Análise: Destroy All Humans! é interessante se você tiver boas memórias do jogo original

Originalmente lançado em 2005 para o PlayStation 2 e Xbox, Destroy All Humans! se tornou uma curta série com 4 jogos bastante divertidos para sua época. Em 2012, quando a THQ decretou falência e a Nordic Games comprou os direitos de publicação de diversos jogos, Destroy All Humans! estava entre eles.

O Remake de Destroy All Humans!, mais especificamente do primeiro jogo, foi desenvolvido pela Black Forest Studios e anunciado na E3 2019, trazendo uma nova experiência para o jogo original e me fazendo reviver boas memórias ao jogá-lo.

Sua missão é causar o caos na terra

O personagem principal é um pequeno Alien chamado Cryptosporidium 137, ou Crypto para facilitar as coisas, que é enviado para procurar seu predecessor, o Crypto 136, que se perdeu nos EUA nos anos 40.

As missões se passam em uma pequena cidade do interior dos EUA e seu principal rival é uma organização chama Majestic, que é responsável por investigar e eliminar as ameaças de outros planetas (ao melhor estilo MIB).

A jogabilidade é dividida em pequenas missões com uma falsa aparência de liberdade. Há alguns objetivos primários e secundários por fases, que variam desde coletar cérebros de humanos e animais, se disfarçar e infiltrar em alguns lugares para descobrir informações privilegiadas, ou derrotar inimigos e proteger algumas estruturas específicas. Apesar de cada fase ser um grande parque aberto, não há muito o que fazer além do objetivo principal e dos secundários. Não há recompensas significativas para que você explore algo além disso.

Há também alguns momentos em que você alterna entre controlar Crypto e seu disco voador. O gameplay de crypto foi modernizado, deixando o personagem bem mais fluido que no jogo original, diferente do que acontece com seu veículo, que é mais difícil de controlar e entender cada uma de suas funcionalidades.

Como Crypto, você tem acesso a uma série de poderes que combinam todos os clichês de ficção possíveis: telecinesia, armas que desintegram, a capacidade de explodir cérebros, controlar mentes e até uma sonda anal.

Os poderes de Crypto são apresentados nas primeiras missões e, assim, há uma constante sensação de evolução do seu personagem com o aumento do arsenal de recursos disponíveis, deixando as missões do último trecho do jogo com um pouco mais de liberdade para decidir como chegar ao seu objetivo.

O humor e os clichês dos anos 2000 podem ter envelhecido mal?

Um dos principais destaques de Destroy All Humans! era seu humor e irreverência ao apresentar os clichês de uma pequena cidade dos EUA, junto com sua política quebrada e a tentativa das autoridades de esconder da população a presença de Crypto.

Os diálogos e as cutscenes usam e abusam do humor caricato e do estereótipo do cidadão americano tradicional e, ao ler a mente dos humanos (coisa que você precisará fazer muitas vezes, seja para manter seu disfarce ou para conseguir informações do próximo objetivo), você vai se deparar com alguns poucos pensamentos até que engraçados, mas esse tipo de humor já foi tão explorado nos últimos 15 anos que talvez estejamos cansados demais para isso.

Destroy All Humans! provavelmente será esquecido em alguns meses

Se você guarda boas lembranças de jogar Destroy All Humans! ou simplesmente quiser causar caos na terra e destruição no estilo “GTA com um ET“, talvez a nova versão do jogo possa te agradar. Porém, dificilmente o jogo tem um apelo para se destacar entre tantos lançamentos e remasters e remakes nesse final de geração. Colocando as modernidades gráficas, que podem ser considerados um dos destaques do jogo, de lado, acabamos por ficar com um título que será esquecido até o final do ano.

Importante: Essa análise foi realizada a partir de uma cópia para review gentilmente cedida pela publisher.

CONCLUSÃO
Entre missões de furtividade, ler mentes dos humanos, controlá-los e erradicar cidades inteiras da existência, a falsa sensação de mundo aberto nas missões e sua estruturação condiz muito com um jogo do começo dos anos 2000 e não com algo recente.
POSITIVOS
Jogabilidade fluida
Controles Modernizados
NEGATIVOS
Diálogos podem ser cansativos
Humor já foi muito utilizado nos últimos anos
7