério”, eu quero é fazer isso e entreter junto, sem uma risada aqui ou ali, eu não sei viver. Entendo quem faz e apoio todos, mas para mim é algo difícil demais, e por isso talvez, eu esteja escrevendo desta maneira mais despojada.

E AGORA QUE EU TIREI ISSO DO CAMINHO, NÃO SE ASSUSTE E CHEGA MAIS

Dito isso, o meu canal sobrevive e tem recebido cada vez mais visitas, isso pode ter sido ao fato de eu trabalhar ao máximo para criar um a dois vídeos por semana, mas claro, não posso reclamar da ajuda que recebo das empresas de jogos com representantes no Brasil (não todas, claro) mas ainda assim, consigo jogar muita coisa todo ano graças a eles.

Sempre fui sozinho nesse mundo de jogar os lançamentos para criar uma análise do jogo em questão a tempo, mas, grazadeus, isso vai acabar em 2018. Por conta dessa pressa em terminar tudo a tempo neste querido ano de 2017, deixei passar muita coisa bacana no mercado de jogos independentes.

E no meio desse turbilhão de jogos incríveis de 2017, fiz uma lista singela com alguns que me marcaram de uma forma ou outra. E olha que um deles eu NEM TERMINEI.

“Vergonha, é youtuber mesmo, manda a gamertag!” já dizem por ai.

YAKUZA 0

“Yakuza, mas que nome mais bobo é esse que tem 56 jogos feitos? Eu nunca vou jogar isso”

Foi o que eu pensei…

Quando a Sega americana me ofereceu uma oportunidade para receber, no final de 2016, uma cópia de review de Yakuza 0, fui perguntar ao meu amigo jornalista e experiente no mercado japonês, Jefferson Kayo, se valia mesmo a pena obter esse jogo. Afinal de contas, era a primeira vez que a Sega me enviava algo, e eu tinha que escrever e criar algum conteúdo com ele, jogar o game até o final e ainda por cima, comentar se foi uma experiência válida. Mas no meio de um mês com Resident Evil 7 e Tales of Berseria, eu estava é literalmente cagando para jogar algo novo que eu não sabia se iria me agradar e largaria logo no começo por achar absurdo demais.

Calma, é o zero, um recomeço para cabeças de ovo como você que não jogaram a franquia no Playstation 2. Dá uma chance, é uma das minhas séries preferidas” disse Jeff, as 2:40 da manhã no whatsapp.

Medo enfrentado. Peguei o jogo e comecei a jogar. A paixão me pegou ali mesmo, em sua introdução e seus primeiros minutos, que se tornariam horas e mais horas de pura diversão. Sua trama, localização, modo de contar a narrativa, jogabilidade, ambientação, etc. Tudo em Yakuza 0 me fez perceber o quão preconceituoso eu estava sendo com essa maravilhosa série japonesa. Um jogo que passa do lado cômico ao trágico em questão de segundos e não se leva NADA a sério quando a questão é dissonância ludo-narrativa.

Kazuma Kiryu e Goro Majima, que dupla mais gostosa de se controlar. Melhor dupla 2017 no meu Game Awards.

Quer saber mais? Eu fiz um review sobre o episódio 0 e um vídeo sobre a série inteira depois de jogar alguns jogos como Yakuza 0 e Yakuza Kiwami (que saiu esse ano, hein!), e dar uma testada no Yakuza 4. Meu amigo Sushi, do Jogabilidade fez um vídeo meses depois sobre o mesmo tema, explicando de onde veio todo esse amor dele também, e acho que vale a pena vocês conferirem os vídeos para se aprofundarem mais.

Aposto “dez conto” na mesa que vocês irão jogar e com certeza sentir uma leve vontade de pegar nas bolas do criador e falar: “Obrigado, eu te amo e quero mais jogos da série. Por favor, me engravida.” Acostume-se, pois a série está sendo refeita totalmente com uma nova engine gráfica para o Playstation 4 e já está chegando no seu novo capítulo em 2018.

RESIDENT EVIL 7

“Esse vai ser bom, mas nem tanto. Vão cagar, é a Capcom”. Essa foi minha frase dita logo no começo do ano, antes do meu amigo Fabão enviar uma cópia do jogo para eu me perder nessa imensidão do terror em primeira pessoa.

Pois é, primeira pessoa.

