Os destaques de 2017, por Mateus Alexandre

2017 em muitos aspectos, pelo menos pra mim, foi um ano bem estranho. Em partes com coisas boas, coisas bizarras, coisas ruins e coisas aleatórias. Entretanto, podemos chegar a uma conclusão quase unânime: foi um ótimo ano para quem gosta de videogame.

Microtransações e loot boxes à parte, tivemos grandes lançamentos do começo ao fim. Horizon: Zero Dawn estabeleceu ainda com mais força a ótima biblioteca de jogos exclusivos do PlayStation 4; Legend of Zelda: Breath of the Wild nos deu um bom motivo para comprar um Switch e a explosão de PlayerUnknown’s Battlegrounds deu o que falar no mundo dos jogadores de PC.

Foram centenas de horas jogadas em diversas plataformas, vários jogos e muita experiência no meio do caminho. Apesar de ter bastante espaço no meu coração, esses são os meus queridinhos que mais brilharam em 2017:

5 — Assassin’s Creed Origins

Após a quebrada do ciclo anual que a série veio seguindo, foi notório (e necessário) a evolução que Origins trouxe para a franquia em basicamente todos os seus aspectos. Para bem quanto para mal, a Ubisoft se arriscou e explorou novos horizontes na busca de um ar fresco que fizesse a empresa deixar os erros no passado e construir uma experiência digna de seus anos dourados.

Mesmo não sendo o mais polido e inovador, Origins reinventou a série afim de atingir um padrão de qualidade com novas mecânicas, movimentação mais simples e um gigantesco mundo aberto a ser explorado, recheado com novas histórias e aventuras.

4 — Prey

Créditos merecem ser dados à Bethesda por ainda acreditar na experiência singleplayer. Wolfenstein, Doom, The Evil Within 2, Fallout 4 são alguns dos exemplos mais notórios que fizeram os últimos anos serem jogados de 1 jogador. Entretanto, em maio, Prey roubou a cena ao trazer o melhor que a Arkane Studios, de Dishonored, podem fazer.

Um verdadeiro immersive sim de qualidade, o mundo de Prey (ou melhor, a nave chamada Talos I) é um playground inundado de surpresas, interligações e recompensas para os jogadores mais curiosos. Com um gameplay sólido e divertido, Prey merecia muito mais atenção do que inicialmente teve. Sem dúvidas, é um dos melhores jogos do gênero.

3 — Hellblade: Senua’s Sacrifice

Alguns jogos te prendem pela história, outros pela jogabilidade, pela trilha sonora ou qualquer outro motivo. E quando todos os elementos entram em sinergia, te entregando uma verdadeira experiência audiovisual? Hellblade não é um jogo fácil de digerir, muito menos para uma jogadinha casual. Você vivencia, arduamente, a história de Senua em busca de redenção e autoconhecimento.

O jogo mistura combate e puzzles na medida certa, permeado com uma riquíssima história ambientado na mitologia nórdica e celta. Senua é uma personagem incrível, bem trabalhada e verdadeiramente humana. Se for um fã de jogos ricos em narrativa e ação, Hellblade definitivamente merece sua atenção.

2 — NieR: Automata

Até hoje alguns amigos me julgam por não ter terminado o primeiro Nier quando tive chance. Após jogar o Automata, foi evidente o quanto eles estavam certos. Por uma série de razões, Nier não é um jogo convencional, seja pelo seu combate, interação com jogador e principalmente a história. E Nier: Automata não te deixa esquecer disso em nenhum momento durante o jogo.

Numa mistura nada convencional entre hack ‘n slash frenético, bullet hell e beat ‘em ups, a filosofia existencialista que Automata carrega deixaria até Sartre com inveja. Entre máquinas e androides, o único vencedor é quem teve a chance de experimentar essa obra-prima.

1 — Wolfenstein II: The New Colossus

Sempre joguei (e amei) jogos em primeira pessoa. De Half-Life à Quake, minha infância foi ver uma arma virtual no canto direito da tela atirando contra um amontado de pixels. Os anos foram passando e pouco se via jogos de tiro no mesmo sistema oldschool que Wolfenstein e Doom. Por isso, ao jogar o reboot da franquia clássica da id Software em 2014 com The New Order, eu saberia que algo muito bom estava por vir.

Doom (2016) também foi uma ótima surpresa e, sem dúvidas, foi o melhor shooter daquele ano. Ainda bem que o tempo passa e com ele temos ainda mais surpresas. Para tirar qualquer dúvida que o melhor passatempo em jogo de tiro é matar nazistas, The New Colossus estabelece um punhado de novos patamares para um FPS.

É sangrento, brutal, nu e cru. A realidade de uma América tomada pelos nazistas é tão aterrorizante quanto parece ser, e Blazkowicz pretende fazer de tudo para libertar sua terra natal. Com sequências dignas de um filme surrealista dirigido por Tarantino, Wolfenstein II merece seu lugar no podium consagrado de um dos melhores jogos de tiro que já joguei.


E esses foram os meus destaques de 2017! Concorda, discorda? Quer deixar os seus aí também? Serei todo ouvidos. E que 2018 seja recheado de ainda mais surpresas (e menos microtransações) que esse ano.