A franquia Call of Duty desde seu lançamento em 2003 já gerou 11 bilhões de dólares para a Activision e vendeu 180 milhões de jogos. Números bastante impressionantes, mas não era de se esperar nada menor para uma série tão conhecida e presente na indústria de games hoje em dia, muitas vezes mostrando a todos que sim, jogos podem fazer mais sucesso que filmes.
A era moderna de Call of Duty iniciou-se com o primeiro Modern Warfare, lançado em 2007. O jogo quebrou com o costume de se fazer histórias sobre a Segunda Guerra Mundial e trouxe um combate contemporâneo, embora ainda militarizado. O grande destaque ficou por conta do multiplayer, que trouxe o sistema de “killstreaks”, recompensas que são dadas aos jogadores baseado na habilidade de matar mais do que morrer.
Como em time que está ganhando não se mexe, desde então vimos poucas mudanças na essência do jogo, e é possível que muitos de vocês leitores já tenham enjoado de jogar CoD em algum momento da franquia. Eu mesmo fui extremamente dedicado em Modern Warfare 3, mas a partir de Black Ops 2 deixei Call of Duty como algo mais casual e esporádico.
Com poucas mudanças na jogabilidade e gráficos, a Activision começou a investir pesado em ações de marketing, deixando o jogo em segundo plano e focando única e exclusivamente nas vendas – o importante era cada vez mais recrutar novos jogadores, não interessa como.
Para tal objetivo, a distribuidora se utilizou, por exemplo, de cenas extremamente pesadas e até mesmo desnecessárias para chamar a atenção para a série. Quem não se lembra da enorme discussão sobre a cena do massacre no aeroporto de Modern Warfare 2, ou da garotinha que é morta na sua frente em Modern Warfare 3?
Ações como essas evidenciavam o declínio da franquia, já que mostravam como a Activision estava louca para chamar a atenção de todos e sair no maior número de portais de notícias possível. Infelizmente, eles conseguiram, e mostraram como a embalagem estava valendo mais do que o conteúdo…
…até agora.
O Twitter oficial de Call of Duty é seguido por quase três milhões de pessoas. A conta, no dia 29 de setembro, teve seu nome temporariamente alterado para Current Events Aggregate, um nome genérico para um portal (falso) de notícias. Os tuítes iniciais foram sobre filmes e outros assuntos comuns, mas rapidamente a conta, que foi muito bem disfarçada, começou uma cobertura ao vivo (também falsa) sobre um ataque terrorista em Singapura.
A deplorável jogada de marketing foi uma vergonha para toda a comunidade gamer que seguia o perfil. A ação causou uma confusão na cabeça daqueles que perceberam a falsidade da notícia, afinal aquilo era para parecer real? Ou foi só uma tentativa frustrada de enganar todo mundo?
Os que não ficaram confusos, ficaram revoltados com a imensa irresponsabilidade da Activision. Inventar e divulgar um ataque terrorista em um território de cinco milhões de habitantes é realmente passar dos limites, e deixa claro o desespero da empresa para atrair novas audiências – ao que parece, sem sucesso.
Algumas horas depois, o perfil voltou ao normal com a mensagem “Isso foi só um pouco da ficção futura de Black Ops 3” – como era de se esperar, a reação dos usuários e da imprensa foi predominantemente negativa.
Call of Duty, menos. Bem menos.