Square Enix. Conhece esse nome? Provavelmente dirá que sim. Caso contrário, deixe-me lhe contextualizar: é a empresa por trás de JRPGs famosos, como a série Final Fantasy e Kingdom Hearts. Mas parece que tudo que a SE tem feito ultimamente com suas principais franquias, é reciclá-las. Por quê? Ela não confia mais em sua capacidade? Ou só está pensando no dinheiro?
Estamos recebendo inúmeros ports da franquia Final Fantasy na Steam — alguns desnecessariamente caros, diga-se de passagem — há um certo tempo. O PS4 receberá Final Fantasy Type-0 HD, Final Fantasy X|X-2 HD Remaster, além de Final Fantasy VII (!) por 15 dólares (!!), sendo que é a mesma versão lançada há quase 18 anos (!!!).
Nem o mercado mobile escapou dessa: há uma grande biblioteca de games da SE na Play Store e App Store, e adivinha só? Sim, grande parte dessa biblioteca é composta por ports de Final Fantasy e Dragon Quest.
O mais triste é que penso que tal situação não mudará tão cedo, pois gostamos de reviver a época de ouro dos RPGs. Eu mesmo, por exemplo, quero muito rejogar Dragon Quest VIII — mesmo este tendo sido relançado apenas nas plataformas mobile — e sem dúvidas, compraria um possível FFXII HD, caso fosse anunciado. São games que me interessam, mas ao comprá-los, só estarei dando mais apoio para que a SE continue a sustentar um lucro baseado em produtos reciclados.
Além disso tudo, vimos o abuso com a trilogia de FFXIII. Apenas um lembrete amigável: o rosto de Lightning estampa o nome “Final Fantasy” há quase dez anos, quando o primeiro game foi anunciado. Não posso julgar, pois joguei apenas o primeiro game da saga. Mas sério, isso me parece uma prática de quem está na zona de conforto, dado o ritmo que a série evoluía anteriormente.
Ao menos, a Square Enix tem as suas subsidiárias, e é daí que vemos games como Tomb Raider, Thief e Hitman. Mas é isso. Esses games salvam a variedade da empresa, mas não sei se seríamos justos ao dar todo o crédito à Square, já que nesses casos, ela foi apenas a publisher. Acho que jamais veremos novamente a variedade da desenvolvedora nos anos 90: Brave Fencer Musashi, Xenogears, Parasite Eve, Vagrant Story, e muitos outros.
Com tanta reutilização de títulos do passado e estagnação, temos a impressão de que a desenvolvedora exala insegurança. Mas não há motivo para agir de tal forma. Final Fantasy XV e Kingdom Hearts III provaram que a Square Enix está mais viva do que nunca, e não perdeu a mão para fazer bons jogos. É muita falta de respeito da parte da SE continuar sacaneando sua fanbase com relançamentos e afins, quando percebemos que o seu público aprova e quer a evolução. Prova disso foi a recepção extremamente positiva que ambos os games receberam.
Square Enix, você tem potencial, então passe a usá-lo com maior frequência. Não só isso, você também tem uma base de fãs fieis, que lhe apoia, mesmo após tantas mancadas. Então trate-os com o devido respeito. Após o lançamento de seus dois grandes projetos, acompanharemos de perto se você seguirá uma trajetória condizente ao seu legado, ou se repetirá o que fez na geração passada.