O ano de 2021 foi bem impressionante para os jogos. Apesar de não ter conseguido jogar tanto quanto nos anos anteriores (minha retrospectiva do Switch cortou meu tempo de jogo pela metade no console, por exemplo), tive a oportunidade de completar a presença na nova geração com um Xbox Series S e finalmente entender a maravilha que é o Game Pass.
A minha lista de melhores do ano traz alguns jogos um pouco fora do convencional, uma vez que não joguei os grandes lançamentos de 2021, deixando o meu tempo livre para jogos menores e que podem ter passado despercebidos pela comunidade. A vida adulta só me deixou fazer apenas 2 vídeos dos melhores indies que você não jogou, mas prometo que em 2022 teremos uma regularidade maior nas produções do canal e até aqui no site.
Então chega de enrolações e vamos à lista.
1 – Eastward – PC e Switch
Eastward é disparado um dos melhores jogos que joguei esse ano. Como só tivemos o lançamento para Switch e PC em um mês tão cheio de jogos, como foi Setembro, ele pode ter passado despercebido por muita gente. Um jogo de aventura que conta a história da garota Sam e de John, seu tutor, em um mundo assolado por um mal chamado de Miasma.
Dividido em capítulos com pequenos saltos temporais não explicados, o jogo foca em contar a história de cada trecho que vocês passam ao atravessar o mundo. Os personagens secundários e todas as tramas de cada local são extremamente envolventes e você vai se apaixonar pelos personagens.
Outro destaque para o jogo é sua arte, uma belíssima construção de cenários, personagens e até inimigos.
Portanto, Eastward é um jogo que eu gostaria que mais pessoas tivessem jogado para entenderem a grandiosidade dessa jornada.
2 – F.I.S.T.: Forged in Shadow Torch – PS5, PS4 e PC
FIST é o primeiro Metroidvania dessa lista (que ironicamente não tem Metroid Dread). Ambientado em um mundo descrito pelo estúdio como dieselpunk, o jogo traz Rayton, um coelho ex-soldado da Resistência de Torch City de volta à ação para inicialmente resgatar seu amigo, mas em uma história com várias reviravoltas e que pode afetar o futuro da pacata cidade.
Tudo em FIST é muito bem executado, mas o destaque está para seu combate. Equipado com o punho de sua ex-armadura de combate, Ray pode criar combos com outras armas desbloqueadas no decorrer da história para embates eletrizantes e desafiadores. A exploração e a evolução das mecânicas do personagem estão dentro do esperado de qualquer Metroidvania, como pulo-duplo, esquiva e até a habilidade de explorar debaixo da água.
O jogo traz um estilo de arte muito bem modelado e sua performance não deixa a desejar, nem mesmo nos momentos com muitos inimigos e efeitos na tela.
3 – LEGO Builder’s Journey – Switch, PC e Xbox
Um jogo da LEGO com os gráficos mais realistas que já vi (jogando no PC com Ray-Tracing) e uma das histórias mais tocantes desse ano.
Apenas com blocos, sem nenhum diálogo ou palavras, você vai se emocionar e se divertir com os quebra-cabeças de apenas encaixar peças e ajudar o pequeno boneco a chegar até o outro lado do mapa.
4 – Hot Wheels Unleashed – PS4, PS5, Xbox, PC
Um jogo de corrida com carrinhos de brinquedo era o que eu esperava e foi exatamente isso que me foi entregue. A grande surpresa está na física dos carrinhos e na quantidade de detalhes que podemos ver, seja nas pistas, seja nos carrinhos.
Hot Wheels Unleashed traz o estilo arcade para carrinhos pequenos, pistas extremamente divertidas e bem construídas.
5 – Ender Lilies: Quietus of the Knights – PC, Switch, Xbox, PS4, PS5
Mais um metroidvania nessa lista. Ender Lilies é simplesmente incrível ao trazer o gênero ao seu estilo mais tradicional e também, em um dos seus melhores refinamentos.
A protagonista é uma jovem garota, aparentemente inofensiva, mas com um poder de purificar a maldição que paira sobre o mundo. Defendida por espíritos de guerreiros, Lily precisa explorar o castelo e descobrir sobre a origem da força que corrompeu todas as criaturas da região.
São vários espíritos que estão disponíveis, muitos segredos e itens escondidos, o que incentiva bastante o backtracking, uma das características mais comuns no gênero.
O estilo de arte é belo e ao mesmo tempo assustador, principalmente pelo contraste no design da protagonista com o cenários sombrios e corrompidos. A trilha sonora também é fantástica.
6 – Unpacking – PC, Xbox, Switch
Mais um jogo que conta uma história sem o uso de palavras. Unpacking é um jogo sobre organizar uma nova casa após uma mudança ao longo da vida de uma pessoa. São vários cenários, cada um com suas particularidades e com suas histórias implíticas.
O processo é relaxante, mas pode tornar-se tedioso se jogar muitas fases de uma vez. Unpacking é ideal para ser jogado uma ou duas fases por vez.
7 – Marvel’s Guardians of the Galaxy – PS5, PS4, PC, Xbox
O jogo dos Guardiões da Galáxia foi de longe minha maior surpresa de 2021. Depois de Avengers derrubar a barra para qualquer jogo de herói publicado pela Square-Enix, Marvel’s Guardians of the Galaxy surpreendeu demais por entregar uma experiência single-player extremamente sólida, bem escrita e muito divertida.