Acho que se você chegou até aqui na leitura, sabe que a franquia Resident Evil não tem sido mais a mesma desde alguns episódios atrás, sempre contando histórias com tramas faraônicas e mundiais, corporações malignas que iriam dominar o mundo e personagens com esteroides para dar conta do recado. Eu não acho isso ruim, apenas não é mais para mim. Eu tinha saudade do clima dos primeiros jogos e do “survival” existente neles. Jogos independentes com o mesmo gênero vieram e os japoneses safados foram lá buscar inspiração, que mesmo sem nomes citados, sabemos de onde elas vêm logo nos primeiros minutos de jogo.

Resident Evil 7 é uma reinvenção do gênero e da franquia, e com o ar da graça de levar o número SETE no nome, sem um reboot ou algo que você esperava. A coragem da Capcom em optar pelo jogo ser uma continuação direta e contar uma trama mais pessoal, pequena e sem grandes profecias de fim de mundo me prendeu do início ao fim.

Uma família no interior americano rapta a namorada do protagonista, que vai em resgate da moça. A família! Com certeza a melhor família no meu game awards (e vou fazer essa piada todo jogo, engole). Uma trama que aparentava ser clichê se tornou uma das mais interessantes para um jogo da série Resident Evil em muitos anos.

E o que a mecânica em primeira pessoa proporciona, com ou sem VR, é de agradecer aos desenvolvedores. Não são apenas jumps scares em momentos inoportunos, mas toda a essência da série está lá. Os puzzles dos primeiros jogos, o clima de tensão do início ao fim, o final absurdo direto de um filme B, o armamento, os monstros…e claro, os chefes.

“Feliz Aniversário”.

Jogue o quanto antes. A versão Gold acabou de ser lançada com todos os DLC’s. Aproveita que em 2018 Resident Evil 2 vai ganhar um remake bonito e você vai querer mais. Certeza.

PERSONA 5

Não terminei. E porque eu coloquei ele aqui?

O que eu joguei dele, até agora, me excitou tal como quando eu vi a Anitta rebolando ao vivo recentemente. E queria comentar que as 60 horas que ando jogando, foram possíveis para que eu criasse um dos vídeos que mais me orgulho do canal e uma série deles que viria a seguir:

Além do jogo: Persona 5 e a Psicologia

O meu vídeo sobre Persona 5 é um dos mais visualizados do canal e só tem recebido elogios e um debate caloroso sobre a forma como o jogo anda para a direção certa a todo momento. A monstruosidade de metáforas e simbologias que esse jogo traz é absurda, e o seu tema principal com foco em adolescentes perdidos em uma sociedade avançada, porém falida socialmente, me tocou no fundo do coração.

Persona 5 tem disso, e com certeza, eu vi pouco do jogo ainda. Não é apenas sobre ser um bom JRPG ou ter o melhor sistema de batalha em anos do gênero, ou até mesmo sobre ter uma das melhores trilhas sonoras do ano e um visual espetacular.

Não.

Junte tudo isso a uma trama consistente e o que ela tenta mostrar e invocar para o jogador do início ao fim. (pelo menos, o meu fim) e você estará lidando com uma obra prima. E é tão bom ver que o jogo vendeu bem e as pessoas estão cada vez mais animadas com o que a série e seus criadores tem a oferecer. Me dá gosto.

Eu entendo que Persona 5 não é um jogo para todos. E meu “save” ainda está em andamento, por isso, deixamos esse nome com menção honrosa, tá? Confio no Matheus do Meia Lua para puxar o saco do jogo o suficiente na lista de jogos de 2017 dele.

SONIC MANIA

EU AMO O SONIC. Eu sempre amei. Aquele ouriço azul com mais jogos péssimos do que interessantes. Sonic Mania, porém, é um dos jogos mais gostosos que joguei na minha vida.

Você pode achar que eu sou um velho saudosista das plataformas. Que Sonic bom mesmo é Generations, Forces ou o do lobinho azul…. Tudo bem, eu te entendo. Mas temos que bater palmas para a coragem da Sega em trazer desenvolvedores independentes fãs do mascote para criarem um jogo novo de Sonic em duas dimensões.

Christian Whitehead é um nome que eu irei lembrar para sempre. A renovação de estágios clássicos apresentada no jogo está maravilhosa, juntamente com as novas fases e toda a energia de um jogo do Sonic deveria ter sempre. Pode colocar aí na sua lista de melhores fases do Sonic aquela tal de “Studiopolis”, vai.

