A combinação, que parecia inusitada a princípio, do gênero Musou (também conhecido como Warriors) com a franquia The Legend of Zelda trouxe o primeiro Hyrule Warriors, um jogo excelente que permitia jogar com os mais diversos personagens da série até então, enquanto se enfrentava hordas e hordas de inimigos.
A sequência, Age of Calamity, traz a história que precede Breath of the Wild, contando o que houve antes da guerra que deixou Hyrule em ruinas. O jogo te coloca para jogar com 18 diferentes personagens, entre novos e figuras conhecidas do jogo anterior.
Mas afinal, o que são os jogos Musou ou Warriors?
O gênero Musou ficou popularmente conhecido no ocidente pela série Dynasty Warriors, especialmente com Dynasty Warriors 2 (que foi o primeiro musou lançado pela Koei Tecmo e Omega Force). Desde então, tivemos vários outros lançamentos da série e diversos spin-offs. Esses outros jogos começam a se cruzar com franquias conhecidas com o lançamento de Dynasty Warriors Gundam, para PlayStation 3, e, a partir de então, tivemos a convergência do estilo Musou com franquias como One Piece, Dragon Quest e Fire Emblem.
A estrutura básica dos jogos consiste no jogador controlar um personagem extremamente poderoso, capaz de derrotar exércitos de inimigos, enquanto percorre o mapa, cumprindo diferentes objetivos naquele campo de batalha. Há um tom estratégico na jogabilidade, já que você também precisa prestar atenção no que está acontecendo no mapa em geral.
A história de Hyrule antes de Breath of the Wild
Hyrule Warriors: Age of Calamity traz a história que precede Breath of the Wild, girando em torno dos acontecimentos até o despertar de Calamity Ganon. Há também um pouco de história dos quatro guardiões, das bestas divinas e da própria princesa Zelda.
Não vou entrar em muitos detalhes para não soltar algum spoiler por acidente, mas a experiência se enriquece bem mais se você tiver jogado (ou conhecido) a história de Breath of the Wild.
Diferente do Hyrule Warriors anterior, que percorre os diferentes Zeldas, Age of Calamity traz o estilo visual e praticamente todos os elementos básicos de Breath of the Wild, desde o paraglider, os ingredientes e o ato de cozinhar, a Sheikah Slate e as runas, os Koroks, baús escondidos e alguns outros segredos também.
Diferentes Personagens e estilos de gameplay
Cada um dois dezoito personagens jogáveis tem seu estilo de jogabilidade própria e, na maioria das missões, você pode escolher os heróis que acompanham Link em sua jornada. A maioria deles é desbloqueado durante a história, mas existem desafios para desbloquear alguns outros personagens também.
Revali, por exemplo, é ideal para jogar a distância e funciona melhor quando está voando. A jovem Impa é extremamente poderosa e ágil, mas aguenta poucos golpes. O campeão Daruk é mais lento e possui poderosos ataques corpo a corpo.
Link é o personagem que pode equipar diferentes armas e assim, liberar novos movimentos e alterar o estilo de gameplay do personagem. A espada e escudo são mais tradicionais, e permitem o movimento de bloquear ataques para contra atacar, as armas de duas mãos são mais fortes, mas lentas e deixam Link mais vulnerável à ataques dos inimigos e as lanças já são mais balanceadas, permitindo com que você consiga tomar alguma distância dos oponentes.
Cada objetivo no mapa é geralmente guardado por um ou mais sub-chefes, que são inimigos mais poderosos e que você precisa de alguma estratégia para derrotá-los. Geralmente essa estratégia é o uso de alguma runa como contra ataque no momento de um golpe especial do inimigo, o que é mostrado na tela para que você saiba o tempo correto de usar. Isso tira um pouco da dificuldade e da versatilidade das batalhas, pois claramente há uma maneira “correta e mais rápida” de derrotar cada inimigo.
Há também a possibilidade de controlar as Divine Beasts em algumas missões específicas, que são divertidas, mas infelizmente curtas e superficiais demais. O gostinho de sentir o poder de fogo dessas criaturas é algo que o jogo acaba não explorando e se torna apenas um fan-service.
A performance pode deixar a desejar em alguns momentos
Um dos grandes problemas de Hyrule Warriors: Age of Calamity é sua performance. Apesar de manter os 30 quadros por segundo na maior parte do tempo, em momentos que o combate está mais intenso, ou seja, muitos inimigos estão te cercando ou com muita coisa acontecendo na tela, o jogo tem algumas quedas drásticas na taxa de quadros, afetando significativamente a experiência, o que pode até atrapalhar algum objetivo mais difícil.
No modo portátil, o jogo sofre ainda mais, então recomendo que você jogue ele no Dock e na TV a maior parte do tempo.
Resumo
Hyrule Warriors: Age of Calamity é mais uma incrível mistura de Zelda com o gênero Musou, juntando-se a outras combinações de excelente qualidade, como Dragon Quest Heroes 2, Fire Emblem Warriors, One Piece Pirate Warriors e o primeiro Hyrule Warriors. A ambientação em Hyrule, antes da história de Breath of the Wild, só enriquece esse universo e deixa os fãs com o gostinho de quero mais (provavelmente você vai ter vontade de rejogar ou retomar aquela jogatina que abandonou dele, depois de Age of Calamity).
O gameplay rápido e dinâmico característico da série traz bastante variedade com os diferentes personagens jogáveis e, além das missões, você vai encontrar algumas outras atividades para realizar e segredos para descobrir. Apesar dos problemas de performance, o jogo é bastante sólido e traz o mesmo estilo gráfico de Breath of the Wild, com uma qualidade dos cenários similar.
Se você gostou de Breath of the Wild ou é fã dos jogos estilo Musou, essa é uma excelente recomendação e um dos melhores jogos do gênero lançados recentemente.
Obs: Essa análise foi feita a partir de uma cópia enviada gentilmente pela Nintendo