Se você contasse para sua avó que videogame não é mais “aquela coisa que estraga a TV”, nem “brinquedo para criança”, e na verdade é um espaço para jogadores profissionais, que pagam aluguel com o dinheiro da jogatina, ela não acreditaria em você.
Videogame não é mais um “bico”, e sim uma possibilidade concreta de carreira: universidades americanas estão oferecendo bolsas de estudo para jogadores de League of Legends, gamers profissionais viajam o mundo em busca de prêmios milionários e campeonatos estão começando a aparecer até mesmo em território nacional – o mais recente exemplo é o anúncio de que a final do torneio CBLoL acontecerá na arena do Palmeiras.
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Mas afinal, videogame é um esporte de fato? Uma subdivisão do esporte – um esporte eletrônico? Ou só um hobbie mesmo? Para isso, recorri a um dos dicionários mais antigos e respeitados do mundo, o Michaelis. Aqui vai a definição de “esporte”:
Prática metódica de exercícios físicos, que consistem geralmente em jogos competitivos entre pessoas, ou grupos de pessoas, organizados em partidos.
Jogos competitivos entre pessoas? Confere. Organizados em partidos? Confere. Prática metódica de exercícios físicos? É aqui onde entra a discussão.
É verdade, videogame se joga sentado e não é necessário “estar em forma” para praticá-lo, mas mesmo assim envolve exercícios físicos, afinal, você usa a mão pra jogar, e uma maior precisão com os dedos separa os jogadores casuais dos profissionais. Nada comparado a futebol ou basquete, mas videogame envolve estresse físico. Além disso, xadrez é reconhecido oficialmente como um esporte olímpico, por que videogame também não deve entrar?
Inclusive, nós já temos a nossa própria federação. Assim como a FIFA está para o futebol, a IeSF está para o videogame. Com mais de 6 anos de existência, o grande objetivo da Federação Internacional de e-Sports é fazer com que videogame seja considerado um esporte legítimo, veja alguns momentos recentes para a organização:
- Em maio de 2013, a Agência Mundial Anti-Doping incluiu e-Sports como uma das modalidades participantes.
- Em julho de 2013, a IeSF enviou um pedido a Convenção de Esportes para ser reconhecido como um esporte temporariamente. O pedido inicialmente foi negado devido ao pouco espaço para mulheres no e-Sport.
- Em maio de 2014, a TAFISA (Associação dos Esportes Internacionais para Todos) aceitou o e-Sport como um esporte.
Passos estão sendo feitos em direção a uma maior aceitação do e-Sport, ainda o reconhecimento não é absoluto. Uma pena, por enquanto videogame ainda é um “tipo de esporte”.