Quando eu finalmente comprei o meu Xbox 360, aposentando o saudoso Play 2, fui recepcionado pela franquia que me faria tomar gosto novamente pelo gênero FPS. Call of Duty, em particular a série Modern Warfare, a clássica, me fez um fã de “COD” por muito tempo.
A dificuldade em evoluir e ser fiel as origens afastou muitos jogadores, por mais que por muitas vezes o “mais do mesmo” fosse bem feito, a Activision deu algumas bolas fora, deixando a poderosa franquia em uma área nebulosa entre os demais games do gênero.
Com Modern Warfare, o retorno da série que marcou a franquia, Call of Duty reinicia a caminhada, trazendo ótimas novidades mas pecando em alguns detalhes.
Prenda a respiração e… atire!
Por mais que o grande sucesso dos games de tiro, nos tempos atuais, se deem aos seus modos online, Call of Duty (quase) sempre entregou campanhas de qualidade – principalmente em MW, MW2 e MW3 – este último sendo o mais fraco, neste quesito.
Neste novo Modern Warfare a história não deixa a desejar.
Apesar de muitos clichês e uma, já bastante batida, troca de pontos de vistas, fazendo uso de diferentes protagonistas, em diferentes locais da guerra, a campanha te prende do ínicio ao fim em suas pouco mais de 5 horas de duração.
A guerra contra o terror é vívida e, até mesmo quando se é posto a frente de tecnologias já conhecidas, como o uso de óculos de visão noturna, Modern Warfare o faz com muita competência. Não existe momento bom para respirar aliviado durante a campanha – e é assim que um jogo de guerra precisa ser.
A tensão de se estar em um acampamento inimigo ou em um campo de guerra aberto é muito bem emulada e isso se dá graças a renovação da engine, que traz gráficos impressionantes, além da bela fotografia – que te dá a sensação de estar vendo um filme a cada vez que uma cutscene entra na tela.
E o destaque principal fica para os efeitos sonoros. O som das armas, as explosões e todo o design de som são de assustar de tão realistas.
“Eu adoro o cheiro de napalm pela manhã. Cheira a… vitória”
Apesar do modo história notório, Call of Duty se atrapalha naquilo que deveria ser sua principal aposta: o modo online.
Após uma alpha empolgante e uma beta que deixou os jogadores com as sobrancelhas erguidas e ansiosos para testar a versão completa, Modern Warfare entrega uma experiência divertida online, mas que poderia ser muito mais – cuidadosa e de qualidade mesmo.
O título, de um modo geral, se esforça para agradar a todos os gostos, com diversos modos cooperativo e modos que exploram bastante o ritmo alucinado que é característico da franquia – e é aí que a coisa se atropela. O frenesi que faz parte do DNA de COD se perde nos novos e grandes mapas, que mais parecem uma tentativa de jogar o player em uma espécie de Battlefield quebrado.
O som do game, que no modo história é o grande destaque, no online parece incomodar e atrapalhar mais do que ajudar. Ecos de explosões fora de lugar e passos muito altos podem confundir os jogadores – que agora tem que se virar com um mini-mapa diferente também, que não mostra com precisão o posicionamento dos jogadores (e sim aponta uma direção de onde estão vindo os disparos – papel que o som já cumpre por si só).
O destaque fica para a mesa de armas. A mais completa dos últimos Call of Duty, com diversas opções de personalização e acessórios para criar combinações incalculáveis.
Vale a pena?
Modern Warfare é uma baita experiência de guerra moderna e faz um ótimo trabalho ao transportar o jogador para a pele de seus personagens.
Com uma história curta e capaz de te prender, a Infinity Ward acerta ao abrir o escopo de seu grande título, com diversos modos de jogo, uma nova engine e (pasme) um curioso cross-play.
Apesar de tropeçar em detalhes no modo online, podemos esperar que os desenvolvedores escutem a comunidade, atualizando e refinando os detalhes para tornar Modern Warfare o melhor Call of Duty da geração – pois potencial não falta.
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Esta análise foi realizada com base na versão Operator de Call of Duty Modern Warfare, gentilmente cedida pela distribuidora.
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