Jogamos o teste de rede de Elden Ring, jogo mais aguardado de 2022. Confira o que achamos

Finalmente pudemos colocar as mãos em Elden Ring e ter um gostinho do que o próximo grande título da From Software nos reserva.

Felizmente, nós do Jogazera tivemos a oportunidade de participar do teste de rede que aconteceu há algumas semanas atrás e decidimos criar pequenos (ou não) textos sobre o que achamos e sentimos do beta desse novo soulslike de mundo aberto.

Então, sem mais delongas, confira o que achamos do teste de rede de Elden Ring! Alerta de spoiler: todos nós amamos.


Livro 6 de Game of Thrones pode sim esperar por Elden Ring

Por Luccas Augusto

O que dizer de um jogo que eu mal conheço mas já considero tanto? Elden Ring vem diretamente da mente de Hidetaka Miyazaki e de George R. R. Martin, duas das maiores mentes da fantasia atual. Acho que a única coisa que posso dizer e que consiga passar minha sensação com o teste do jogo é isso: “incrível”.

Elden Ring foi uma das experiências mais imersivas que eu tive em um jogo há um bom tempo. O primeiro ponto positivo e que vale destaque é que finalmente temos um botão de pulo em um RPG soulslike da From (Sekiro é diferente). Isso por si só já adiciona uma camada nova ao combate brutal do gênero, dando a possibilidade dos jogadores atordoarem os inimigos com ataques após um pulo.

O jogo está lindo. Ainda que não esteja no mesmo patamar gráfico de Demon’s Souls para o PS5, ele transborda personalidade e charme. Explorar o mapa de Elden Ring é algo tão divertido quanto ir atrás de calabouços e enfrentar chefes bizarros que só a From sabe nos proporcionar.

Eu tive a oportunidade de jogar Elden Ring num PS5, utilizando o modo desempenho em grande parte do tempo, mas ainda assim o jogo dava raras engasgadas na taxa de quadros. Eu sinceramente não notei muita diferença entre o modo gráfico e desempenho, além da óbvia mudança na taxa de quadros do jogo que foi para 30fps.

Outra novidade muito bem vinda para fãs de RPG de mundo aberto é o sistema de crafting que Elden Ring criou. Com ele será possível fabricar um leque de itens e utilizáveis, mas o melhor é que isso te dá mais desculpas para explorar o vasto mundo do jogo.

Vou deixar o resto dos detalhes do teste de rede para Chady e Marcus comentarem com vocês, caso contrário o texto vai ficar repetitivo demais com tantos elogios às mesmas coisas.

Mas é isso aí, Elden Ring parece mesmo ser tudo aquilo que esperávamos e eu não podia estar mais ansioso para o seu lançamento em fevereiro de 2022.


Dez motivos para votar em Elden Ring para jogo do ano de 2022.

Por Chady Hammoud

“Nossa Chady, mas já? O ano ainda nem acabou e você já quer cantar a bola do próximo?”

Quero. E vou demonstrar o porquê segundo as impressões que tive do Teste de Rede, e os motivos para este pedacinho do jogo que experimentei terem me deixado tão ansioso.

