Analise: Super Mario 3D All Stars traz clássicos da história dos videogames para o Switch

Super Mario 3D All-Stars é uma coletânea que traz os clássicos 3D do principal protagonista dos videogames. Mario 64, Sunshine e Galaxy são jogos que estão entre os melhores da geração e, também, entre os melhores plataformas 3D de todos os tempos.

Minha história com videogames da Nintendo teve um grande salto do Super Nintendo para um breve momento com o Nintendo 3DS e o Switch, deixando essa lacuna de praticamente 20 anos com muitos jogos clássicos. Agora, com esses relançamentos no Switch, como New Super Mario Bros U Deluxe e Super Mario 3D All Stars, tenho a possibilidade de conhecer alguns dos jogos que marcaram as últimas gerações.

Conhecendo a origem

Super Mario 64 é um dos jogos mais importantes da história dos games, principalmente por trazer consigo a base de qualquer jogo de plataforma 3D. Atualmente seus controles podem parecer um pouco difíceis, mas praticamente todas as mecânicas base de Super Mario Odyssey (que, até então, havia sido minha principal experiência de Mario 3D) estão lá. A base de um dos melhores jogos de 2017 está presente em um jogo de 1996. Ao notar isso, a sensação é simplesmente incrível e você passa a relevar algumas das características que deixam o jogo mais “datado” que os demais.

Os controles, apesar de precisos, necessitam de algum tempo até você se acostumar com o jeito da movimentação meio desajeitada do protagonista, principalmente em Mario 64. A primeira hora é particularmente difícil até você entender que a câmera, que foi originalmente mapeada como um botão de quatro direções, está transposta para o analógico, e isso acaba causando alguns transtornos e desentendimentos entre o jogador e o jogo.

Nos demais jogos, você vai enfrentar menos dificuldades com os controles e principalmente uma câmera mais amigável. São poucas diferenças nos controles, apenas uma habilidade aqui ou ali para o Mario. A modernidade no desenvolvimento e a evolução nas gerações conseguem ser notadas facilmente quando você joga. Dito isso, Super Mario Galaxy é de longe a melhor das três experiências na coletânea e, depois de tê-lo jogado, fico ainda mais curioso com Super Mario Galaxy 2, esperando que seja lançado logo para o Switch.

Um mesma estrutura para jogos incríveis

O ciclo de gameplay dos três jogos é praticamente o mesmo, coletar as estrelas escondidas em cada fase para, então, desbloquear novas fases e seguir com o jogo. Mario 64 e Sunshine são jogos que te deixam mais livre para decidir como e quais estrelas pegar, enquanto Mario Galaxy te apresenta uma jogabilidade mais direcionada, facilitando o seu caminho para as principais estrelas. Mesmo com esse ciclo, cada nova rodada em uma fase te levará para um caminho diferente que talvez não tenha sido explorado antes e isso mostra a grandeza de cada jogo.

É possível observar também um aumento na complexidade a cada estrela que avançamos dentro de um mesmo estágio e também a filosofia de design dos demais Marios aplicada aqui, em que um conceito é apresentado ao jogador, aperfeiçoado, modificado e testado com um grande desafio ou pequeno chefe.

Tudo isso é repetido por muitas vezes e no final um jogo extremamente rico toma forma. Você vai investir muitas horas se quiser encontrar todas as 120 estrelas de cada jogo.

Jogar as fases repetidas várias vezes e descobrir seus segredos é parte fundamental desses jogos, então recomendo que você só procure a solução de alguma estrela no YouTube como último recurso, pois a sensação de descobrir cada uma delas é maravilhosa.

Algumas (poucas) melhorias

A coletânea traz algumas poucas melhorias para os jogos. Super Mario Galaxy e Super Mario Sunshine foram ajustados para a resolução Widescreen (16:9), mas Mario 64 ainda roda no padrão original 4:3. Na questão da taxa de quadros, Sunshine e 64 estão configurados para 30 quadros por segundo e Mario Galaxy está rodando a 60, o que deixa o jogo ainda mais fluido e gostoso de jogar.

Além disso, os controles foram adaptados dos seus consoles originais para o Switch. O sensor de movimento de Mario Galaxy agora está no giroscópio do controle com o Switch na base ou no touchscreen, no modo portátil. Nos outros jogos, a principal mudança está na câmera, que foi adaptada ao analógico, causando uma dificuldade inicial em Mario 64 e com o controle do Fludd, em Mario Sunshine.

Por último, há uma opção de escolher músicas das trilhas sonoras de qualquer um dos jogos para escutá-las mesmo com o Switch em modo de descanso. As músicas dos três jogos são simplesmente incríveis e estão entre as melhores trilhas já lançadas até hoje. O tema de Delfino Isle, de Mario Sunshine, é um clássico, por exemplo.

Com tantas coletâneas por aí é bastante complicado justificar o preço de R$ 299,00 (US$ 60) apenas apresentando os jogos tradicionais sem nenhum tipo de bônus, save-state ou melhorias visuais significativas. Já são vários outros exemplos que vão desde as coletâneas do Mega Man Legacy Collection, Crash N-Sane Trilogy e Spyro Reignited Trilogy, que fizeram jus ao nome.

Conclusão

Super Mario 3D All Stars é uma coletânea que traz os principais clássicos da franquia mais famosa dos games. Se você, assim como eu, nunca teve a chance de jogar nenhum desses três jogos, essa pode ser uma boa porta de entrada (apesar do preço um pouco alto). A qualidade dos jogos em si é extremamente alta e praticamente todos envelheceram muito bem.

Seja para entender a origem de alguns dos principais gêneros da atualidade ou para reviver boas memórias, essa é uma excelente homenagem da Nintendo ao principal protagonista dos jogos.

Essa análise foi feita a partir de um código gentilmente cedido pela Nintendo.
Analise: Super Mario 3D All Stars traz clássicos da história dos videogames para o Switch
CONCLUSÃO
Três clássicos incríveis de altíssima qualidade. Apesar de algumas dificuldades, os jogos envelheceram muito bem.
POSITIVOS
Boa oportunidade para conhecer os clássicos
NEGATIVOS
Poucas melhorias
Preço de R$ 299 é alto
9
Excelente