Minha experiência com o beta de Diablo IV

Depois de quatro anos de seu anúncio, finalmente coloquei as mãos em uma singelo pedacinho de Diablo IV, disponível em early beta nesse último final de semana (17-19). Pude experienciar o primeiro ato do game e upar meu personagem de nível até o 25, desbloqueando uma parte da árvore de habilidades. Deu um gostinho para curtir uma protobuild para a minha Rogue—uma das minhas classes favoritas desde Diablo 2. Iria jogar de Paladino, mas infelizmente a classe ficou de fora do elenco dessa vez.

O game começa com a mesma intro cinematográfica que o anúncio, sendo um bom lembrete de como a história começou. O demônio no cargo chefe dessa vez é Lilith, dita como mãe do Santuário e filha do Ódio. Com uma presença mais marcante do que os outros Prime Evils de jogos anteriores, Lilith promete ser uma ótima vilã/antagonista.

Ao entrar e escolher o personagem, Diablo IV já estabelece uma atmosfera bem mais sombria do que o jogo anterior, mais similar ao segundo game. As cutscenes são super bem feitas e os detalhes em todos os personagens (até secundários) é de cair o queixo. Estive bastante envolvido nesse pedaço da história e esperava ansiosamente pela próxima cena.

Mudanças para melhor

Diablo IV é um jogo de mundo aberto. Embora isso possa chatear uma galera que está enjoada desse tipo de game design, saiba que a mudança aqui fez sentido e foi para melhor. O mapa é gigante, conectado e com uma porção de coisas para fazer e explorar. Masmorras, missões secundárias e eventos públicos são uma pitada do que compõe as atividades do game.

Por conta dessa mudança, Diablo IV abraça mais um lado ”MMO-lite”—é possível ver outros jogadores no mapa e interagir, formar parties e fazer basicamente quase todas as atividades em conjunto. Eventos públicos que acontecem aleatoriamente no mapa são um bom ponto de encontro com outros jogadores e conseguir aquela mãozinha na hora de enfrentar esses desafios.

Missões secundárias também são uma grande parte do conteúdo do jogo. Várias delas tem mais de uma parte e contam uma história completa com determinados personagens. Essas histórias são curtas e bem interessantes pra quem curte explorar mais o contexto em que o jogo se passa. Sinto que era essa construção de mundo que faltava para Diablo.

As masmorras (dungeons) também foram uma adição interessante, embora eu ache que são grandes demais. No começo, não é incomum ficar entre 20-30 minutos para completar uma dessas atividades, principalmente jogando na dificuldade mais elevada que o beta permite (chamado de World Tiers).

Uma coisa que senti quase que imediatamente foi o quão menos inflacionado os números são aqui. Talvez pelo jogo nem ter lançado ainda, mas comparado com Diablo 3 (principalmente em dificuldades mais altas), os números passavam da casa dos milhões, danos e buffs inflacionadíssimos que deixavam o planejamento de builds deveras mais complicado. De qualquer forma, espero que Diablo IV não siga por esse caminho.

Builds, skills e loot

Como disse ali em cima, joguei o beta inteiro com a classe Rogue. Especialista em armas rápidas e arcos/bestas, construir uma build simples que focasse em ataques à longa distância e evasão foi relativamente fácil. O sistema de skills está bem simplificado, além de não haver uma árvore gigantesca com trinta milhões de habilidades para desbloquear.

Pelo beta ser limitado até o nível 25, a evolução do personagem não pôde ir tão longe. E ainda sim, minha Rogue já tinha alguns equipamentos lendários e raros que faziam certa diferença na hora de matar hordas e hordas de demônios de uma vez. Alguns efeitos de armadura (principalmente nos itens lendários) não eram tão claros em suas descrições, me fazendo questionar se realmente estavam funcionando.

Gostaria de ter experimentado mais personagens, como o Bárbaro e Amazona. Devido ao tempo curto, foquei apenas na Rogue e finalizei o primeiro ato (que é o que está disponível no beta), fazendo uma porção de missões secundárias e eventos públicos.

Problemas à parte…

Betas são betas e problemas irão acontecer. Na sexta-feira, quando o beta abriu, jogar foi quase impossível. Uma festa de erros, perda de conexão e filas que passavam de uma hora e meia foram comuns no primeiro momento. Bugs também fizeram a festa—felizmente, nenhum sério o bastante para destacar aqui.

O que mais me tirou do sério foram as perdas de conexão. Estar num chefão no final de uma masmorra e tomar aquele disconnect foi de perder alguns cabelos, principalmente quando é necessário enfrentar tudo de novo.

Espero que os desenvolvedores tomem esse tempo extra até o lançamento para polir esses problemas. Não sei o quão possível é ampliar a capacidade dos servidores, mas ficou nítido que isso pode ser um problema quando o jogo lançar. Quem lembra do famigerado Erro 37 em Diablo 3?


Concluindo, meu tempo com Diablo IV foi ótimo. O jogo está bem diferente e mais “modernizado” para os tempos atuais, com um gigante mundo aberto para explorar e uma história bem promissora. Para o lançamento, espero que os problemas que enfrentei sejam solucionados.

Diablo IV será lançado dia 6 de junho para consoles da geração atual e PC.