Life Is Strange é uma experiência única e diferente de tudo que joguei em 2015, exatamente o que eu precisava em um momento em que temos tantos jogos genéricos uma saturação dos mesmos gêneros.
“Renan, então você vai me falar que esse Telltale metido a Malhação tem algo de interessante?“
Um jogo sobre uma adolescente que descobre poderes de voltar no tempo tinha tudo para dar errado, mas deu certo, muito certo. Então, dê o play na música abaixo e vá entrando no clima enquanto lê o que eu vim te contar:
Life Is Strange te coloca no controle de Max, uma adolescente que cursa fotografia em uma escola de artes na cidade fictícia de Arcadia Bay. Tudo parece normal, até que você presencia um crime e descobre que possui o poder de controlar o tempo. Mas será que voltando no tempo você consegue alterar as realidades e evitar que as coisas aconteçam?
É exatamente isso que você deve fazer: voltar no tempo, reviver diálogos o quanto quiser (assim permitindo que você saiba o que responder para que as coisas saiam a seu favor) e brincar com realidades alternativas. Agora você tem o poder que todo mundo já desejou um dia – o poder de corrigir ações voltando no tempo. Caso as consequências não sejam de seu agrado, você sempre pode voltar mais uma vez para então escolher a opção que deseja.
O que esse jogo traz de diferente de outro adventure qualquer da Telltale?
Aqui, as escolhas têm consequências reais e impactam mais diretamente o jogador. Os personagens são extremamente bem construídos e conectam-se ao jogador em um nível emocional muito intenso, fazendo com que você realmente goste ou não deles. Todos os estereótipos de colégio americano vistos nos filmes estão presentes aqui e você pode interagir com os personagens que quiser. Dessa forma, você constrói um relacionamento com eles que muda de acordo com as ações tomadas ao longo do jogo.
O relacionamento das amigas Chloe e Max é o centro do jogo, com sub-plots, quase que tão importantes quanto o resto, que são explorados em cada capítulo. Como vou segurar os spoilers, apenas posso dizer que o jogo consegue encerrar os capítulos com alguns cliffhangers tão potentes quanto os finais de temporada de Breaking Bad. Comparando com outros jogos, o nível emocional compara-se a Heavy Rain, que para mim é um dos melhores clássicos de PS3.
Infelizmente, só consegui jogar Life Is Strange quando todos os cinco episódios já haviam sido lançados, mas gostaria de ter a experiência de tê-lo acompanhado a cada episódio lançado. Com certeza eu teria acessado os subreddits e me divertido com os milhões de teorias sobre como seria o próximo capítulo. Lembrando que o formato episódico do game permitiu que ele se mantivesse vivo de Janeiro a Outubro de 2015.
Depois de ter terminado o jogo, posso dizer, com o coração cheio de alegria, um sorriso no rosto e uma pequena lágrima, que a francesa Dontnod acertou em cheio com Life Is Strange.
Se você ainda não jogou, jogue e venha comentar aqui depois.