Esse jogo me trouxe esperanças para novos jogos de heróis na geração atual. Se quiser conhecer um pouquinho mais dele, confere nosso review.
8 – Outriders – PS5, PS4, PC e Xbox
Outriders foi uma das melhores experiências cooperativas que tive esse ano. Um jogo tão gostoso de atirar quanto Destiny, mas em terceira pessoa. Apesar dos inúmeros problemas técnicos e bugs, o ciclo de gameplay de missões, coletar itens para fazer mais missões foi extremamente satisfatório no meu ano.
Também fizemos uma análise dele aqui.
9 – Nier Replicant Ver. 1.22.. – PS4, PC e Xbox
Se eu pudesse esquecer completamente de um jogo para jogá-lo novamente e ter toda a experiência pela primeira vez, com certeza eu escolheria Nier Replicant Ver. 1.22… que trouxe uma maneira de contar histórias simplesmente magnífica junto com muitas reviravoltas que sempre me faziam questionar qual era meu papel naquele mundo.
Por fim, tudo isso combinado com uma trilha sonora extremamente emocionante e que fazia com que cada momento fosse ainda mais intenso.
10 – Voice of Cards: The Isle Dragon Roars – PC, Switch e PS4
Dois jogos do Yoko Taro seguidos nessa lista. Voice of Cards é uma experiência mais curta e simples que os outros jogos dessa mente possivelmente deturpada que adoramos. Apesar do meu ponto fraco ser jogos de cartas (eu gosto de praticamente qualquer jogo que combine deckbuilding com outras mecânicas), eu colocaria Voice of Cards nessa lista principalmente pelo jeito de contar histórias.
Tudo é contado como um RPG de mesa, você controla um personagem que vai andando no tabuleiro de cartas e tudo é descrito apenas por um narrador. Os combates são tradicionais dos JRPGs com alguns elementos de rolagem de dados e a tradicional energia que é acumulada em qualquer jogo de cartas.
Enfim, a história e os personagens de Voice of Cards são bastante interessantes e conseguem passar uma boa emoção (sem tantas reviravoltas nesse caso) em 10 a 12 horas de jornada.
11 – Chorus – PC, Xbox, PS5, PS4
Outro jogo que fui completamente sem saber o que esperar e me surpreendi 100%. Um jogo de naves de médio orçamento trouxe uma narrativa espacial extremamente interessante, que conta a história de Nara, um soldado renegado que muda de lado e passa a combater seus antigos aliados.
A narrativa é centrada na relação de Nara com sua nave com inteligência artifical, chamada de Forsaken. Com uma estrutura de mundo aberto, todo o universo é extremamente interessante e há uma infinidade de coisas a serem feitas, bem como segredos a serem descobertos sobre o mundo e os personagens secundários.
Apesar do jogo começar como um jogo de naves em terceira pessoa tradicional, os poderes adquiridos com a história dão cada vez mais mobilidade à Nara e deixam as batalhas extremamente divertidas e desafiadoras.
Infelizmente tive alguns problemas técnicos jogando no Series S e perdi o progresso a ponto de precisar repetir uma missão 4 vezes, mas no geral foram 30h de boas experiências.
12 – Aeterna Noctis – PS5, Xbox, PC
Prometo que é o último metroidvania da lista. Aeterna Noctis foi um jogo que acompanhei pelo twitter desde praticamente seu anúncio até seu lançamento agora em Dezembro. Um jogo que bebe direto de Hollow Knight para uma experiência extremamente desafiadora, principalmente nas seções de plataforma (uma dificuldade a nível Super Meat Boy).
Com um estilo de arte simplesmente incrível e uma quantidade enorme de conteúdo (mais de 50 horas) o jogo clicou comigo depois de mais ou menos 6 horas, quando já consegui algumas habilidades de mobilidade e um pouco mais de vida.
Vale ressaltar que hoje, tivemos um update do jogo que adiciona um modo um pouco mais fácil com os estágios retrabalhados para menos seções de plataforma desafiadoras e mais ação. O que pode ser uma experiência ótima para quem busca uma jornada mais tranquila.
Bonus: Sifu – Preview
Por último, tivemos a oportunidade de jogar a prévia de Sifu, que será lançado no começo de 2022. O próximo jogo da SloClap, responsável por Absolver, traz um combate bastante interessante de kung-fu com elementos de roguelike e uma mecânica de envelhecimento para o personagem que muda drásticamente suas características de combate.
Apesar da prévia só trazer um pedacinho do jogo, já foi possível ter uma ideia do que nos aguarda. Existe uma grande variedade de movimentos possíveis para o personagem, são vários combos e comandos para serem explorados no combate além de ataque fraco, ataque forte, esquiva e bloqueio.
Ao morrer, você avança em idade e retorna do ponto que parou, mas um contador é acrescido e a cada morte, você envelhece aquela quantidade de anos. A cada 10 anos o dano do seu personagem aumenta a medida que sua vida total diminui, assim como a aparência vai mudando radicalmente e depois dos 70 anos, se morrer, já era. Precisará recomeçar.
Enfim, Sifu parece ser um dos grandes lançamentos independentes do começo de 2022 e pelo que joguei, estou bastante animado para ele.