Após quase 1 ano ininterrupto jogando Destiny, período repleto de altos e baixos, somente em novembro de 2015 é que eu consegui – finalmente – me livrar das amarras do jogo da Bungie. Eu ainda adoro Destiny (tanto que acumulo 789 horas de jogo), mas é evidente que, após concluir a campanha da última expansão – The Taken King -, pouca coisa restou para ser feita no jogo.
Já discutimos aqui no Jogazera sobre o gameplay repetitivo de Destiny e as cagadas de marketing cometidas pela Activision. As críticas, todavia, foram feitas sempre visando melhorar o jogo. Afinal, Destiny – apesar de todos os seus defeitos – é um jogo extremamente divertido e viciante.
E parece que uma empresa do outro lado do continente quis pegar uma carona nas qualidades (e defeitos) de Destiny para construir um jogo que fosse tão viciante quanto. Estou falando da Ubisoft, que incorporou vários elementos de gameplay do jogo da Bungie no seu próximo lançamento: Tom Clancy’s The Division.
Mas será que The Division é o substituto perfeito para Destiny, ou simplesmente estamos carentes de um RPG/shooter de mundo aberto para jogar com os amigos?
Loot, estatísticas e inimigos-esponja
Assim como em Destiny, a progressão em The Division ocorre por meio da coleta de loot. Novos itens, como armas e equipamentos, afetam não somente a aparência do seu personagem, como também os atributos e a capacidade de derrotar inimigos.
As armas e equipamentos de Destiny possuem estatísticas e atributos satisfatórios, mas The Division eleva isto a outro nível, já que cada item contém uma enorme quantidade de estatísticas. A quantidade de opções que um personagem tem é algo que assusta; e o fato de você não estar preso a uma classe tradicional, como as três classes existentes em Destiny, te obriga a mudar de build a cada ocasião.
As habilidades são outro ponto que não seguem um padrão tradicional em The Division. Completar missões da história permite ao jogador desbloquear seções das alas Medical, Tech e Security para a sua base de operações. Estas seções, por sua vez, quando desbloqueadas garantem novas habilidades e modificadores pro seu personagem.
Todas essas possibilidades que The Division possui, entretanto, parecem nulas quando se está no campo de batalha. Mais de uma vez eu [highlight]esvaziei o pente da minha arma sem conseguir eliminar um inimigo[/highlight] (aspecto comum de Destiny). Além disso, você arranca mais pontos do alvo quando acerta um tiro na cabeça, mas a sensação de ter feito tanta diferença é mínima.
Cooperativo, competitivo ou sozinho?
Com relação às missões da história presentes na versão beta de The Division, a inteligência artificial dos inimigos não conseguiu provar que a cooperação entre os jogadores de um esquadrão é necessária. Um jogador solitário, tempo e paciência são suficientes para dar conta do recado.
Já na Dark Zone, andar sozinho é praticamente suicídio.
Qualquer loot encontrado na Dark Zone precisa ser extraído para um lugar seguro antes de ser usado, o que envolve chamar um helicóptero e aguardar um certo tempo. Vulnerável, o jogador pode acabar virando alvos de outros jogadores que queiram roubar o loot para si. Isso é bem divertido, já que outros jogadores costumam ser mais espertos do que a Inteligência Artificial.
Porém, ao menos pelo que foi mostrado no teste beta, essa parece ser a única coisa para se fazer na Dark Zone.
A peculiar mecânica de combate da Dark Zone mistura exploração de mundo aberto, combate contra o computador, cooperação e competição com outros jogadores de uma vez só – [highlight]elementos que Destiny só oferece separadamente[/highlight].
Uma história com começo, meio e fim
A história de Destiny sempre foi duramente criticada; aspecto que [highlight]acredito fortemente que The Division vai fazer melhor[/highlight]. As motivações do seu personagem são convincentes, e as mudanças que você causa na cidade de Nova York para torná-la um lugar melhor são factíveis.
A Ubisoft não detalhou o conteúdo reservado para aqueles que concluírem a campanha The Division e atingirem o nível máximo, mas fatalmente o endgame do jogo pode se tornar repetitivo por completar as mesmas atividades em busca de melhores recompensas.
Entre as semelhanças e diferenças, The Division possui a capacidade de nos satisfazer tanto quanto Destiny, e de ir muito mais além. Para isso, a Ubisoft precisa fazer a parte dela: entregar uma experiência que não seja fatiada (como Destiny), com uma boa história e que não seja repetitiva. E nós precisamos fazer a nossa parte, e não nos deixar impressionar por um marketing vendedor – e sabemos que a Ubisoft é muito boa nisso.
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E você, jogador de Destiny, participou do beta de The Division? Encontrou semelhanças entre os dois jogos? Registre sua opinião na enquete abaixo e deixe um comentário.