  1. Primeiro, Elden Ring é um jogo da FromSoftware e o mais novo trabalho de Hidetaka Miyazaki. Falando sério, cada pedacinho deste jogo exala os ares do estúdio, mas aqui o diferencial é que ao sair da caverna do tutorial, abrir uma portinhola e me deparar com o estonteante mundo aberto (joguei num PS4 base, por sinal), eu percebi que este jogo caminha pela história da “From”. Aquilo que você já deve ter lido em algum lugar: Elden Ring tem um pouco de todos os jogos soulsborne que o antecederam”, se você é um fã isso é um bom sinal; se você não é, seja bem-vindo ao que parece ser o cume da trajetória.
  2. No teste pude escolher entre quatro classes, que representam os estereótipos de magos, guerreiros ágeis e guerreiros lentos, ainda que com um toque de originalidade, fruto de uma mitologia rica. Logo no começo do jogo já me deparei com os elementos de “construção de mundo” que o time de Miyazaki explora tão bem, o mero visual das classes marcou uma distinção que indicava que o pano de fundo das “Terras Intermediárias” exalaria originalidade, coisa rara nos saturados jogos sandbox; o legado podre de Skyrim…
  3. E, por falar em visual, fiquem tranquilos queridos camponeses, companheiros de classe: como dito anteriormente, este que vos escreve detonou 10 horas desta belezinha num PS4 vovô de 7 anos atrás, e voltou para lhes dizer que o jogo roda muito bem, o motor gráfico ainda é o mesmo, mas muitas melhorias foram feitas nas texturas, modelos dos personagens, ambientação, vegetação e por aí vai. A vasta região de Limgrave (pedacinho do mapa onde se passou o teste) se desdobrava diante dos meus olhos de forma bela. Levando em consideração os habituais problemas de estabilidade de quadros dos jogos da From e uma taxa que sofria raras quedas, eu diria que, salvo os mais criteriosos, estamos diante de um jogo tecnicamente competente e que oferece um visual maravilhoso nos consoles mais antigos. Lembrando que estes pontos podem ser refinados para a build final.
  4. Primeiro, Elden Ring é um jogo da FromSoftware, e digo isso para o quarto motivo porque é preciso frisar que Elden Ring é um jogo da mesma produtora responsável por Dark Souls e possui a dificuldade característica dos últimos trabalhos do estúdio. Quando saí da masmorra do tutorial, acendi o primeiro ponto de descanso (que agora se chamam Pontos da Graça Perdida) e já me deparei com um cavaleiro em armadura dourada que me lembrou que, apesar de agora o terreno ser vasto, a exploração meticulosa ainda é a tônica do jogo. Ao longo da minha jogatina me deparei com muitos desafios plantados organicamente nos terrenos mágicos, o que nunca deixou a experiência cair na monotonia.
  5. Por falar em cavaleiro, agora temos uma montaria! E combate a cavalo também. Confesso que esse era um ponto que me causava preocupação, mas, depois de experimentar, posso afirmar que foi feito um trabalho competente, e me vi lutando a cavalo tanto quanto a pé, justamente porque aquele gameplay redondo e minucioso, marca registrada do gênero, foi majestosamente transportado para as lutas montadas e, digo mais, a forma de invocação da sua fiel mula torna a exploração ainda mais integrada e agradável.
  6. E por falar em exploração agradável, com o auxílio da nova possibilidade de saltar com seu personagem e os pulos duplos da montaria, encontrar segredos, tesouros e masmorras está mais divertido do que nunca! Vejam, apesar da vastidão característica de um jogo de mundo aberto, todo canto era povoado de eventos, sítios interessantes, tesouros, criaturas bizarras e periculosidade extrema. Durante meu tempo com o jogo me deparei com algumas cavernas e catacumbas simplesmente implorando para serem desbravadas e, sem dúvida, os jogadores menos atentos podem deixar passar uma quantidade obscena de conteúdo. Sem pegar nas suas mãos, se o jogo completo for como este fragmento, estaremos diante de um dos mundos virtuais mais convidativos depois de Zelda – Breath of the Wild.
  7. Igualmente convidativa é a gama de possibilidades e diferentes formas de construir seu personagem com a qual me deparei. Agora, cada arma possui combos extensos, ataques de salto, ataques em montaria, ataques concentrados fortes e leves com uma ou duas mãos, e uma postura defensiva, totalizando uma quantidade obscena de animações e possibilidades dentro de uma batalha para cada arma, foi-se o tempo dos combos de dois golpes de Dark Souls. A jogabilidade de Elden Ring é uma evolução em todos os malditos possíveis aspectos, inclusive nas magias que agora estão muito mais variadas e, apesar de seguirem a mesma mecânica dos outros trabalhos do estúdio (você conjura através de um cajado ou catalizador) estão mais rápidas e intuitivas, abrindo, mais do que nunca, diversas possibilidades para apetitosas builds hibridas.
  8. Longe de ser apenas um “Dark Souls 4”, este é um jogo que parece que não vai ter medo de “complexificar” seus sistemas, ao mesmo tempo que oferece novas e excitantes possibilidades ao jogador. Para ilustrar, um dos aspectos que mais chamou minha atenção foram as chamadas “cinzas da guerra”, aspectos condensados de criaturas e guerreiros, com quais você pode imbuir seus equipamentos (pense numa espécie de artes de arma de Dark Souls 3), conferindo-a um ataque especial único, como um encantamento ou ataque giratório. Ao serem incorporadas, estas cinzas mudam também os parâmetros de escalonamento de sua arma. O grande barato aqui, é que essa decisão é irreversível e exemplifica bem a profundidade das escolhas que o jogador deverá fazer através dos sistemas revisitados dos jogos anteriores.
  9. A variedade, estranheza e “boniteza” dos inimigos, chefes e NPCs está maior e mais convincente do que nunca, com o bônus de agora termos criaturas dóceis, como tartarugas e gaviões, que povoam as Terras Intermediárias dando um aspecto muito mais palpável à imersão, e também designam um papel chave no sistema de criação de itens, este que por sua vez incentiva mais ainda a exploração, com os vários materiais espalhados. Durante o tempo que joguei, pude encontrar muitos NPCs, tanto hostis quanto amigáveis e, se o jogo completo for por esta linha, teremos um número recorde dos mesmos. Este mundo, criado conjuntamente com G. R. R. Martin (de Guerra dos Tronos), merecia este tipo de contextualização e fiquei feliz que não fui desapontado, assim como não fiquei desapontado com a quantidade e variedade de chefes, totalizando dez malvadões, dos quais nove são opcionais (!).
  10. Por último o multijogador: sem enrolação, este é o melhor e mais divertido sistema de multijogador já criado pela FromSoftware. Com direito a um menu específico para essa funcionalidade, agora é mais fácil e intuitivo invocar companheiros, e minha experiência com o cooperativo foi a melhor possível, não me deparei com lags severos ou as famigeradas paredes de névoa, a partir de momento que invoquei minha fiel dupla (um salve pro companheiro Marcus aqui do Jogazera!), saímos por aí explorando e lutando por toda a região. Vale lembrar que a regra ainda vale: o invocado vai embora quando um chefe é aniquilado, mas não demora muito para que nos juntemos de novo. Agora, as invasões de jogadores só podem ocorrer quando você está no cooperativo, isto é, quando abre seu jogo para a possibilidade do multijogador. Isto para mim foi um ponto positivo e representa uma das muitas facilidades que Elden Ring trouxe à tona para se tornar mais acessível, mas entendo quem “torce o nariz” em razão disso.

