O que senti jogando Pokémon R/B/Y 20 anos depois

Para muitos, jogar Pokémon é coisa séria. Conheço pessoas que estão há duas décadas jogando praticamente tudo o que sei sobre estes monstros, desde as clássicas aventuras marcadas pelas batalhas até os spin-offs com mini-games ou outras histórias. O fato é que Pokémon virou uma febre! Não mais como antes, claro, mas ainda assim tem muita gente doente por essa franquia.

E comigo não foi diferente. Desde o lançamento, o carisma desses bichos estranhos me pegou de jeito. Não joguei todos os títulos, confesso, porém sempre estiveram no meu coração. E como todo bom fã, fiquei muito feliz com o anúncio de relançamento dos três primeiros jogos para o Nintendo 3DS! Aguardei até a data para poder desbravar Kanto e descobrir os segredos dos primeiros 151 Pokémons mais uma vez!

Foi só começar aquela música clássica das batalhas e um Gengar e um Jigglypuff começarem a batalhar que a nostalgia me deu um murro de direita e fui jogando longe. Tava tudo ali, como há 20 anos atrás.

E a aventura começou!

Sabendo que era o relançamento de um jogo antigo, não podia esperar por gráficos, sons, mecânicas e detalhes enriquecedores. Porém, para minha surpresa, me enganei. Não sei se foi pela tal da nostalgia ou pelo meu amor à franquia,  mas ali, no calor da batalha, pouco importavam os gráficos dos Pokémons meio tortos e feios. Foi divertido rever cenas e me lembrar de como quebrei a cabeça para resolver aqueles puzzles bobos (até porque joguei os primeiros títulos em japonês sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo).

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Fora isso, vários outros cuidados estavam escondidos, que naquela época, passaram em branco devido a minha inexperiência com games. Por exemplo a música de quando você encontra o seu rival: além de conseguir me fazer ter uma leve tensão, me fez lembrar de como me amedrontava aqueles encontros repentinos. Outro ponto é em como a música de cada rota, cidade ou ambientes, condiziam com o contexto: cavernas com músicas tensas, as primeiras rotas com músicas animadas, que te incentivam a explorar o lugar… Tudo muito bem pensado e criado com bastante carinho.

Até os gritos dos Pokémons, se você reparar bem, passaram a fazer mais sentido agora do que no seu lançamento. Eu nunca ouvi uma planta gritando (ainda bem), mas consigo acreditar que seria um grunhido parecido com o do Bulbasaur ou um gemido no estilo do Bellsprout.

Isso sem comentar do level design: usar as limitações da tela para você avançar sem saber o que vai encontrar na frente e ~TARAM~ um ponto de exclamação aparece na cabeça de um treinador e você é pego de surpresa pra uma batalha. Ou então quando um NPC em Pewter City fala pra você que está passando um repelente nas flores dele, para que os Pokémons não estraguem o seu jardim e logo em seguida você é obrigado a passar pela MT. Moon infestada de Zubats para logo entender a importância daquele item. Posso passar dias citando estes pequenos detalhes aqui, mas acredito que vocês já entenderam a mensagem quando eu disse que tudo já estava lá, mas poucos tinham observado.

Mais nostalgia, pra fechar com chave de ouro

Para finalizar, ainda existe a experiência de batalhas e trocas que eu ainda não tive a oportunidade de usufruir, mas desde seu anúncio já saquei que a Nintendo estava usando aquela tal de nostalgia para nos nocautear mais uma vez. Para quem não sabe, assim como nos jogos clássicos, você vai precisar estar com alguém por perto caso queira batalhar ou trocar seus Pokémon, seja para completar a PokéDex, seja para evoluir o seu monstrinho. Não tem a mesma emoção do Cabo Link, mas em tempos de trocas mundiais pela internet, só este pequeno detalhe já faz todo sentido para o contexto em que o jogo foi lançado.

Hoje eu entendo a importância desses títulos. No começo eram toscos, demorado e se apoiavam no anime, pra alavancar o seu sucesso. Mas hoje, por causa destes três primeiros jogos e daqueles 151 Pokémons colecionáveis, compreendi que foram apenas os primeiros passos de uma aventura. Uma aventura que esperamos nunca acabar.