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Análise: Bound é um jogo com muita beleza e fluidez nos movimentos

Bound é um jogo de plataforma que é focado em passar sensações diversas para o jogador, assim como Journey e Abzu. Produzido pela Plastic Studio, o jogo faz um excelente uso de gráficos em poucos polígonos para criar ambientes maravilhosos e uma personagem cativante.

Bound

Dançando pelos cenários

A primeira vista, a jogabilidade de Bound parece algo simples: você terá que correr, andar, saltar e escalar inúmeras plataformas para chegar ao destino final. Mas o jogo é muito mais do que isso; a personagem principal é uma figura humanoide que se assemelha a uma dançarina. Seus movimentos são extremamente fluidos e belos em meio ao cenários, que variam de polígonos desconstruídos até grandes estruturas que são formadas com o dançar da personagem. Há um comando específico para o modo de dança e todos os outros comandos são alterados para que você possa criar sua própria rotina e apreciar toda a beleza e fluidez presente em cada movimento.

Os estágios apresentam uma semi-linearidade, pois há um caminho lógico a ser seguido dentro de cada fase, mas existem também atalhos e áreas secretas para serem encontradas, incentivando o jogador a voltar para tentar encontrar esses segredos. Ao final, você encontrará uma grande fita onde a personagem desliza por toda a fase e nela você poderá produzir incríveis obras de arte com o Photo-Mode.

Bound

Abstrato é a palavra

Bound é como uma obra de arte abstrata, deixando sua história para livre interpretação. Os cenários do jogo podem ser jogados em qualquer ordem e em cada um deles são apresentados fatos isolados de uma situação ocorrida na infância da personagem principal, sem deixar evidente quem é o culpado, assim como o caso de Capitu e Bentinho em Dom Casmurro. Algumas fases mostram outros personagens que referenciam a personagens clássicos de contos de fada, como a Rainha, a Princesa e o Monstro e cabe a você definir quem é quem.

Nem tudo são rosas

Bound possui alguns pequenos problemas que não conseguem passar despercebidos pelos olhos do jogador. A câmera, por diversas vezes, troca completamente de direção, deixando você perdido, fazendo-o cair e voltar para a plataforma anterior.  Há também problemas com cantos e quinas de plataforma, onde você poderá estar de pé no meio do nada ou mesmo cair como se não houvesse nada abaixo.

A dança, apesar de ser um dos elementos mais belos no jogo, não tem muita utilidade ao longo de sua jornada. Dançar por tempo suficiente produzirá um escudo com as fitas que envolvem a personagem, protegendo-a de partículas diversas que estarão no caminho para dificultar sua jornada. No entanto, de tempos em tempos o escudo acaba fazendo você parar e iniciar a dança novamente, e isso muitas vezes quebra o ritmo ou senso de urgência que certas partes de cada fase passam.

Pare para apreciar ou corra contra o tempo

Além do modo plataforma, onde você pode apreciar os belos cenários, é liberado um modo para speedrun depois que a campanha é finalizada. E nesse modo, o seu tempo de cada cenário é medido e existem até troféus para terminar a fase em um certo tempo. Isso transforma o jogo completamente, deixando-o com uma cara de plataformer de precisão, como Super Meat Boy e Spelunky, onde cada movimento deve ser feito sem erro ou você poderá ser penalizado no tempo final.

Bound

Bound é um jogo de extrema beleza, com movimentos fluídos e uma historia livre para interpretação, mas existem alguns pequenos problemas que não conseguem passar em branco durante a experiência. Gostaria que a dança tivesse mais significado e aguardo ansiosamente pelo modo VR, que será disponibilizado no dia 13 de outubro.

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Esta análise foi realizada com base na versão de PlayStation 4 gentilmente disponibilizada ao Jogazera pela Plastic Studios.

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