Diabolicamente renovado: Os primeiros momentos com Diablo 2 Resurrected

Reviver jogos clássicos para plataformas atuais costuma ser uma empreitada arriscada por conta de um motivo bem específico: mexer com a nostalgia de fãs fervorosos. Franquias consagradas no mundo do PC gaming, como Diablo, movimentam uma legião de devotos que cultuam seus jogos como um pináculo imaculado, intocado, digno de preservação até o fim dos tempos.

Pode parecer hiperbólico, mas uma rápida passada nos comentários em fóruns da Blizzard demonstra de forma inquestionável o que eu quero dizer com a nostalgia do gamer de meia idade. O anúncio do remaster (remake?) de Diablo 2 precisou ser incisivo: deixar bem claro que aquele ainda era o segundo jogo tão amado pelos fãs – apenas com um visual repaginado e com necessárias implementações de qualidade de vida.

Para provar seu ponto, a Blizzard promoveu um alfa técnico para o singleplayer de Diablo 2. Nesse último final de semana, os felizardos que receberam o convite puderam testar, em primeira mão, todas as novidades empacotadas na nova aventura contra o lorde da destruição e do terror. Com três classes jogáveis (Amazona, Bárbaro e Feiticeira), o alfa abrange os dois primeiros atos do game e todas suas quests – desde a libertação de Deckard Cain, em Tristam, até a famigerada e memorável luta contra Duriel no fim do Ato 2.

Tendo jogado (e finalizado) todo o conteúdo disponível durante essa fase de testes, fico feliz, aliviado e satisfeito com o que eu joguei. Meu eu criança ficaria em êxtase ao me assistir jogar um game que fez tanto parte da minha infância – e agora com gráficos, áudio e mecânicas impecáveis.

Stay awhile, and listen…

As qualidades de vida implementadas nessa reformulação foram as mudanças mais impactantes que eu pude perceber durante meu tempo com o jogo. Logo de cara, toda a interface de usuário foi refeita, com assets em alta qualidade, que apresentavam textos e ícones super visíveis e limpos, além de um necessário refinamento estético.

O baú presente em cada cidade base também teve seu espaço consideravelmente expandido, e agora conta com abas que dividem os itens com seus outros personagens. Agora não temos mais a necessidade de criar personagens “mulas” apenas para carregar equipamentos para seus personagens principais. Yay!

Outra grande implementação foi a possibilidade de pegar ouro automaticamente no chão, apenas passando por cima dele. Quem jogou o game original deve se lembrar da tendinite causada por inúmeros cliques seguidos para pegar todos os montinhos de dinheiro espalhados após abrir um baú grande. Então, sim, ótima mudança.

Isso tudo é bem interessante e tal, mas o grande chamativo aqui é, sem nenhuma dúvida, os gráficos. Literalmente tudo presente aqui foi repaginado: modelo dos personagens, animações, inimigos, NPCs, assets, o acampamento, Lut Gholein – Diablo 2: Resurrected é basicamente uma nova experiência (visualmente falando). Foi realmente uma experiência refrescante.

Vale mencionar, ainda, que o jogo também estará disponível para consoles com progressão compartilhada em todas as plataformas, com a possibilidade de levar seu save do PC para Switch, PlayStation ou Xbox. Toda a jogatina se torna muito mais acessível.

Após muitas incertezas sobre as práticas da Blizzard (e Activision) sobre seus jogos – principalmente após o fiasco de Warcraft 3 Reforged – posso afirmar aqui que essa nova iteração de Diablo 2 permanece do mesmo jeito que eu me lembrava. Só que muito mais bonita, acessível e com uma grande quantidade de novos recursos e qualidade de vida.