Análise: Final Fantasy XII The Zodiac Age enaltece um dos episódios mais subestimados da franquia

Ainda que Final Fantasy XII: The Zodiac Age seja rotulado como a versão remasterizada de Final Fantasy XII, jogo lançado em 2006 para PlayStation 2, esta não é a história completa. Sim, os aspectos principais do jogo foram mantidos, como a história e os personagens, mas há elementos novos suficientes que justificam revisitar o jogo – para aqueles que já o conhecem – ou experimentar pela primeira vez este que é um dos episódios mais subestimados da franquia da Square Enix.

Uma história de vingança (sem novidades)

Final Fantasy XII se passa no mundo de Ivalice, onde ocorre uma guerra entre os impérios do norte e do sul, Archadia e Rozarria. Entre estes dois territórios encontra-se o pequeno Reino de Dalmasca, ameaçado pela guerra. O rei Raminas de Dalmasca é assassinado, e o príncipe Rasler acaba morto na guerra, deixando Dalmasca vulnerável à invasão de Archadia.

Neste contexto, você controla Ashe, a princesa viúva – que é dada como morta – mas lidera secretamente a Resistência, grupo de rebeldes que busca vingança pela morte do Rei de Dalmasca; Basch, um capitão sentenciado à morte; os piratas do céu Balthier e Fran; além de Vaan e Penelo, dois jovens que vivem em uma cidade de Dalmasca e acabam envolvidos nessa trama de vingança.

FFXII The Zodiac Age não faz nenhuma alteração no enredo de Final Fantasy XII, mantendo, portanto, um dos poucos defeitos do jogo: o apático protagonista Vaan. A princesa Ashe, o capitão Basch, e até mesmo o charmoso pirata Balthier conseguem ser mais interessantes que o pouco carismático Vaan, personagem que possui diálogos bastante esquecíveis.

O melhor sistema de combate da série (aperfeiçoado)

Final Fantasy XII quebrou paradigmas e trouxe pela primeira vez na franquia um sistema de combate em tempo real, semelhante aos MMORPGs. O jogador pode selecionar as ações dos personagens em tempo real no calor das batalhas – atacar, usar técnicas e magias -, ou pré-definir ações usando os Gambits, meu sistema de combate favorito de toda a franquia Final Fantasy, e perfeito para os entusiastas de programação (como eu).

Através dos Gambits, o jogador pode pré-definir uma ação para cada personagem a partir de uma condição. Por exemplo, usar Blizzaga em um inimigo vulnerável a dano de gelo, usar Phoenix Down em um aliado quando ele morrer, entre outros. Há infinitas possibilidades. Quanto mais otimizados estiverem os seus Gambits, menos deverá se preocupar durante as batalhas, agindo vez ou outra quando algo inesperado acontecer.

Na versão ocidental de Final Fantasy XII, existia um único License Board para todos os personagens. Isso resultava em personagens muito semelhantes (principalmente no final do jogo, quando todos poderiam usar as mesmas magias, armas e equipamentos). Assim como na versão oriental do jogo, FFXII The Zodiac Age traz o International Zodiac Job System. Trata-se de 12 profissões diferentes baseadas nos signos do zodíaco, cada qual com seu License Board e seu repertório de habilidades.

O diferencial de FFXII TZA é que cada personagem pode ter 2 profissões, permitindo assim que todas as 12 profissões sejam utilizadas (se distribuídas sem repetição). Ao combinar um Bushi com Black Mage, por exemplo, é possível criar um samurai com magias de dano devastadoras; e ao misturar Machinist com White Mage, nasce um poderoso healer que dispara projéteis a distância (acreditem, essa é uma das melhores combinações existentes).

A junção dos Gambits com novo Zodiac Job System fez surgir um dos sistemas de combate e evolução de personagens mais complexos e interessantes de toda a franquia. Com apenas uma semana de jogo, já é possível encontrar centenas de vídeos no YouTube com sugestões de builds e otimização de Gambits, tudo para você montar o time perfeito.

Novos recursos (muito bem-vindos)

Depois de montar o time perfeito e programar os Gambits da forma mais otimizada possível, as batalhas começarão a ficar massantes. E, acredite, você vai batalhar muito no gigantesco mundo aberto de Final Fantasy XII. Quando isso acontecer, a Square adicionou um recurso matador chamado Speed Mode Multiplier, capaz de acelerar o jogo nos momentos de tédio. Com o simples apertar do botão L1,o jogo pode dobrar ou quadruplicar a velocidade, perfeito também para farming de XP.

Outras adições notáveis são a música reorquestrada, que substitui oito músicas da trilha original por músicas regravadas em performance ao-vivo, que melhoram ainda mais a imersão em FFXII TZA (é possível alternar entre as duas versões a qualquer momento no menu de configurações); e uma função que sobrepõe o mapa na tela ao apertar o botão L3, que permite checar de forma transparente sua localização e destino atuais.

Além das adições citadas, FFXII The Zodiac Age traz o desafiador Trial Mode, onde os jogadores usam seus personagens do modo campanha para enfrentar 100 estágios de batalhas de dificuldade crescente. É pouco provável que você continue vencendo usando os mesmos padrões de Gambit. Além disso, HP, MP e efeitos de status são mantidos entre os estágios, adicionando uma deliciosa camada de complexidade ao desafio.

Um jogo que disfarça bem a sua idade

Apesar de ser a remasterização de um título de 2006, Final Fantasy XII The Zodiac Age parece um jogo legítimo de 2017. Seja por conta do visual renovado, do áudio regravado, dos seus inúmeros segredos e desafios, e do seu revolucionário sistema de combate (que, por incrível que pareça, foi pouco replicado por outros títulos).

Além da campanha principal, o jogador pode participar de Mob Hunts para derrotar inimigos únicos em troca de recompensas valiosas, explorar perigosos calabouços em busca de todos os Espers, completar side-quests que garantem itens e armas únicas, enfrentar desafios únicos em busca do troféu de platina, entre outros. Este é daqueles jogos que, quando maior a entrega do jogador, mais prazeroso ele se torna.

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Esta análise foi realizada com base na versão de PS4 Regular gentilmente cedida pela produtora. Final Fantasy XII: The Zodiac Age está disponível para PlayStation 4.

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