Aqui estamos em 2015, e a esta altura do campeonato, você já deve ter se acostumado com a atual geração de consoles, isto é, a menos que tenha vivido em uma caverna ao longo dos dois últimos anos, quando estes foram anunciados. Apesar de ainda não conhecermos toda a capacidade dos (nem tão) novos consoles, estou paciente quanto a isso. A internet, todavia, nem tanto.
Nas minhas aventuras pelas interwebs, vejo quase que diariamente consoles sendo difamados por apresentar limitações em seus jogos: resolução reduzida, framerate indesejável (inclusive, li o cúmulo do absurdo em um post que afirmava que um game que rodasse em 30 fps era considerado injogável!), entre outras parafernálias técnicas que são reduzidas ou até omitidas por completo. E eu estou perfeitamente conformado com isso. Você também deveria estar.
Gradativamente, as desenvolvedoras de games aprenderão a otimizar as novas plataformas, e veremos jogos mais bonitos graficamente. Guys, não há novidade alguma aqui. Foi assim desde o começo de cada geração de consoles, e continuará sendo. Portanto, eu vos digo: aceitem isso. E quando vocês se acostumarem, as produtoras vão querer ultrapassar os limites do PS4 e Xbox One, e aí mais uma vez, infelizmente encontrarão as restrições de cada arquitetura. Vimos (e ainda estamos vendo um pouco) isso acontecer com o PS3 e Xbox 360. Querem realizar proezas impossíveis nas plataformas antigas, e isso não sai bem como o planejado. É a vida.
“Mimimi, mas jogo X roda a 1080p no PS4, e 900p no Xbox One. Microsoft lixo, Pleistexon rules!1!11”
Ok. Você está fazendo essa afirmação porque acha que isso pode impactar significativamente a sua experiência, ou só está repetindo o que leu em uma IGN da vida? Te garanto que na hora que o jogo estiver te divertindo, dificilmente você vai se lembrar desses pixels a menos na sua TV. Sério mesmo.
O problema é que a mídia faz-nos pensar que isso é extremamente importante, quando não é bem assim que as coisas funcionam. Os jogos sempre tiveram limitações — principalmente até a quinta geração de consoles (Playstation, N64, e afins), onde as plataformas ainda não tinham poder de processamento o suficiente para dar tanta liberdade aos desenvolvedores. Controversamente, agora que as restrições não são um fator tão limitante, a crítica começou a pegar no pé nessa questão de resolução, framerate, etc., graduando uma geração inteira de graphics whores pela internet. Desde que tais limitações não tornem a experiência desconfortável, não deixe que esse tipo de informação afaste-lhe de um jogo. Agora, Assassin’s Creed: Unity (deixemos os problemas técnicos de Unity de lado) em 900p? Por favor, você não vai morrer se jogá-lo nessa resolução. Eu prometo.
Sua vida passa a ser um pouco mais triste quando você pára pra ficar reparando em uma textura borrada de um jogo. Jogos são muito mais do que isso. Um game lhe oferece história, músicas, cutscenes, arte e muito mais, e você vai desmerecê-lo por inteiro por causa de um efeito de sombra mal definido? Desapegue um pouco dessa obsessão por gráficos. Let it go. Tente aproveitar a criação como um todo.
Enfim, essa é só a opinião de um mero jogador. Contra a de zilhões de sites que bombardeiam-nos com notícias que fazem uma tempestade em copo d’água com esse assunto.
Poderemos — algum dia — ver os jogos atingirem o fotorrealismo gráfico, com framerate, texturas, efeitos e tudo o mais perfeitos. E sem sombra de dúvidas, ainda seremos apresentados a consoles capazes de rodar jogos em resoluções inimagináveis para os padrões atuais. Mas sinto muito em dizer-lhes que tudo isso não chegará a nós sem antes sofrer alguma forma de limitação, pois a tecnologia está presa em um ciclo aonde a demanda exigida é sempre superior à evolução do hardware.