Já não é de hoje que o título da EA vem dominando o mercado de jogos de futebol com sobra. Muito disso pode ser associado ao simples fato de que o seu único rival parece ter sido engolido pelo tempo, se deixado ultrapassar por uma franquia que consegue fazer uma bela manutenção do seu sucesso.
Na E3, a Electronic Arts pode ter revelado mais motivos para a soberania de seu título de futebol. Hoje, FIFA é o jogo de futebol mais jogado no mundo e parece que continuará sendo por muito tempo.
A manutenção do sucesso
Se em meados dos anos 2000 o lendário Winning Eleven (mais tarde, Pro Evolution Soccer) dominava as enquetes e escolhas dos gamers fanáticos por futebol, hoje em dia o placar virou. O tempo não fez bem para os japoneses, que sentiram uma grande dificuldade de melhorar e acompanhar a notória evolução dos consoles modernos.
Do outro lado, temos o dominante FIFA, que desde 2012 veio pra cima com tudo, num contra-ataque fulminante, sem chances para a Konami. Com uma jogabilidade mais fluida, times licenciados e um modo online funcional, o jogo de futebol da EA derrubou o rival do trono e hoje lidera com folga.
Mas sabe quando um time está vencendo por um placar elástico e acaba se acomodando por acreditar que seu adversário jamais o alcançará? Pois é, para muitos isso aconteceu (e está acontecendo) desde o FIFA 14. Mas posso afirmar que não é isso. O que a EA faz é uma verdadeira manutenção do sucesso de seu título. O FIFA muda pouco de versão para versão, acrescenta detalhes que engrandecem a experiência do jogador, evoluem uma coisa ali e outra aqui, mas deixam os grandes passos guardados no bolso. Desta forma, conseguiram, ano após ano, se manter no topo.
Mas todo Pokémon precisa evoluir, né? Aparentemente a hora é essa.
Modo História: um agrado aos fãs ou uma simples mostra de poder?
Quem acompanhou a E3 deste ano pôde ver os trailers que revelaram as novidades que o novo FIFA 17 trará. A principal (e mais questionada) foi a adição do tal Modo História. Apelidado de “The Journey”, nele você jogará com o protagonista Alex Hunter, uma jovem promessa; um aspirante a craque que quer se tornar o melhor de todos os jogadores — OK, não podemos dizer que isso é uma história inovadora, mas poderia ser diferente? Além disso, o game contará com os técnicos da Premier League, todos com seus rostos, trejeitos e características muito bem representadas. Mais um ponto para o FIFA.
Seguindo os passos da 2K e seu modo história no NBA, pela primeira vez um jogo de futebol trará uma campanha de verdade. E, veja bem, a EA parece vir com tudo nessa tal campanha. A escolha da Frostbite Engine para o título já revelou seus frutos: gráficos extremamente bonitos nas cutscenes (Sim! Teremos cutscenes, oras!). Não apenas no modo história, mas o novo motor gráfico (o mesmo usado na série Battlefield) também enriquecerá o jogo num todo, trazendo um realismo ainda maior para cada jogador e quebrando aquele que, muito provavelmente, era o único fator que ainda fazia pessoas questionarem a qualidade de FIFA perante o rival PES.
Mas, para muitos, isso não é o suficiente. As críticas choveram na internet, muitos fãs não parecem interessados em viver uma história na pele de um sujeito qualquer. Na verdade, muitos estão mais interessados em saber se Flamengo e Corinthians estarão no próximo título (tendo em vista que ficaram de fora da edição 16), se podem sonhar com a Champions League, uma Copa do Mundo dentro do jogo, etc.
O que nos faz pensar se a adição do Modo História é simplesmente para mostrar algo como: “Olha, nós podemos evoluir. Só não queremos. Toma aí esse modo história, com um gráfico sensacional e fiquem quietos. Estamos combinados?”. Eu me empolguei, mas compreendo que é preciso muito mais que isso para que o jogo mostre que, de fato, tem escutado o que seus consumidores pedem.
O que podemos esperar da disputa FIFA x PES em suas novas versões?
Enquanto a EA revelou grandes novidades e a adição de um novo motor gráfico, Pro Evolution Soccer 2017 não mostrou nada de muito grandioso. O grande destaque de seu trailer, por incrível que pareça, ficou por conta do uniforme do Arsenal, outrora apenas “North London”. Se o jogo da Konami estiver indicando uma Premier League com times uniformizados, é um grande avanço, mas não um avanço suficiente para justificar uma investida contra o seu rival — tendo em vista que o FIFA tem a Premier League 100% licenciada, e isso não é de hoje.
Certamente, conclusões não podem ser tomadas com base nos trailers da E3, o tempo já nos ensinou isso. E esperaremos seus respectivos lançamentos para fazer uma análise completa aqui no Jogazera. Mas, aparentemente, FIFA larga na frente mais uma vez, com gráficos mais bonitos, a mesma jogabilidade refinada, repleta de possibilidades e, de quebra, um surpreendente (e ainda nebuloso, devemos admitir) Modo História.
Uma coisa é certa, no entanto: se a Konami não preparar algo de muito surpreendente para o novo PES, talvez estejamos apenas esperando um 7×1 inevitável.
Confira o trailer do novo modo “A Jornada”: