Quando eu falo o nome Mario, em quem você pensa? Qualquer um com o mínimo de contato com videogames obviamente pensou no personagem da Nintendo, mesmo seu primeiro jogo tendo sido lançado na década de 80. Isso acontece porque, como todos nós sabemos, Mario Bros, Super Mario Bros, Mario Kart e companhia integram uma franquia clássica, como bem o dicionário define, digna de imitação, obra impecável.
Mas afinal, por que um jogo pode ser considerado clássico? Tem que ser velho? Tem que ser amado por todos? E finalmente, quais jogos de hoje em dia poderão ser considerados clássicos pelos seus filhos e netos?
É difícil responder qualquer uma dessas perguntas. Muitas vezes, após jogar ou, melhor ainda, terminar um certo jogo, no “calor do momento” você pode considerá-lo uma obra prima incomparável, mas algum tempo depois reconhecer um ou outro erro que o jogo possa ter, ou simplesmente aceitar que o título é realmente muito bom, mas não revolucionário.
Isso aconteceu comigo há pouco tempo, logo que terminei Grand Theft Auto V. Na hora, logo coloquei o jogo acima de qualquer outro. Alguns dias depois, ando me questionando se Grand Theft Auto: San Andreas ainda não continua um jogo mais divisor de águas e a frente de seu tempo do que o quinto título da franquia. Uma pena, ainda não achei a resposta.
Clássico é isso. Revolucionário, singular e ousado. Vai além de ser “simplesmente” bom, e muitas vezes, não é perfeito, mas é muito significativo. Como exemplo, sempre lembro de L.A. Noire, que realmente é um jogão, com tecnologias muito interessantes e uma premissa diferente. Mas o jogo parece não ter permanecido na memória dos jogadores por muito tempo.
Aqui começam as especulações. Quais jogos modernos poderão ser considerados clássicos em um futuro distante?
Bem, começo com minha aposta mais segura: Minecraft. Meu tempo com o jogo já passou, mas é incrível sua repercussão. Lançado sem grandes objetivos em 2009, Minecraft trouxe ar puro e alavancou o mercado de jogos independentes. Se hoje o mercado indie tem tanto apoio até mesmo das grandes empresas, agradeça a Minecraft (sem esquecer de Super Meat Boy, Braid, etc). Não só isso, está marcando uma geração e indo além do videogame. Tome como exemplo a versão Lego do game.
Outra aposta minha é Heavy Rain. O estilo “filme interativo” do jogo me conquistou de primeira. Sem contar o rico roteiro, a jogabilidade inovadora trouxe uma perspectiva diferente da fórmula “ache cobertura e atire”, predominante hoje em dia. Beyond: Two Souls, exclusivo do PS3, continuou a espalhar o quão interessante é o gênero, e Quantum Break, exclusivo do Xbox One, deve seguir o mesmo caminho, emprestando as mecânicas de Heavy Rain.
Para terminar minha série de apostas, escolho The Walking Dead, da Telltale. Apoiado pelo grande sucesso da série de mesmo nome que provavelmente vai continuar por vários anos, esse estilo único da Telltale (também utilizado na franquia Back to the Future) e a maneira de lançar os jogos por episódios já caíram no gosto do público, com certeza veremos muitos outros títulos utilizando a mesma fórmula no futuro.
É claro, existem muitos outros jogos que podem entrar para a lista. Red Dead Redemption, Fallout, Skyrim, Bioshock, Portal e muitos outros, mas quais vão realmente continuar sendo consagrados, só o tempo dirá. Qual a sua opinião?