CounterSpy tem uma proposta interessante baseada na espionagem durante a Guerra Fria, mas a boa ideia é mal aplicada pelo estúdio Dynamigthy e decepciona ao longo do gameplay. O jogo é exclusivo da Sony, disponível para PlayStation 3, PlayStation 4 e PlayStation Vita.
História
Ao longo da corrida tecnológica para despontar no ramo armamentista e espacial, as duas potências e concorrentes mundiais EUA e URSS utilizaram de espiões para desvendar os planos de cada um. Em CounterSpy um terceiro grupo – secreto e bem preparado – denominado C.O.U.N.T.E.R, espiona ambas potências determinado a roubar seus planos e evitar um desastre nuclear, devido ao crescimento da produção desse tipo de armamento.
Como as bases norte-americanas e soviéticas eram bem guardadas e conhecidas por poucos, em CounterSpy não seria diferente. O jogador nunca sabe como é a fase que deve concluir, pois elas são formadas por dezenas de cenários combinados de maneira aleatória a cada vez que se joga. É possível escolher qual nação espionar a cada fase, alternando entre elas sempre que desejar. Os objetivos consistem em roubar planos de foguetes, descobrir frequências de rádio, projetos de armas e fórmulas que desbloqueiam habilidades para serem compradas.
Desenvolvimento
CounterSpy é baseado numa temática não comum para os videogames, mas muito interessante e atraente. Entretanto, exceto pelo visual, a ideia não foi bem desenvolvida e decepciona no enredo e na jogabilidade.
A identidade visual, principalmente nos cenários, foi muito bem criada sob o movimento da arte moderna em seu auge, nas décadas de 50 e 60. O apelo nas formas bem definidas e cores saturadas recordam as propagandas que fascinam os amantes da cultura Pop. A presença de ícones como estrelas vermelhas em referência à União Soviética e estrelas azuis em referência aos Estados Unidos, assim como objetos que também lembram características únicas dessas nações, como tanques, foguetes, plataformas de lançamento e uniformes militares, estão presentes e bem caracterizados.
O desenvolvimento do enredo é facilitado pelo tema, estava praticamente tudo pronto, era preciso apenas continuar na linha de espionar as potências com uma terceira agência, aparentemente pacífica. Mas logo no início da trama é descoberto que EUA e URSS tem um alvo em comum, a Lua. A Lua como alvo de um ataque nuclear que poderia destruir a Terra infantilizou o enredo, que é breve e termina numa cena incompleta. A agência C.O.U.N.T.E.R demonstra intensões pacíficas, mas é afrontada pelo personagem “Agente” sobre seus planos futuros. Talvez o final incompleto seja uma lacuna para uma continuação, mas é frustrante um enredo tão curto e infantil que sugere uma continuação que pode não acontecer.
O gameplay é apresentado numa plataforma de duas dimensões, por onde seu personagem se movimenta e em certos momentos a câmera torna à terceira pessoa. Tal mudança de ângulo acontece quando o personagem entra numa cobertura para esconder-se, surpreender inimigos ou combater em tiroteios numa posição segura. Essa ideia de apresentação e jogabilidade é atraente, porém ineficiente devido às soluções de controle e montagem dos cenários aleatórios. Apesar da boa ideia da mudança de ambientes, as coberturas neles presentes nem sempre se adequam ao posicionamento inicial do personagem, pois em alguns momentos ao abrir uma porta para transferir-se de sala, ele se depara sem cobertura e com inimigos posicionados a sua frente que reagem rapidamente.
Ao entrar num tiroteio o jogador se depara com dois obstáculos. O primeiro é a necessidade de reagir com eficiência que é comprometida pela falta de configuração dos controles, pois como há dois planos de perspectiva, se o jogador decide inverter o eixo Y (Vertical) para os combates em terceira pessoa os controles dificultam o combate em segunda dimensão, pois também se invertem e não há opção para configuração dos eixos nas duas perspectivas diferentes. O outro obstáculo é a barra de informações, encontrada na parte superior, que obstrui a visualização de inimigos que estão num plano mais alto, fazendo com que o jogador dependa da intuição para eliminá-los.
No jogo não há um modo multijogador, mas há comparações de pontuações entre amigos e a rede da PSN. Ao iniciar um novo jogo o jogador perde seus pontos salvos.
Conclusão
É atraente, mas apesar de trazer uma ideia interessante não passa de um joguinho casual fácil e rápido. O jogo apresenta soluções amadoras de jogabilidade e não parece ter sido desenvolvido por uma equipe veterana que vem de estúdios da LuccasArts e Pixar. CounterSpy não ficou o tempo suficiente no forno pois, apesar de belo, saiu cru por dentro.
Trailer de Lançamento
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- Arte
- Contextualização
- Proposta
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- Jogabilidade
- Enredo
- Mal aproveitamento do motor gráfico
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