Análise: The Final Station faz um mix de jogos clássicos, mas tem seu brilho próprio

O mais recente projeto da produtora de jogos indie, tinyBuild, é The Final Station. Um jogo que parece compilar ideias de jogos clássicos, como Resident Evil, Dead Space e The Last of Us. Mas ele também tem sua identidade gravada no gameplay, dividido entre a exploração de cidades devastadas e o cuidado com o trem e os sobreviventes que encontra.

Um simples condutor de trens tem a missão de levar uma carga preciosa, que pode selar o destino da humanidade, até a estação final — daí o nome do jogo. O mundo fora alvo de uma ameaça alienígena há 106 anos, conhecida como “A Primeira Visita”, e , apesar da humanidade ter superado tal ameaça, ela nunca se recuperou completamente.

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O terror volta à Terra após muitos anos e a carga preciosa é a solução para acionar o que chamam de O Guardião, uma supermáquina capaz de conter a ameaça que vem de fora. Mas não será simples chegar ao destino: pelo caminho, o herói deverá coletar suprimentos, resgatar pessoas — essenciais ou não para progredir — e obter informações importantes para a missão.

Um gameplay, de cara, interessante

A jogabilidade não é exatamente inovadora, se resumindo a correr, mirar e atirar. Porém, o level design é bem trabalhado e o jogo está sempre incentivando o jogador a continuar. Sem dificuldades extremas e também sem recompensas enormes por feitos simples, a promessa de desafio instiga o jogador a prosseguir.

As fases são bem distintas e conectadas por viagens tensas de trem. Nestas viagens, é preciso estar atento aos defeitos da locomotiva e ao bem estar dos sobreviventes resgatados nas áreas contaminadas.

O que me deixou um pouco decepcionado foi o gosto de “quero mais” deixado, mas não por ter sido uma experiência ótima, mas sim porque o gameplay vinha prometendo, mas não culminou em nenhum desafio maior. Acumulei suprimentos com certa dificuldade no início da aventura e acabei o jogo com muitos deles sem usar, pois da metade em diante nada mais me parava ou sequer preocupava, mesmo quando a saúde do personagem estava baixa.

É um jogo gostoso de jogar, bom para pausas entre jogos ou pra um fim de semana; a experiência é boa e curta.

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Visual nada inovador, mas prático e bem trabalhado

Gráficos simples, mas com animações muito bem feitas para cada ação dos personagens. Andar, atirar, recarregar, golpear, correr, subir, entrar, curar e morrer. Tudo feito com capricho e, apesar do visual “duro”, há a leveza dos movimentos caracterizados nas animações.

O ambiente se revela apenas ao ser explorado, resultando em uma maior tensão, pois nunca se sabe o que há atrás de uma porta. Tensão esta que acaba se perdendo ao longo do jogo — você passa a deixar de se importar com o que encontrará pela frente, pois sabe que vai dar conta.

A variedade de ambientes é muito bacana, cada lugar tem sua característica. Cidades abandonadas, bases militares, laboratórios de pesquisas e florestas compõem os cenários explorados ao longo da jornada. Um detalhe muito legal é que é possível ver a transição entre esses locais ao longo das viagens de trem.

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Controles enroscados, mas que não atrapalham tanto

Na primeira hora de jogo, fiquei muito incomodado, pois as teclas de movimento e ações são muito próximas e não há possibilidade de configurar os controles. De vez em quando, queria trocar de arma e usava um kit médico, ou queria avançar rapidamente por uma porta para fugir de monstros e o controle para abri-la é a tecla F, fazendo com que eu tirasse o dedo do D (avançar para direita) ou a teclasse com o dedão – ação que poderia estar na barra de espaço.

Mas apesar da enroscadinha que às vezes acontecia, volto ao argumento da despreocupação. O jogo parece ter dois períodos: um período de tensão para se habituar, que não vai te matar, e um outro de tranquilidade e “vamos logo com isso”, onde o jogador sabe que nada pode detê-lo.

Um jogo para passar um tempinho ou dar de presente no Steam

Não é um jogo ruim, mas será um daqueles que você compra no Steam em promoções para dar aquela jogadinha rápida ou presentear um colega. Tem a característica da tinyBuild, que já traz em seu nome, como projeto bem pequeno. Claro que podemos dizer “todo indie é pequeno”, mas a ideia é ser simples — há indies com ambições maiores, como Hotline Miami e Rocket League.

Foi prazeroso ter jogado The Final Station. Devo jogá-lo mais uma vez, parar, quem sabe terminar de novo. Citando o final do jogo, é um pouco frustrante ao ponto de vista de alguém que passou pelas aventuras com o heróis, mas de certa forma é um pouco tocante e até mesmo “realista”.

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Esta análise foi realizada com base na versão de PC gentilmente disponibilizada ao Jogazera pela desenvolvedora.

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The Final Station está disponível no PlayStation 4 e Steam desde 29 de agosto.