God Eater 2: Rage Burst foi lançado originalmente no Japão para o PSP e PS Vita antes de chegar de vez ao PlayStation 4. Publicado pela Bandai Namco, Rage Burst traz grandes influências de seu antecessor, aprimorando diversos aspectos do game de estreia da série.
A história se passa alguns anos após a conclusão de God Eater: Ressurection e você é um recruta novo da unidade Blood dos God Eaters, únicos capazes de usar as versáteis armas conhecidas como God Arcs. Você e sua equipe (composta por NPCs ou outros jogadores) devem cumprir missões que envolvem a exploração e o extermínio dos Aragami, monstros que estão ameaçando a existência humana no planeta.
A história conta com alguns arcos focados em determinados personagens e traz algumas reviravoltas para tentar manter o público interessado, entretanto, nenhum personagem traz alguma complexidade de caráter e a maioria das reviravoltas são previsíveis, o que pode tornar as coisas meio monótonas.
No entanto, God Eater tem muito a oferecer em relação ao seu gameplay. Seu personagem pode atacar, bloquear, pular e usar diversas habilidades diferentes para matar os Aragami, como as incríveis Blood Arts, ataques parecidos com especiais. O jogo contém um tutorial muito bem feito, que ensina todos os fundamentos do game de uma maneira simples e eficiente – mesmo ficando alguns dias sem jogar, é bem fácil reacostumar com os controles depois de voltar.
Como todo bom RPG, você e seus aliados têm habilidades, e é possível melhorá-las ou substitui-las por novas ao utilizar AP (Ability Points). Também é possível customizar os equipamentos e quais armas usar em sua God Arc. Por fim, é possível ganhar tickets que concedem materiais de upgrade, te poupando dos tão rotineiros grinds.
Falando em God Arc, ela é uma arma 3 em 1, que alterna entre uma arma corpo-a-corpo, escudo e um rifle. De início, sua funcionalidade é um pouco complicada, mas conforme você vai jogando e se adaptando, passa a entender o apelo da arma, que permite que você crie seu próprio estilo de jogo.
Porém, essa customização também pode ser um pouco frustrante. Digo isso pelo sistema de customização das balas que sua God Arc usa. Essa personalização permite criar diferentes tipos de balas para diferentes tipos de inimigos, mas a eficiência do resultado final pareceu algo determinado mais pela sorte do que pela minha habilidade com o sistema. Entretanto, isso não chegou a ser um empecilho para a conclusão do jogo.
God Eater 2: Rage Burst me surpreendeu com o seu design. Tanto o das fases, que vão de cidades destruídas para até florestas, como o das armas e dos próprios Aragamis. Apesar de ter paisagens distintas, muitas missões repetem os cenários, mas isso não chega a ser um problema grave justamente pela variedade de design dos Aragamis, pois quase sempre são inimigos diferentes. Quando não são, a diferença é que você mesmo tem novos membros na equipe ou novos equipamento e habilidades. Isso diminui a sensação de repetição.
Na minha visão, o jogo tem apenas um ponto fraco que me pegou de surpresa, que é a falta das vozes originais em japonês. Ok, isso pode não ser algo que todos se importem, porém, eu tenho a sensação de que muito da atuação original se perde com a dublagem americana. Mas isso é um problema da própria Bandai, que raramente traz seus jogos com a dublagem original (séries Tales of, por exemplo).
Deixando a dublagem de lado, God Eater 2: Rage Burst conta com uma trilha sonora empolgante, que nos faz querer cada vez mais descer a porrada nos bichões que encontramos pelo caminho. Além disso, ela nos ajuda a não dormir em muitos momentos das cutscenes do jogo, pois como disse acima… a história não tem nada de surpreendente.
Vale lembrar que God Eater 2: Rage Burst também tem um modo multiplayer para você caçar Aragamis com seus amigos, tornando tudo ainda mais divertido. Mas é bom você realmente planejar com amigos, pois se for depender de jogadores aleatórios você pode se frustrar, já que poucos jogadores estão no lobby online.
Apesar de ter algumas falhas na história, God Eater 2: Rage Burst se destaca pelas divertidas mecânicas de gameplay com sua customização de equipamentos e God Arc, fazendo com que seja uma excelente escolha para quem curta jogos de RPG na mesma via de Monster Hunter. Porém, caso você não goste desse estilo, talvez o jogo não seja para você.