Em tempo: se quiser um jogo fácil ou com “easy mode”, este não é seu jogo e você tem uma série de jogos que te oferecem isso sem precisa encher o saco do amiguinho.

  1. Bônus: como agora o gênero Soulsbornering evoluiu para o mundo aberto, não faria sentido o silêncio característico das atmosferas de Dark Souls ou Bloodborne, desta forma, Elden Ring conta com músicas ambientes relaxantes e furores de batalhas igualmente pertinentes, sem contar as tradicionais músicas épicas dos encontros com chefes; em suma, mal posso esperar para suar as mãos no dia 25 de fevereiro de 2022!

A espera logo chegará ao fim, Imaculado!


Finalmente Elden Ring!

Por Marcus Freitas

Como fã da série, acho que seria muito simplista chamar Elden Ring de Dark Souls 4. Sim, tem bastante e óbvias similaridades de temática e gameplay, mas aqui a fórmula dá alguns passos adiante importantes.

Pensar que o Elden não rodaria bem na geração passada é, muito provavelmente, consequência do desastroso lançamento de Cyberpunk 2077. Contudo, no próximo lançamento da From Software de Hidetaka Miyazaki, a performance nos consoles da geração passada é bastante honesta – então fique bem tranquilo se você vai jogá-lo no PS4 ou Xbox One.

Antes da abertura do teste, Lance McDonald fez este vídeo analisando a performance no PS4 base. Obviamente que a resolução e detalhes gráficos (a grama é a mais perceptível) foram diminuídos, mas nada que atrapalhe a movimentação e a jogabilidade. Assim como no vídeo do McDonald, eu testei o game no PS4 base e a a primeira coisa que chamou a atenção foi a performance do jogo, mantendo os 30fps estáveis e sem maiores danos no gameplay ou movimentação.

Na composição, Elden Ring vai mesclar as grandes áreas abertas com as dungeons principais – chamadas de “legacy dungeons” -, que abrigam os maiores desafios e os chefes principais do jogo, com pequenas dungeons espalhadas e escondidas pelas regiões. Algumas são bem simples, dois ou três ambientes acompanhados de uma luta com chefe, mas outras são mais elaboradas com salas secretas, armadilhas e aquele climão adorado de Dark Souls.

Quanto ao mapa, um temor era que ele fosse vazio ou meio desinteressante, especialmente pela expertise da From no level design (e como esse fator ficaria em um cenário bem mais vasto), mas do que se pode ver no teste, o local é bem interessante e variado. A dúvida é o tamanho total dele, mas a impressão que fica, e com as montagens com o pedaço mostrado no trailer de gameplay com 15 minutos, é de que o mapa é grande. O teste de rede foi basicamente na região chamada de Limgrave, com um pedaço de Stormhill e da primeira legacy dungeon, Stormveil Castle.

Ainda no mapa, agora você coleta materiais para crafting, podendo criar itens, armas, certas poções e outras coisas. Outro fator é a viagem rápida através dos locais de graça (o novo nome das bonfires) abertos. No teste, eu gostei do balanceamento de combate na parte do mundo aberto. Os inimigos mais comuns estão de fato mais fáceis que o usual da série Souls, mas, já no começo de Limgrave, um certo cavalheiro já o relembra que você está jogando um game da From. Contudo, um exemplo desse balanceamento é que a estamina só é utilizada quando você encontra um inimigo, podendo correr e explorar as áreas com mais facilidade.

Ainda na jogabilidade, agora o jogador conta com Torrent, um cavalo mágico que pode ser invocado no mapa aberto e que possui pulo duplo, o que auxilia consideravelmente a exploração daqueles locais que parecem inacessíveis. O combate a cavalo é bem satisfatório, ficou muito bom jogar e manejar o animal contra inimigos montados ou a pé. Mas como esse é um jogo Souls, caso você seja atingido com Torrent, e você gastará um frasco de estus, ou melhor, de lágrimas carmesins – importante lembrar que os itens principais só foram renomeados, mas mantém a essência.

Após passar cerca de 15h horas no jogo, duas coisas são certas: que teremos um infográfico de Elden Ring no aqui no Jogazera (já em produção) e que estou contando os dias e as horas para retornar às Terras Intermédias.