E Sonic Mania possui aquele level design maravilhoso que te deixa excitado quando você salta a uma velocidade incrível, coleta anéis no ar, coleta uma vida e logo após, cai diretamente na cabeça do inimigo. Poxa, tudo em segundos! É quase um modo scriptado, pois foi você quem fez e optou por correr para a direita neste exato momento. E se corresse para a esquerda? Tudo bem, pode ir. O jogo não para. Ninguém gosta de ver o Sonic parado.

A melhor experiência foi ver meus dois grandes amigos, que jogaram muito Mega Drive em seus dias de ouro, colocarem Sonic Mania e extrapolarem como se fosse a primeira vez. E O MELHOR, se saírem bem sozinhos. Quando vimos, após algumas (muitas) cervejas, já estávamos lutando contra o chefe final e nos emocionando como crianças novamente. Nostalgia ou não, o jogo faz isso com você por ser BOM o suficiente, confia.

E precisa falar da música? Obrigado, Tee Lopes. Te quero.

De acordo com as vendas, acho que a Sega vai aprender a manejar melhor seu mascote de agora em diante. Jogue. Seja você fã do clássico ou do novo, não deixa essa experiência passar batida.

ASSASSINS CREED: ORIGINS

Todo ano eles tentavam. Todos os anos eu comprava.

A minha jornada em busca de um novo EZIO chegaria ao fim em Origins? Todos sabem que Ezio é inalcançável, seus jogos foram os melhores, suas histórias foram as mais bem contadas e isso tem de mudar uma hora.

Não foi dessa vez, mas foi perto, viu? Acho que o mais perto possível desde o final de Revelations, quando aquela saga chegava ao seu fim.

Origins tem essa mania de criar um amálgama de diversos jogos: Rouba elementos de mundo aberto de The Witcher 3, a batalha de jogos Souls-like, a exploração e o stealth de tantos jogos criados hoje em dia como Hitman e Far Cry. O importante é que tudo isso gerou algo realmente interessante e apesar de não ser tão inovador, era o que a série precisava.

Mas o que ela mais precisava era de um protagonista que tomasse conta do barco afundando da franquia. E não é que ela conseguiu? Bayek é um quase Ezio, um personagem otimista, feliz, sério, dramático…ele até SORRI quando precisa. Acredita? Só vendo mesmo.

A história prometeu contar a origem dos assassinos e faz isso de forma sutil, com algum fanservice aqui e ali, porém sem deixar a desejar nos momentos mais importantes da trama, como o encontro com Cleópatra ou o primeiro assassinato com a famosa hidden blade. Bela homenagem, aliás.

Posso falar da ambientação fantástica do jogo? Temos um PAÍS para explorar. E o mais bizarro disso é que o Egito recriado está realmente magnifico com suas obras todas lá. Bem… Bizarro não é, sabemos que a equipe da Ubisoft sempre fez um bom trabalho de revitalização. Até os hieróglifos do trailer do jogo são frases reais e criadas por pessoas que entendem da linguagem.

Vai tomar no c*, Ubisoft. Isso que é um trabalho primoroso. E apesar do jogo não ser todo esse mel, ele se sai bem em voltar a franquia a algo decente e pôr a mesma no caminho certo.

Se você gosta da série nem preciso dizer que é um jogo essencial, né? E se você não gosta ou nunca experimentou (e tiver 80 horas livres) por favor, vá surfar pelas pirâmides o quanto antes. Antes que lancem outro Unity da vida.

E AI? SÓ TEM TRIPLE A NESSA M*&$#?

TEM SIM. Teria Cuphead, Hollow Knight, Home Sweet Home, Perception, Hellblade, Doki Doki, Finding Paradise…. Mas a vida pede mais amor aos jogos grandes e esse ano foi o ano deles. Importante dizer que eu não tenho um Switch ainda e isso me entristece, então se acalmem que um dia eu ainda irei jogar o melhor Mario de todos os tempos e o melhor Zelda que eu sempre quis.

E o que vai ser de 2018? Um backlog infinito de Switch, Nier Automata (me perdoem) e muita coisa boa vindo, para mim e pra vocês. Um texto otimista para um ano maravilhoso.

SÓ VEM 2018: O ANO DA GAMERTAG (por sinal, a minha é mateusix na PSN e mateus.fabris no Steam, vai lá me adicionar)