Call of Cthulhu: Shadow of The Comet é um game lançado em 1993 pra PC. Se trata de uma aventura de point and click baseada no mito de Cthulhu de H.P. Lovecraft. O jogo usa elementos dos livros The Dunwich Horror e The Shadow over Innsmouth.
Meu marido baixou o game no Steam (você pode comprar online) e ficamos enrolando porque tudo que lemos e vimos sobre o jogo não davam a mínima vontade de colocar ele na lista de prioridades. Depois de zerar o Broforce, ficamos com vontade de um jogo mais sossegado e o Call of Cthulhu parecia ser uma boa opção. Assim que o jogo começou, eu achei bem engraçados os gráficos, que para a época são até que bons, mas tudo bem travado, cores saturadas e uma edição bem pobrinha.
A história se passa em 1910, na cidade de Illsmouth (em referência a Innsmouth de Lovecraft). Um fotografo é enviado para testemunhar a passagem do cometa Halley, depois que, na passagem anterior, um lorde inglês, chamado Lord Boleskine, anotou alguns fenômenos astronômicos que aconteciam na pacata cidade no estado de New England, Estados Unidos.
As anotações de Boleskine foram uma inspiração para John Parker, o fotografo que passa três dias na cidade e acaba se envolvendo numa trama de mistério, mitologia e terror. A história é bem interessante, mas o jeito que ela é contada é um pouco confuso. Não se trata da narrativa em si, mas de problemas do jogo, como textos incompletos na tela, falas cortadas e pouca interação do personagem com o ambiente. Spoilers leves adiante!
O que eu achei ruim
Vou começar falando dos aspectos que não gostei, porque a minha intenção não é ser mais uma pessoa apenas tirando onda do jogo. Não é um lixo, na verdade, é um jogo muito bom.
Mas esses problemas com o texto e as falas incomodam muito, numa proporção que, algumas vezes, você tem que falar repetidas vezes com o mesmo personagem pra conseguir entender o quebra-cabeça. Daí até matar a charada, demora ainda mais. O vídeo da intro já mostra um pouco como são os problemas de edição do jogo.
Outra coisa ruim é que os objetos interativos aparecem de forma arbitrária. Algumas vezes você tem um indicador nos olhos do personagem, outras você tem que sair clicando até achar o ponto certo. Não é nada intuitivo e tivemos que apelar pro Google algumas vezes que ficamos presos em um quebra-cabeça sem nenhuma dica do que deveríamos fazer.
Pior ainda é ficar preso em momentos-chave do jogo, como quando o protagonista vai espionar o culto indígena no mato e o índio vê que ele está atrás das árvores. A gente morreu muitas vezes até entender que tinha que ir pra direita.
Mesmo que a gente tenha pensado que tivéssemos tentado isso, na verdade, são alguns segundos bem apertados, o que acaba fazendo nos achar que está faltando completar algum outro puzzle. Aliás, muita coisa fica meio incompleta e sem explicação (tipo a bíblia sagrada que a senhora empresta e a gente nunca devolve).
O que eu achei bom
A trilha sonora é bacana, a história é muito envolvente e os quebra-cabeças são bem legais. Gastamos 12 horas no total, o que para um jogo antigo é até que bastante. Vimos que, no total, o jogo não chega a 4 horas, ou seja, 8 horas ficamos suando o bigodinho nos quebra-cabeças.
Dá muita vontade de explorar mais esse universo, conhecer a fundo a história e até pesquisar depois sobre os outros jogos baseados nas obras do H. P. Lovecraft. Quem gosta de jogos antigos pode se interessar por esse jogo. Como se trata de um gameplay simples, apenas usando mouse, basicamente, qualquer pessoa (que entenda bem inglês) pode jogar.
A história é bem profunda mesmo, tem bastante evolução e até momentos de humor, não só por conta dos problemas técnicos, pois há aspectos cômicos dentro do próprio universo do jogo. É bem leve, mesmo com todo o clima de terror e suspense em alguns momentos.
Em suma…
Acredito que o resultado final ficou decente, apesar de todos os problemas. Eu dei muita risada jogando e isso me ajudou a não ter medinhos nas partes de terror. Tudo bem vintage, bem anos 90, então, não se preocupe, você não vai ter pesadelos (mas alguns sustinhos, sim).