Análise – Citizens of Space
Citizens of Earth, em 2015, te colocou pra jogar com o Vice Presidente da Terra, recrutando os estereótipos mais diversos com um sistema de batalhas que remeteu ao clássico Earthbound, mas com um senso de humor leve e incrivelmente divertido. Neste ano, tivemos o anúncio e lançamento de Citizens of Space, o próximo jogo da Eden Industries e publicado pela SEGA, seguindo no mesmo estilo do primeiro, mas agora, com uma aventura espacial e com uma ótima dublagem.
Política Intergalática
Neste jogo, você controla o Embaixador da Terra, que foi enviado em uma missão diplomática intergaláctica. Logo no início de sua apresentação, você descobre que a Terra desapareceu. Sua missão agora é descobrir o que aconteceu com a Terra e se possível, coletar seus pedaços e restaurá-la. Cada planeta que você visitar possui uma temática diferente: um depósito de lixo espacial, um planeta cheio de florestas, uma inusitada combinação de fogo e gelo e até a lua possui sua vida própria.
A variedade de inimigos contribui para que o jogo não se torne cansativo ou você caia na onda de lutar contra os mesmos inimigos de cores diferentes apenas. Cada região tem seus inimigos próprios.
Batalhas aleatórias, really?
O problema é que, diferente de Citizens of Earth, as batalhas aqui são (na maior parta das vezes) aleatórias. No jogo anterior, você precisava encostar em algum inimigo no mapa para desencadear o encontro. Aqui você possui um marcador no canto direito da tela que pisca gradativamente de verde à vermelho, indicando quando o próximo encontro vai acontecer.
Em 2019 ainda é difícil de entender e engolir essas batalhas aleatórias.
Citizens of Space, como seu nome já diz, te coloca para recrutar aliados das mais diversas espécies de alienígenas e robôs. Assim como os estereótipos do primeiro jogo, alguns deles são distorcidos para formar combinações que você não esperaria de personagens. São três categorias: os personagens de batalha, são quem vai à briga, efetivamente. Você, como embaixador não se envolve nas lutas diretamente, assim como o presidente não lutava. Você usa suas habilidades políticas para colocar modificadores, usar itens, substituir personagens ou invocar alguns aliados. Os personagens possuem basicamente dois tipos de movimentos: os que geram e os que consomem energia. Os que geram energia, geralmente dão menos dano e os que consomem, causam mais dano e, às vezes, alguns debuffs.
Aperte X para um crítico
Além disso, assim como na série Mario RPG, no próprio Earthbound, a cada ataque você tem um mini game que varia desde apertar os botões na hora certa, encher uma barrinha ou, assim como um cowboy, sacar sua arma e apertar o botão o mais rápido possível. Cada personagem tem seu estilo de jogo e seus mini games característicos e com habilidades mais poderosas. Os mini games teoricamente ficam mais difíceis (apesar de não ter notado muita diferença). Você também pode trocar os personagens durante a batalha, são três ativos, mas todos ganham experiência. Por conta disso, você não vai sofrer de não usar um personagem e de repente, precisar dele.
Alguns personagens estão apenas disponíveis como summons e como em todo RPG, são habilidades que gastam muito e causam bastante dano (que é sempre bom guardar para os chefões). Cada summon tem seu mini game específico e depois de usá-lo, vai demorar um tanto até que o Embaixador carregue sua barra de influência até conseguir usar outro.
Por último, os outros personagens são basicamente suportes. Eles podem ser equipados como parceiros dos personagens de batalha, aumentando alguns atributos específicos. Além disso, cada um deles também tem uma habilidade passiva. Por exemplo, seu ajudante te deixa regular a frequência de encontros aleatórios em uma área (isso é bom pra fazer aquele backtracking e não ter que lutar contra inimigos que você derrota em um golpe e praticamente não ganha XP).
Bom humor e uma dublagem incrível
Graficamente, Citizens of Space segue o mesmo estilo de seu antecessor, mas aprimorado. As animações dos personagens, apesar de simples, tem uma boa fluidez nos movimentos e se misturam bem com o ambiente. Tudo tem um tom cômico, principalmente os chefões.
Um dos grandes detalhes para o jogo está na sua dublagem. Praticamente todos os diálogos são dublados e as interpretações só confirmam as características do personagem. Você tem uma voz imponente, quase que como a de um apresentador de talk show. Infelizmente o jogo só está disponível em inglês, mas só de ouvir a voz de alguns personagens, a experiência fica boa demais.
O humor é constante e da um tom de leveza para a história. Até o presidente da Terra parece uma figura conhecida.
Resumo
No geral, Citizens of Space é uma ótima experiência para quem é fã de um RPG leve e com um excelente senso de humor. Apesar da quantidade excessiva de batalhas aleatórias, que em alguns momentos podem encher a paciência, o jogo de mais ou menos 30 horas vai te fazer explorar todos os cantos da galáxia em busca do que aconteceu com a Terra.
A performance do jogo não é um problema, exceto em uma área extensa e com lava correndo, a quantidade de informação na tela fez o framerate do PS4 cair consideravelmente, ficando um pouco estranho. O sistema de batalha do jogo remete à clássicos como Paper Mario e Earthbound. O problema é que quando você joga por várias horas, o cansaço de apertar os mesmos botões só para soltar um simples golpe é inevitável. Com tanto jogo saindo, Citizens of Space pode passar despercebido, mas pelo seu preço, vale bastante a experiência.
O jogo está disponível para Steam, PS4, Xbox One e Nintendo Switch.
[alert type=white ]Essa análise foi feita com uma cópia para review para PS4 fornecida pela SEGA.[/alert]