Análise: Monster Hunter Rise pode ser a perfeita experiência para quem quer começar com a série

A série Monster Hunter fez boa parte de sua história nos consoles portáteis. Porém, desde seu retorno para os consoles de mesa, com Monster Hunter World, em 2018, a série tem estado em seu ápice. Cada lançamento traz pequenas adições e mecânicas novas para a franquia. Por exemplo, Monster Hunter 4 trouxe elementos de verticalidade; já World melhorou bastante a experiência, principalmente para novos jogadores.

Nesse sentido, com Rise, temos a adição de novos recursos. Por exemplo, agora há um novo companheiro para as caçadas, o amicão. Além disso, existe uma ferramenta que aumenta ainda mais a mobilidade e altera completamente a maneira de explorar os cenários.

Mobilidade como nunca antes vista na série

A mais nova ferramenta de Rise é o Cabinseto (Wirebug). Ele é uma espécie de gancho com o qual você consegue se projetar para alcançar distâncias mais altas e se mover rapidamente em uma luta. Além disso, ele permite usar movimentos únicos de cada arma durante as batalhas.

O uso é limitado a 2, podendo chegar a 3 temporariamente se você coletar algum inseto no mapa. No entanto, o tempo de recarga é baixo e, com o tempo, você estará cada vez mais habituado a encaixar essas habilidades no meio daquela caçada. Usando-as seja para se posicionar melhor ou para chegar mais rápido no monstro, cortando alguns caminhos por cima.

Cada uma das 14 armas disponíveis sofreu drásticas modificações na sua jogabilidade com a adição dessa mecânica do Cabinseto. Inclusive algumas das mais pesadas, como a Gunlance e a Charge Blade, parecem mais fluidas do que antes. Dessa forma reduzem a alta barreira de entrada para quem quer experimentar uma nova arma.

Há também uma mecânica de recuperação em que, quando atingido em combate, o jogador pode rapidamente usar o Cabinseto para recuperar a postura e não perder tempo de luta.

Palamute, o seu Amicão

A outra grande novidade para a série é um novo companheiro para suas caçadas. Além dos Palicos, ou Amigatos, você é introduzido ao Palamute, ou Amicão! Ele é um cachorro que muda totalmente a maneira de atravessar os mapas com a habilidade de montaria e sua movimentação rápida.

Graças a isso, a viagem de um ponto até outro no mapa do jogo fica extremamente facilitada. Ou seja, ninguém vai ter desculpa para se perder no caminho de uma caçada.

O combate tradicional, mas com boas mudanças para novos jogadores

O combate de Monster Hunter é o centro do seu gameplay e mantém o ciclo tradicional de caçar monstros para fazer armaduras para caçar mais monstros e repetir o ciclo por muitas e muitas horas.

A principal mecânica nova aqui é o Wyvern Riding. Essa ferramenta consiste na habilidade de montar e controlar os monstros após uma quantidade de dano aplicada, deixando-os em um estado vulnerável.

Enquanto em Monster Hunter World conseguíamos apenas nos projetar nos monstros para arremessá-los na parede ou  montá-los para causar dano, em Rise é possível ter bastante controle sobre sua presa.

Ao montar um monstro, o jogador pode levá-lo até outro ponto no mapa e atacar ou mesmo chocar os dois monstros entre si, permitindo que o segundo monstro em questão fique no estado vulnerável. Há uma série de ataques únicos e característicos de cada criatura, o que deixa essa mecânica extremamente divertida e sem repetitividade.

Apesar das novas mecânicas e da baixa dificuldade das missões single-player, Monster Hunter ainda é uma série que requer uma boa quantidade de dedicação e investimento de tempo paralelo para entender melhor como cada arma funciona e como aproveitá-la em combate.  Há uma infinidade de tutoriais no YouTube esclarecendo cada minúcia que o jogo não explica completamente. 

Assim como nos jogos de luta, você pode passar horas em uma sessão de treinamento, entendendo o dano causado por cada arma ou combo e, assim, escolher o que funciona melhor.

Começar a jogar Monster Hunter sozinho pode parecer uma aventura extremamente desafiadora e muitas vezes frustrante, mas a cada jogo, essa barreira tem diminuído.

Progressão das missões é separada no online e offline

Rise retorna às raizes tradicionais da série ao tomar a decisão de dividir a progressão das suas missões. As chamadas Village Quests são feitas para introduzir os jogadores a cada adversário e contribuem para a pequena história do jogo, mas não podem ser feitas em conjunto.

Com uma progressão separada, as Hub Quests são focadas no multiplayer e, para eliminar a necessidade de fazer todas as quests mais simples duas vezes, existem missões especiais que permitem que o jogador “pule” para os níveis mais altos e vá direto para o High Rank, que é onde o jogo realmente deseja que você invista seu tempo.

Por último, existem as missões chamadas de Rampage Quests, que misturam uma caçada com uma espécie de Tower Defense. Ao posicionar torres em lugares específicos, os personagens precisam defender portões do ataque de uma horda de monstros.
Assim como as missões de cerco de Monster Hunter World, essas quests parecem algo superficial demais, que acaba tirando o foco das principais características do jogo (mesmo que por algumas missões apenas).

Novos monstros extremamente interessantes

O jogo traz uma quantidade grande de novos monstros e muitos deles com mecânicas únicas e nunca antes vistas, como o sorrateiro Bishaten, que arremessa frutas nos jogadores e possui um estilo diferente de combate. Já a aranha Rakna Kadaki utiliza de teias para se proteger e tentar atrapalhar os caçadores.

Rise também marca o retorno de alguns favoritos da série, como Mizutsune e Chameleos (que chegará na primeira atualização).

Performance incrível para o Switch

O poder da RE Engine mostra todo seu valor pois o jogo roda em uma performance quase que inacreditável para o Switch. Principalmente ao considerar os gráficos e a quantidade de efeitos visuais em uma luta mais complicada com vários jogadores.

Eu tive pouquíssimos problemas de queda na taxa de quadros, tanto jogando no dock quanto no modo portátil. O mesmo vale para a conectividade online, não tive nenhum problema nas quase 50 horas que joguei até então.

Conclusão

Em resumo, Monster Hunter Rise pode ser uma excelente porta de entrada para a série, principalmente se você ainda não conseguiu se dar bem em Monster Hunter World. Apesar da assustadora complexidade das mecânicas, a série tem ganhado cada vez mais melhorias que facilitam essa entrada. Porém ainda será necessário se dedicar caso queira investir muitas horas para conseguir realizar as caçadas de níveis mais altos.

Para o futuro, se olharmos o que houve com os últimos títulos, acreditamos que a Capcom manterá os updates constantes e adição de novos monstros e missões para que Rise se mantenha vivo por muito tempo.

Obs.: essa análise foi feita a partir de um código gentilmente cedido pela Nintendo e pela Capcom.

CONCLUSÃO
POSITIVOS
Mais mobilidade nas lutas
Performance incrível no Switch
NEGATIVOS
Campanha curta demais
9.5
ADJETIVO