Análise: Quantum Break é muito mais do que apenas um jogo

Disclaimer: algo que sempre falo é que nossas opiniões são sempre subjetivas aos nossos gostos (e não vejo como poderia ser diferente). Por isso devo avisar que este que vos escreve é um grande amante de ficção científica e tudo que gira em torno de viagens no tempo, desde as loucuras do cinema até as teorias de física quântica.

O maior assassino de todos é o tempo, ele destrói a todos nós.

Com esta frase, Jack Joyce, o protagonista desse shooter/série inicia a nossa jornada em Quantum Break, o mais recente título da Microsoft Studios, que já se tornou o maior sucesso de lançamento do Xbox. E que jornada.

O jogo, produzido pela Remedy Entertainment, traz um estilo totalmente novo para o segmento, unindo um game a uma série como nunca feito antes.

Todos os personagens são atores reais, que além de darem aparência e voz aos seus clones 3D também atuam em uma minissérie filmada que faz parte do jogo, sendo apresentada ao final de cada ato (fase principal) e reforça mais ainda a imersão da história.

O enredo criado para o jogo/minissérie é digno de produções cinematográficas e tão envolvente para os fãs do gênero que você simplesmente não consegue parar de jogar. Ao mesmo tempo que busca desvendar a trama toda, permanece aquela esperança de que no final a história nunca acabe. Para quem conhece, eu diria que Quantum Break lembra um pouco a série Fringe em alguns momentos.

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A evolução do jogo e a maneira que você descobre os poderes do protagonista é magistralmente elaborada de forma que você realmente se sinta no lugar de Jack e possa derrotar seus inimigos de formas únicas. As batalhas que acontecem e poderiam ser facilmente “sem graça” ganham uma dinâmica totalmente diferente com os superpoderes. Ao longo do jogo, surgem inimigos mais fortes e com equipamentos que possibilitam anular os poderes de Jack ou mesmo imitar alguns deles. Mas nenhum deles é páreo para Jack Bauer Joyce — sim, ele é badass!

Ao final de cada ato você também se vê no lugar de Paul Serene — seu amigo de longa data que se torna no seu nemesis ao longo do jogo —, tendo sempre que tomar uma decisão entre duas possíveis escolhas que mudam a narrativa do jogo. É verdade que o final do jogo é sempre o mesmo independentemente das escolhas, mas de toda forma esse é outro elemento que ajuda na imersão da história. O único ponto que poderia ser melhor é a luta final entre Jack e Paul. Eu esperava muito mais e acabou sendo meio “meh”. Mas mesmo assim não tira o brilho do jogo.

O maior inimigo de Quantum Break… É o PC

Enquanto o jogo vem sendo aclamado no Xbox One tanto pelo incrível enredo quanto pelo desempenho, no PC, onde fizemos nosso review, a história é bem diferente.

Quantum Break é inegavelmente um port malfeito, a notar alguns problemas:

  • A qualidade gráfica não se compara a títulos recentes, como The Division, Far Cry Primal ou o último Tomb Raider. Em alguns momentos inclusive havia elementos que me fizeram sentir jogando um título de 2000.
  • Apesar da qualidade gráfica abaixo do esperado, o desempenho do jogo também é sofrível. Mesmo rodando em um PC com CPU a 4.4Ghz e uma GTX 980 TI não foi possível deixar o jogo com tudo no máximo. Felizmente, alguns elementos gráficos de Ultra para High eram imperceptíveis visualmente, mas os ganhos em performance eram notáveis. Mesmo assim, na maior parte do tempo, a sensação era de que estava abaixo dos 60 FPS.
  • Não houve cuidado ao se adaptar o jogo para movimentação com o mouse, apesar de facilitar muito durante os combates. Há uma série de falhas gráficas usando o movimento mais rápido do mouse, o que torna a movimentação de câmera um pesadelo em alguns momentos.
  • Não há suporte a elementos simples que PC gamers estão acostumados, como medição de FPS (nenhum programa funciona), suporte a SLI, ou mesmo suporte a tecnologias mais atuais, como NVidia G-Sync (na verdade, é preciso desligar o g-sync)

Há quem diga que muitos dos problemas acima se devem ao fato de que no PC o jogo roda como um aplicativo da UWP — Universal Windows Platform —, plataforma da Microsoft para “Windows Apps“, que possui uma série de limitações e recebeu duras críticas de outros desenvolvedores. No entanto, nem todos os pontos acima podem ser atribuídos somente à UWP, ficando visível que não houve o refino necessário na hora de portar o jogo para o PC.

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Mas apesar de todos esses pontos, a experiência proporcionada por Quantum Break é tão intensa e imersiva que na maior parte do tempo você acaba não notando as falhas.

Com a exceção talvez da primeira vez que joguei Half-Life, eu não lembro de nenhum outro jogo que me tenha feito acompanhar tanto a história e ficar tão tenso e apreensivo durante o desenrolar da trama, deixando uma sensação de “quero mais” após a conclusão do jogo.

Como podem notar, este review foi diferente do que costumamos fazer, focando muito mais em falar do enredo do que explicar detalhes do jogo. Isso se dá justamente pelo que falamos no título: Quantum Break é definitivamente muito mais do que apenas um jogo. É uma jornada ao mundo de viagens temporais e superpoderes que qualquer amante do gênero não deve deixar de experimentar.

PS: espere todos os longos créditos após finalizar o jogo. Vale a pena 😉

Se quiser saber mais sobre as mecânicas e detalhes do jogo, confira nosso gameplay exclusivo de todo o primeiro ato do jogo e não esqueça de inscrever-se em nosso canal no Youtube!

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Esta análise foi realizada com base na versão de PC gentilmente disponibilizada ao Jogazera pela desenvolvedora.

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