Análise: Dragon Quest Builders 2 é casual e divertido, mas com um bom conteúdo

Análise – Dragon Quest Builders 2

Dragon Quest Builders é uma combinação de jogos baseados em crafting, como Minecraft e Terraria, com uma das franquias mais renomadas dos RPGs japoneses que deu bastante certo. Tão certo que tivemos agora o lançamento do segundo jogo da série, que aprimora bastante alguns dos pontos criticados no seu antecessor.

A história é bem simples e traz um mundo dominado pelo caos e pela destruição. Nele, o papel do jogador, como o nome já diz, é construir, construir e construir. O jogo é dividido em pequenas ilhas, cada uma com seu trecho de história independente e sua temática própria. Na primeira parte você vai ajudar a reconstruir uma fazenda, plantando, colhendo e desenvolvendo o vilarejo local. O segundo mapa é um deserto que abriga uma comunidade de mineiros, onde você vai explorar diversos túneis por debaixo da terra, coletando recursos e restaurando os trilhos de trem para se mover mais rápido dentro da mina.

Entre os mundos também existe uma espécie de overworld, que funciona como um grande sandbox que liga as demais ilhas. Depois de completar a primeira parte da história, você libera subobjetivos, que precisam ser feitos nesse cenário. Eles variam de acordo com a temática de cada ilha e te fazem construir, por exemplo, um rio, um gramado e uma floresta, entre outros. Depois, uma série de objetivos menores e opcionais também ficam disponíveis.

Construindo…

A magia de Dragon Quest Builders 2 está na simplicidade e praticidade do seu sistema de crafting.

Por ser um jogo casual, você não vai precisar ficar caçando por recursos frequentemente e, logo no começo, desbloqueia algumas habilidades que podem facilitar parte do seu trabalho de destruir para então construir. A progressão dentro de cada ilha é dada por diversas mini tarefas, entregues pelos NPCs. São coisas simples, que vão desde construir uma determinada sala, como um quarto ou um banheiro, por exemplo, até coletar algum item específico ou fazer alguma outra side quest em um canto do mapa.

Você tem certa liberdade para construir e desenvolver sua cidade como quiser e cada pequena ação vai te gerar alguns pontos de gratidão, que são esses coraçõezinhos que caem dos NPCs. Quando você juntar uma certa quantidade para fazer a cidade subir de nível, poderá tocar o sino e, assim, você desbloqueia novas coisas para construir e mais quests para seguir naquela ilha. Aqui também quase não há grinding, a progressão é praticamente natural com as quests que você vai completando.

Melhoras na sua experiência

Uma grande melhoria de Dragon Quest Builders 2 está no sistema de equipamentos. Eles não possuem mais durabilidade, então você não precisa criar 200 peças de equipamento para não correr o risco de ficar sem eles em algum momento importante.

Uma outra mecânica bem bacaninha foi adicionada, que é a habilidade de planar. Agora, você consegue atravessar certas distâncias voando, o que permite algumas explorações bem diferentes. Basta construir uma coluna e sair planando do topo dela, até chegar aonde você deseja.

Outra facilidade está no sistema de waypoints, já que você não precisa mais de um item pra voltar pra base. Basta abrir o mapa e selecionar tal opção. Muito mais simples e você não precisa se preocupar por ter esquecido de levar as antigas Chimera Wings.

Também há novos tipos de salas que você pode construir. A melhor delas é um banheiro e, assim que você terminar de construi-lo, os personagens vão sair correndo e fazer uma fila para fazer suas necessidades. Depois de tudo isso, ainda rola uma pequena comemoração e uns pontinhos de gratidão, afinal, todo mundo conhece a sensação de alívio proporcionada por tal ato. Não bastasse isso, na mecânica de crafting, você ainda pode fazer adubo com o material que coletar ali.

Bater e andar

O ponto mais fraco de Dragon Quest Builders 2 é o combate. Na maioria das vezes, Malroth, seu companheiro, vai fazer o trabalho sujo e ser responsável pela maior parte do dano nos monstros. Sem nenhuma mecânica de esquiva ou vida suficiente para tankar os monstros mais fortes, você precisa sair correndo antes dele soltar aquele ataque mais concentrado e ir para o outro lado, pra continuar atacando sem problemas. Independente da arma, o movimento é o mesmo e isso vai ficar um pouco cansativo mais para o final da jornada.

Resumo

Dragon Quest Builders 2 é uma experiência extremamente agradável, seja você fã da série Dragon Quest ou de jogos de construção em geral. A trilha sonora clássica da série também é uma pequena viagem de nostalgia, mas pode passar despercebida se você não a conhecer, assim como outros pequenos detalhes da história, adicionados puramente como fan-service (um deles é jogado na sua cara nos primeiros minutos de jogo). As melhorias que o jogo traz sobre o primeiro título facilitam e muito na experiência do jogador como um todo, contribuindo para que o gameplay fique mais leve e você foque no que importa: ter a liberdade para explorar o mundo, coletar recursos e construir. O combate é simples demais e poderia ter sido mais trabalhado para trazer algum dinamismo, no entanto; pois essa de bater e correr vai ficando cansativo com o decorrer do jogo. 

A performance do jogo é fluida, seja no PS4 ou no Switch. Em ambos os consoles o jogo roda bem na maior parte do tempo e, por mais que o estilo da arte possa parecer simples, ele ainda carrega beleza e um charme único da série. O lançamento para o Switch contribui ainda mais para uma experiência casual. O jogo é ótimo para fazer você tirar o console do dock e jogar uma ou duas missõezinhas na cama ou no sofá rapidamente, antes de alguma outra atividade ou escutando um trecho de seu podcast favorito.

No fim do dia, a experiência calma e agradável e com um bom ciclo de repetição vai fazer com que horas se passem e você nem perceba, e é exatamente isso que eu esperava desse jogo.

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Esta análise foi realizada com base na versão de PS4 de Dragon Quest Builders 2, gentilmente cedida pela distribuidora.

O jogo está disponível na Loja Nintendo e na PSN.

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