Análise: Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl entregam uma experiência extremamente segura para os fãs

O tão esperado remake da quarta geração de Pokémon finalmente chegou ao Switch no final de Novembro de 2021, desenvolvido pela ILCA, responsável também pelo aplicativo Pokémon Home. Para bem e para mal, os jogos entregam uma experiência extremamente segura e fiel às suas versões originais, perdendo uma grande chance de trazer algumas novidades refrescantes para o jogo.

Um sentimento familiar, mesmo jogando pela primeira vez

A fórmula de Shining Pearl é a mesma das primeiras gerações da franquia. O ciclo de capturar monstros, derrotar líderes de ginásio, capturar mais monstros para então enfrentar a Elite Four e posteriormente uma equipe antagonista pode agradar os mais saudosistas, mas pode parecer raso para atrair novos jogadores para a série.

Montar uma equipe diversificada é sempre um dos desafios mais legais da série, mas o começo de BDSP apresenta pouco desafio. Principalmente com a mecânica intrínseca de todos os monstrinhos ganharem experiência ao participar das batalhas. Por outro lado, isso ajuda a reduzir o tempo investido em grinding, caso você venha a alterar sua equipe no decorrer da jornada,

O estilo gráfico adotado para esses remakes remete diretamente às primeiras gerações da franquia. Os personagens no estilo Chibi podem parecer fofinhos de longe, mas acabam por não ter muita personalidade nas cenas que a câmera aproxima demais.

Uma quantidade bem grande de pós-jogo

Depois de derrotar a Elite Four, após aproximadamente 35 a 40h de jogo, ainda há uma quantidade absurda de conteúdo a ser explorado. Não há nada significativo de história, mas após completar a Pokédex da região de Sinnoh, você desbloqueará a National Dex, que dá acesso à novos monstrinhos, totalizando quase 500 até a quarta geração.

Além disso, temos muito desafio a espera na Battle Tower, que traz um nível de dificuldade bem acima do jogo como um todo.

Um pequeno toque de novidades e uma possível esperança para o futuro?

Um pequeno gostinho do que poderíamos esperar nas mãos da ILCA é o Grand Underground, que traz vários Pokémon perambulando pelas diferentes áreas e isso, se fosse aplicado no jogo inteiro, seria simplesmente incrível. O retrabalho na trilha sonora traz algumas músicas memoráveis, como a calmaria de Snowpoint City ou os demais temas alegres do jogo como um todo.

Temos algumas outras melhorias para qualidade de jogo e o principal destaque está na possibilidade de usar os HMs (como Surf, Cut, Fly, Rock Smash) diretamente do Pokétch, que funciona como um relógio smart do seu personagem. Isso elimina a necessidade de “gastar” várias habilidades ou deixar sempre um Pokémon coringa no seu time com o máximo de HMs possíveis.

Se você cansar da aparência tradicional do treinandor(a), há algumas pequenas opções de customização para a aparência, mas nada perto o que foi em Sword e Shield.

Essa experiência do Grand Underground nos traz um pouco de esperança, assim como a Wild Area de Sword & Shield nos trouxe até apresentar Pokémon Legends: Arceus, que será lançado ainda nesse mês de Janeiro. Será que no futuro veremos algum remake das Gen 5 ou 6 com esse estilo gráfico (só espero que um pouquinho mais refinado) e com os monstrinhos andando pelo mapa?

Resumo

Por ser uma experiência extremamente segura, Pokémon Brilliant Diamond & Shining Pearl pode agradar os fãs mais saudosistas, mas acaba por decepcionar aquela parcela da comunidade que aguardava ansiosamente por novidades.

Eu não to falando de nada revolucionário, tá?

A fórmula tradicional da série replica com exatidão uma das melhores gerações da franquia e pode ser uma boa porta de entrada, se você não jogou a Gen 4 lá em 2006. Agora, se você está chegando agora na série e começou por Pokémon Sword & Shield ou alguma das versões de Pokémon Let’s Go, é bom alinhar suas expectativas do que esperar aqui, ou vai acabar se decepcionando um pouco.

No fim do dia, como bom fã de Pokémon, eu me diverti em praticamente todo o tempo jogando. A quantidade de conteúdo que as versões originais (e consequentemente os remakes) de Diamond e Pearl podem te prender por longas 80 horas de conteúdo, ou ainda muito mais.

Obs: Essa análise foi feita a partir de uma chave gentilmente cedida pela Nintendo Brasil.

POSITIVOS
Uma experiência extremamente fiel aos jogos originais
O grande conteúdo de pós jogo
O Grand Underground mostra o jogo que os fãs queriam de Pokémon
NEGATIVOS
Gráficos estilo chibi podem deixar alguns personagens sem expressão e genéricos demais
8
NOSTÁLGICO