Anunciado no ano passado, o New 3DS XL chega amanhã ao ocidente. E não precisa pesquisar muito pra saber das tantas opiniões dos entendidos da Nintendo sobre a nova versão do portátil: teve quem gostou da ideia e talvez compre-o, e teve quem achou um desaforo por parte da Big N por uma simples — porém notável — questão: dentre muitas outras novidades, como suporte aos amiibo e efeito 3D melhorado, o portátil possui um hardware mais potente, e por conta desse fator, a Nintendo resolveu anunciar um game exclusivo para o portátil. Ou seja, se você tem uma das dez outras versões do 3DS, não poderá usufruir de Xenoblade Chronicles 3D, originalmente lançado para o Wii em 2010 e em breve presente apenas no New 3DS.
Mas não tenham um ataque, caros leitores e possíveis donos de um 3DS comum! Tranquilizar-vos-eis com alguns argumentos que compartilho neste artigo, e acredito que justifiquem o meu pensamento: a Nintendo não trairá os mais de 40 milhões de donos de 3DS, 3DS XL e 2DS. Relaxem aí.
Primeiramente, a Nintendo, assim como qualquer outra empresa, quer ganhar dinheiro. E não vai ser apostando num público menor que ela conseguirá isso. Então não faria sentido ela dar apoio apenas ao New 3DS, sendo que conta com uma userbase gigantesca do 3DS lá fora pra investir, certo?
O New 3DS talvez ainda tenha mais jogos exclusivos anunciados. Eu não duvidaria. Mas enquanto o 3DS estiver em número maior do que o New 3DS — situação bem irreversível, por sinal — a maioria dos lançamentos serão acessíveis a todos. Não acredito que o caso da exclusividade de Xenoblade Chronicles 3D se repetirá muitas vezes. Não é um negócio tão lucrativo, além de você dividir os consumidores do mercado de um mesmo produto, o que é meio problemático, ao meu ver. É um game feito apenas para promover o novo console.
“Então a Nintendo fez caca de novo, né? Meu Deus, essa empresa só dá tiro no próprio pé…”
Calma, não é bem assim. Precisamos lembrar que o GameBoy original e o GameBoy Color eram da mesma geração, e tinham uma diferença de hardware considerável, assim como do 3DS para o N3DS. E apesar de eu não ser muito fã dessa ideia de versões de portáteis absurdamente melhoradas, devo admitir que o GBC vendeu horrores (pudera. Com um Pokémon exclusivo pra ele, isso obviamente aconteceria).
O novo portátil terá integrado um segundo analógico e dois botões de gatilho — ZL e ZR. É uma adição bem-vinda e (felizmente) acessível aos donos das outras versões, bastando adquirir o Circle Pad Pro.
Além disso, tenho uma boa analogia para explicar outro ponto aqui: lembra-se do Expansion Pak do N64, aonde alguns games aproveitavam opcionalmente de incríveis 4 megabytes a mais de memória — concedidos pelo tal acessório — para melhorar texturas e outros aspectos técnicos? Pois bem, a situação aqui é parecida. Enquanto os novos games rodarão normalmente no 3DS, o New 3DS os executará com melhorias, como texturas de maior resolução, framerate otimizado, etc. E mesmo assim, os jogos estarão perfeitamente jogáveis nos modelos antigos. Então a troca de modelos não é um must, a não ser que seu espírito capitalista fale mais alto (e não há nada de errado nisso).
Enfim, é isso. Em suma, não há motivo para surtar caso já possua uma versão anterior do Nintendo 3DS, pois ele não se tornará obsoleto com a chegada do New 3DS. Se analisado com atenção, ele nada mais é do que uma repetição do que aconteceu (e deu certo) na história dos consoles portáteis, como o Game Boy Color, Game Boy Advance SP e Nintendo DSi.