Análise – OlliOlli

O cenário dos jogos indies não me cansa de surpreender. É dessa fábrica independente que surge os games com as propostas mais ambiciosas e criativas do mundo dos games. OlliOlli, apesar de trazer uma ideia tradicional, conseguiu inovar ainda mais nesse meio com essa ideia mais que simples: um jogo de stake em 2D. Complicado de se pensar, e até mesmo confuso de como trazer esse projeto para a realidade. E mesmo com as dificuldades imagináveis, OlliOlli conseguiu cumprir sua tarefa: diversão e desafio numa dose amplamente equilibrada.

Por se tratar de uma proposta extremamente simples, o game demanda uma review igualmente simplificada. Analisarei o fator gameplay e alguns outros quesitos técnicos que fazem jus ao jogo, trazendo-o dentro do espectro no qual merece ser analisado. Então, vamos lá?

Gameplay e considerações gerais

Por não trazer uma história, elementos gráficos elaborados, direção de arte de peso ou qualquer outro artifício desse nível, OlliOlli tinha que se espelhar em um sistema consistente de gameplay. Como já disse anteriormente, o jogo é inteiramente 2D sidescroller em pixelart, relembrando as épocas douradas dos 8 bits no querido Nintendinho. Mas não se deixe enganar: os visuais não fazem jus a jogabilidade, no qual tem muito mais pontos fortes do que fracos.

A proposta geral é simples, temos cinco cenários que remontam diversos locais urbanos (ou não) de várias partes do mundo. Por exemplo, no primeiro cenário, a primeira cidade remonta grandes centros urbanos como Nova Iorque, Boston etc. No segundo temos um ambiente mais ao estilo desértico, com ambientação aos antigos ferro-velhos dos Estados Unidos, e assim por diante. Cada cenário principal tem sub-cenários, que também são cinco. Há diversos trechos diferentes que sofrem influência do cenário em questão, por exemplo: um cenário na neve que possui várias partes sem chão, apenas neve. No momento que o player encosta na neve, já se cai do skate, tendo que resetar aquele sub-cenário todo (falarei desse fator mais adiante). São ambientações diferenciadas que mesclaram uma variada gama de locais para realizar suas manobras.

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Cada sub-cenário possui objetivos a se conquistar, que variam desde “faça 250 mil pontos” até “consiga apenas perfect landings (aterrizagens perfeitas” e assim por diante. Cumprindo objetivos, você libera estrelas (num total de cinco) e a possibilidade de passar para o próximo sub-cenário (não necessariamente com as cinco estrelas, com duas ou três o próximo já é desbloqueado. Após liberar o seguinte sub-cenário, uma versão “Pro” do mesmo é desbloqueado, no qual os objetivos são bem mais difíceis de se cumprir do que o modo “Normal“. E após todas as cinco estrelas em todos os cenários do game, você libera o “Rad Mode“, versões com objetivos mais difíceis ainda. Nesse ponto que todo o desafio de OlliOlli se concretiza: a dedicação do jogador de liberar todos os objetivos, obter todas as estrelas e conseguir pontuações cada vez maiores.

E como todo jogo de Skate, o número de manobras é bem grande. Aquelas feitas no ar, como kickflips, hardflips etc estão presentes, assim como as manobras de grid (que são feitas em corrimãos, telhados e qualquer outra superfície que seja possível “grindar/deslizar”). Toda manobra é realizada com o analógico direito e se deve fazer movimentos com o mesmo para as manobras saírem, como girar para a esquerda, dar meia-lua e todos os movimentos como se fosse um game de luta. Combos também são possíveis, como lançar uma manobra no ar e ir dando grind em várias superfícies para aumentar seu combo e consequentemente seus pontos.

Toda vez que você executa uma manobra, é preciso apertar X no momento exato para que o personagem execute uma aterrizagem perfeita, ou como o jogo coloca, um perfect landing. Se você aperta antes da hora, dependendo da altura, sua pontuação é extremamente reduzida, praticamente jogando aquele seu combo perfeito no lixo. Então é preciso de uma extrema acurácia e timing para apertar X no momento certo e conseguir um perfect landing, mantendo sua pontuação dos combos lá em cima.

E é nesse momento que o jogo peca na jogabilidade. Vários momentos em que eu jogava, o personagem parecia ignorar que eu apertei o botão na hora certa e toda minha pontuação ia pro ralo, além dele quase cair. Várias manobras parecem não corresponder ao movimento correto que você faz no analógico, saindo uma coisa muito mais simples daquilo que você gostaria. Infelizmente esses problemas se apresentam com uma certa frequência, podendo deixar o jogador extremamente frustrado e até com raiva (como foi o meu caso algumas vezes). Ainda mais quando você cai do Skate e é obrigado a resetar todo o sub-cenário, já que o jogo segue o padrão de penalidade “Hotline Miami”. Morreu/caiu, volta tudo.

O gameplay em si, apesar dos problemas que citei acima, é muito divertido e viciante. Como você vai cair do Skate várias e várias vezes seguidas, a paciência é uma virtude em OlliOlli, até que se tenha uma habilidade considerável e entendimento da mecânica do jogo. Cumpre muito bem seu papel como indie e é um ótimo título para os consoles da Sony e PC.

Outras considerações

Um ponto muito evidente no jogo e como ponto positivo, é seu áudio no que diz respeito à trilha sonora. Todas as músicas são muito bem escolhidas (apesar de não serem originais) e correspondem muito bem a cada cenário, com batidas numa mistura de música eletrônica com até um smooth jazz contemporâneo (para se ter uma ideia, me faltaram palavras para descrever com mais precisão). Enfim, são ótimas músicas que merecem seu reconhecimento e devida atenção.

Gameplay técnico, gráficos, inteligência artificial não são quesitos para análise no game, como disse nos primeiros parágrafos da review. Entretanto, os elementos se combinam muito bem, a temática é muito esclarecida e é voltada para um público alvo que gosta e aprecia esse tipo de game que não tem medo de se frustrar e gosta de uma coisa bem viciante. Se você é fã de visual retrô, Tony Hawk e vídeo-games, OlliOlli é uma pedida certeira.

Conclusão

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A conclusão em si não é nem muito necessária, já que toda a análise está bem esclarecida sobre como o jogo funciona e seus altos e baixos. Veja OlliOlli como um Hotline Miami com Skate, pois foi exatamente isso que eu senti jogando esse game. Resetar a fase várias e várias vezes, dificuldade elevada, música boa e gráficos pixelados. Se Hotline te agradou, é bem provável que OlliOlli também agrade. Isso, claro, se você gostar de Skate e manobras pra lá de radicais.

OlliOlli ficou primeiro disponível para PS Vita e agora já teve seu lançamento nas outras plataformas da Sony, PS3 e PS4, assim como no Steam. Não é um game caro, além de ser bastante divertido.

OlliOlli - Review

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  • Viciante ao extremo
  • Ótima trilha sonora
  • Gameplay bem elaborado

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  • Falta de precisão nas manobras
  • Pode ser bem frustrante algumas horas
  • Poucos cenários principais

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