Overwatch. Você certamente já viu ou pelo menos ouviu falar desse jogo nos últimos tempos. Ele foi recentemente lançado (no dia 24 de maio de 2016, mais precisamente) e quase todas as mídias relacionadas a games estão escrevendo alguma coisa sobre o mais novo first-person shooter da Blizzard. Não é à toa, visto que as qualidades de Overwatch são inúmeras. Aqui mesmo no Jogazera é possível encontrar diversas matérias sobre o assunto, e altamente recomendo você dar uma olhada nelas!
Indo direto ao ponto, estou aqui para debater mais um tópico sobre o game: o switching. “O que é switching?”, você deve estar se perguntando. Bem, trata-se de uma característica do Overwatch que permite o jogador trocar de herói/personagem no meio da partida. Ok, e o que isso tem de importante? Ora, isso é MUITO importante.
Só para começo de conversa, esse é um dos motivos de Overwatch não ser free-to-play. Deixe-me explicar: em 2015, Jeff Kaplan, o diretor do jogo, disse em entrevista com a Polygon que o switching era uma das principais características do game, e isso impactaria a decisão de torná-lo gratuito ou não. Caso Overwatch fosse free-to-play (tomando como base outros jogos com esse mesmo modelo, segundo Kaplan), as pessoas não poderiam ter acesso a todos os personagens disponíveis. Isso acarretaria em desequilíbrios entre os times, já que a mecânica de switching permite que sua equipe ajuste suas deficiências no decorrer da partida. Resumindo, a Blizzard alegava que não queria limitar uma característica tão relevante do game e, por conta disso, optou por cobrá-lo por inteiro.
Bom, pelo menos temos acesso a todos os heróis. E é exatamente este ponto que eu quero chegar, caro leitor. Você tem acesso a TODOS os heróis, e o melhor de tudo, no MEIO dos mapas! E esse foi o objetivo da Blizzard desde o começo da criação do game, criando um ambiente muito mais dinâmico e estratégico.
Infelizmente, a maioria dos players de Overwatch ainda não aprendeu direito a usar essa ferramenta, fazendo-os se ater a apenas um herói durante a partida inteira e criando uma imensa zona de conforto. E isso acaba se tornando a grande diferença entre o bom jogador e o excelente jogador de OW. Eu mesmo sou um daqueles que adora pegar a manha de um personagem e segurá-lo até o final, que no meu caso seria a graciosa Tracer. Adorei a jogabilidade dela, as habilidades, até o Ultimate, que não é lá essas coisas, mas já o fiz levar alguns pra tumba. Enquanto estou pipocando os inimigos, cumprindo os objetivos e me mantendo vivo, não há problemas quanto a permanecer utilizando a personagem.
No entanto, o infortúnio começa quando um Soldado: 76 usa seu Ultimate e não há Blink ou Recall que consiga desviar de suas balas, ou um Genji com Deflect ativado. Morte na certa se eu não tiver uma grande ajuda da amiga sorte ao lidar com esses carinhas. E, nesse momento, não adianta eu ficar nervoso e tentar um revenge kill… Quero dizer, não usando a Tracer. Fazer o switch e pegar alguém que seja mais propício a dar counter nesses personagens é a melhor saída, e aprender quando e para qual herói se deve fazer o switch pode ser a chave de vitória do seu time.
Citarei dois exemplos: um de experiência pessoal e outro do Mateus, aqui do Jogazera. No primeiro, eu estava de Tracer, como de costume, e comecei a rodada. O objetivo era um em que meu time necessitava defender a carga. Cheguei ao ponto de defesa e absolutamente TODOS os integrantes do meu grupo foram cada um pra um canto diferente. Fiquei sozinho e os chamando para me ajudar. Nenhuma resposta. De repente, apareceu um Reinhardt monstro e seu escudo de whey, junto com outra Tracer espoleta e um Genji furioso. Imagine meu desespero.
Esquivei, tentei fugir, peguei itens de HP, quase levei a outra Tracer ao túmulo comigo, mas o santo Genji desferiu seu golpe letal em mim, e só aí que um pequeno Junkrat aliado decidiu tentar me ajudar na peleja, porém já era tarde demais. Eu percebi nesse momento que ir com a Tracer sem suporte nenhum da minha equipe era pedir para aumentar meu contador de mortes, então troquei para o Soldado: 76 sabendo que eu precisava causar dano, mas precisava também de uma fonte confiável de vida extra. Não padeci mais nenhuma vez, o time percebeu que o jogo já estava rolando e resolveram fazer algo e, por incrível que pareça, vencemos o round. A outra experiência, não tão agradável quanto a minha, é a do Mateus na fase Beta do Overwatch: o time dele estava ganhando, faltando alguns metros para a carga chegar até o destino final. Três adversários trocaram para Bastion e, para sua vergonha, o time do Mateus perdeu com 7 minutos de vantagem. Switching, meus amigos, switching.
Falando em Bastion, creio que aqui é um bom lugar para falar sobre esse robô. Muitos jogadores no Beta reclamaram pelo herói entrar em modo turret e fritar a bunda de todo mundo com aquelas 200 balas ultra rápidas antes de ele precisar recarregar, dizendo que ele era OP, broken e vários outros adjetivos engrandecedores. Pois tenho uma grande novidade para aqueles que acham que ele é desbalanceado demais: Bastion pode sim ser contra-atacado, e de forma bem fácil, aliás. Ataques de longo alcance da Widowmaker e do Hanzo, as possibilidades de se aproximar dele sem muitos problemas com Reaper ou Tracer, o escudo quase indestrutível de Reinhardt e o Deflect de Genji são só alguns exemplos de habilidades de heróis que podem rapidamente transformar Bastion em estilhaços e dar de munição ao Roadhog. Por isso, quando vocês encontrarem um desses na arena, switch.
Lembre-se também que Overwatch é um jogo de trabalho em equipe, onde cada personagem tem seu papel no time e isso deve ser usado a favor de completar o objetivo. Usem e abusem do switching, creio que a ideia da Blizzard sempre foi nos fazer jogar com todos os 21 personagens e criar estratégias e contra-ataques cada vez mais dinâmicos e criativos. Com o tempo, certamente vocês conseguirão dominar essa ferramenta e se tornarão grandes players de Overwatch!
…
Artigo baseado no texto “Overwatch’s most interesting trait can be its hardest to get used to” de Ben Kuchera, Polygon. 25 maio, 2016.
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