Análise: Danganronpa 1.2 Reload
Lançado dia 14 de março, Danganronpa 1.2 Reload conta com os dois primeiros títulos da franquia de visual novel Danganronpa, criada pela Spike Chunsoft e publicada pela NIS America. Agora, pela primeira vez, ambos os jogos estão disponíveis em um console de mesa.
Com elementos de investigações no melhor estilo de Ace Attorney, uma pegada de Persona e uma história digna de um livro de suspense best-seller, Danganronpa 1.2 Reload mostra o motivo da franquia ter deixado o Japão para conquistar o mundo como um dos principais jogos do estilo.
Danganronpa: Trigger Happy Havoc é o primeiro jogo da franquia, lançado originalmente no Japão em 2010 apenas para PSP. Você é Makoto Naegi, um estudante normal convidado a estudar em Hope’s Peak Academy, uma escola onde apenas os melhores alunos são chamados para estudar lá. Graças a isso, todos que graduam nessa escola têm seu futuro garantido.
No primeiro dia de aula, Makoto está nervoso, afinal, ele se considera um aluno sem destaque algum e foi convidado para estudar onde apenas os melhores tem chance. Por conta disso, decide chegar à aula um pouco mais cedo. Ao chegar, algo estranho acontece quando Makoto entra na escola: ele desmaia.
Nova escola, novas regras
Quando Makoto acorda, a escola toda havia se transformado. Placas de metal tampam as janelas, há câmeras de vigilância em todos os cantos, além de um bilhete bem suspeito na carteira em que ele estava dormindo. Todos os outros alunos estranham isso, mas já era tarde demais — todos eles estavam presos na escola, e só há uma forma de escapar de lá: matando um de seus colegas.
Entretanto, nem tudo é tão “simples”. Quando um assassinato acontece, todos os alunos se juntam em um Class Trial (Julgamento da Classe) para decidir quem é o culpado. Caso o culpado seja descoberto, ele é punido com a morte, porém, caso a pessoa errada seja declarada culpada pelos alunos, todos são executados, com exceção do real assassino. Tudo isso para provar uma coisa: que o desespero é maior do que a esperança.
Danganronpa 2: Goodbye Despair segue a mesma premissa, mas dessa vez você é Hajime Hinata e, em vez de estar em Hope’s Peak Academy, você está em uma ilha tropical junto com os seus colegas de classe.
Você é o juiz
Durante o seu dia-a-dia, é possível conversar com os seus colegas, se aproximando deles e ir se aprofundando sobre a história do passado de cada um. Porém, a cereja no topo do gameplay do jogo são os Class Trials.
Cada Class Trial faz com que você investigue diferentes partes do cenário em busca de pistas sobre o assassinato. Durante o julgamento você se vê em diálogos dinâmicos onde é necessário achar argumentos que mostrem contradições nos discursos dos outros personagens em uma série de minigames.
Você não está sozinho nessa
Um dos charmes de Danganronpa são os seus personagens. Todos são muito bem desenvolvidos e eu sinceramente duvido que quem jogue qualquer um dos jogos não termine-o tendo um ou mais personagens favoritos. Cada um deles tem sua motivação e crenças, tornando-os imprevisíveis, assim como você esperaria de uma pessoa normal.
Isso tudo torna a experiência de Danganronpa ainda melhor, pois é extremamente raro acontecer algum assassinato em que você não seja atingido de alguma forma pensando “mas… como assim, ele morreu?”.
Não são só os alunos que dão graça ao elenco. O urso psicopata que quer espalhar o desespero no mundo, Monokuma, também é um personagem único, com seu tom irônico e diversas sacadas para tirar sarro de toda a situação cruel que está acontecendo com as pessoas que estão à mercê de suas regras.
Vamos lembrar que Danganronpa 1.2 Reload é uma remasterização de dois jogos que foram lançados originalmente para PSP, então, apesar do estilo caricato de anime, não é raro achar texturas borradas tanto na escola quanto na ilha em que se passam os jogos. Obviamente, isso não é algo que vá estragar sua imersão no jogo, mas podia ser melhor.
A trilha sonora de Danganronpa 1.2 Reload é tão boa que você mal percebe que ela está lá — e embora seja estranho dizer isso como algo bom, ela se encaixa de uma maneira tão natural que eu não consigo imaginar nenhuma outra música sendo usada nesses jogos. Quando alguma coisa acontece, a trilha sonora se adapta a isso dando um clima de tensão. Ou as vezes você escuta um grito e a música muda para uma muito mais rápida fazendo com que você pense “eu tenho que ir correndo lá ver o que é!”.
Mas existe um problema grave para nós, brasileiros. O jogo não tem localização para o português. Eu, Luccas, nunca vi isso como um problema, afinal, eu sou da geração que jogava jogos em japonês no Super Nintendo e PlayStation One e me virava do jeito que dava, mas com Danganronpa isso pode ser bem frustrante. Imagino que seria bem complicado para a empresa refazer alguns minigames exclusivamente para nós, levando em conta que o Brasil não é o maior mercado desse tipo de jogo.
Digo isso pois durante os Class Trials você tem diálogos dinâmicos em que deve apontar certas contradições no que as pessoas estão dizendo. Caso você não tiver um inglês no mínimo OK, vai precisar de uma ajuda do nosso querido amigo Google para resolver algumas partes.
Conclusão
Danganronpa é um jogo único, que você vai se ver preso pela sua história, suspense e música. E eu posso dizer isso com toda certeza, afinal, não é todo jogo que me faz sonhar isso:
“Tá, se isso aconteceu, não foi esse personagem quem matou ele. Mas se não foi, quem foi? Talvez tenha sido ela, mas ela não iria conseguir fazer isso…”
Quando eu acordo eu reparo que eu preciso descansar, mas além disso, eu preciso descobrir quem foi o assassino!
[alert type=white]
Essa análise foi feita com uma cópia digital da versão de PlayStation 4, fornecida pela NIS America.
[/alert]