Anunciado dia 9 de Junho de 2021, Monark chamou a atenção de fãs do gênero de JRPG por ser o primeiro jogo do estúdio Lancarse. Talvez o nome “Lancarse” não seja familiar para você, mas é o estúdio criado por ex-desenvolvedores da série Shin Megami Tensei. Isso, por si só, já era motivo suficiente para colocar o título no radar de diversas pessoas, eu incluso.
Logo de cara anunciaram que Monark seria um RPG escolar, mas, obviamente não seria algo tão simples e mundano assim. Essa escola está passando por complicações devido a um misterioso poder sobrenatural e a nossa missão é resolver esse problema. Parece algo bem normal para um JRPG, pois, afinal, é isso que o jogo de fato é. Entretanto, como já disse anteriormente, não é qualquer equipe que está lidando com a criação dessa história.
Mas será que o jogo faz jus ao hype criado por conta do histórico de jogos dos seus desenvolvedores? Ou será que Monark é só mais um JRPG em meio a tantos que são lançados todos os anos?
‘Malhação’ Sobrenatural
Em Monark, somos um adolescente em uma escola de ensino médio japonesa, chamada de Shin Mikado, e ela está passando por alguns problemas. Há uma barreira mágica que impede que qualquer um saia ou entre no perímetro da escola. Além disso (como se isso não fosse problema suficiente) há uma névoa que aos poucos enlouquece as pessoas que estiverem dentro dela.
Por conta disso, a escola cria o True Student Council (ou Verdadeiro Conselho Estudantil) para que investiguem e resolvam esse mistério. Obviamente, isso é só um vislumbre do que é a história de Monark, pois cada arco envolve traumas, traumas, traumas e mais traumas.
Obviamente você, o vice presidente do Conselho com perda de memória e sem ter nem ideia do que estava acontecendo até agora, é peça chave e fundamental na resolução desse quebra-cabeças sombrio. Mas você só vai entendendo como isso acontece com o passar da história e suas reviravoltas.
Nada melhor que um passeio pela escola
Você logo descobre que existem sete “pactbearers” no jogo e que você precisa derrotá-los para acabar não só com a névoa, mas também com a barreira mágica. Para isso, você precisa explorar diversos prédios e andares que estão tomados pela névoa até chegar no seu objetivo e poder destruir o “ideal” do inimigo.
“Pactbearers” são pessoas que fizeram pactos com demônios poderosos, chamados de “monarcas”, e cada um representa um dos sete pecados capitais. Já esses “ideais” são cristais que se encontram em “otherworld”, mundo desses seres demoníacos, e são a materialização dos desejos e traumas desses “Pactbearers”. Por fim, destruindo três desses cristais você derrota oficialmente o “Pactbearer” e acaba com a sua influência sobre o lugar.
Obviamente, você não irá resolver isso tudo na conversa e sim num combate de RPG tático por turno! Você poderá gerir equipes de dois a até eventuais seis membros e controlar cada um deles de forma mais estratégica possível na arena para derrotar os daemons inimigos.
Conforme você vence batalhas, você adquire a moeda do jogo, e com ela é possível comprar alguns itens com Vanitas, nosso monarca, e desbloquear novas habilidades, tanto para o protagonista quanto para o resto da party, aumentando assim o nível do personagem.
Loop de gameplay repetitivo
O maior problema de Monark é o loop de gameplay que é bem repetitivo durante um trecho considerável do jogo. Você chega no lugar que há um problema de névoa e é apresentado ao que está acontecendo naquela bloco ou prédio. Em seguida, você lida com o começo dessa névoa, tem um pouco mais de exposição sobre o pactbearer e a história e já é jogado na missão de lidar com outra parte com névoa. Após destruir o segundo ideal e liberar essa nova parte, você vai atrás do terceiro ideal, não antes de ouvir mais exposição sobre o “pactbearer”. Nessa terceira luta. além de enfrentar os daemons que já está acostumado, também enfrentamos o Pactbearer e seu Monarca.
Isso já soa repetitivo. Então some isso ao fato de precisar upar todo novo personagem que o jogo lhe apresenta, pois, afinal, você não vai querer enfrentar daemons level alto com o personagem recém chegado no level 1. Para isso, você vai acabar grindando algumas lutas repetidamente para ir desbloqueando as habilidades desse personagem e poder prosseguir a história de forma mais tranquila.
Vozes japonesas famosas, mas nenhuma pt-br
Falando em prosseguir na história, há diversos quebra-cabeças para você desvendar no decorrer das investigações nas névoas. Para isso é bom você ter seu inglês em dia, já que, infelizmente, Monark não conta com localização pt-br. Sem legenda, muito menos dublagem.
Honestamente? Isso era de se esperar, afinal, é um lançamento bem de nicho e era improvável que fizessem esse trabalho de localização. Dito isso, ainda assim é lamentável não termos a opção de jogar em nossa língua materna.
Monark conta com uma trilha sonora composta por ninguém menos que Tsukasa Masuko, compositor de Shin Megami Tensei 1, 2 e de Devil Summoner: Soul Hackers. Suas composições dão um clima perfeito à todos os momentos do jogo, principalmente nos de ação.
Por fim, eu como bom weeb que sou, joguei com vozes japonesas e fiquei imensamente feliz por ver vozes famosas participando do elenco. Dois dos maiores exemplos de atores que participam de Monark são Shinichiro Miki (Roy Mustang em FMAB e Zamasu em Dragon Ball Super) e Ryūsei Nakao (Freeza em DragonBall Z e Dragon Ball Super).
Conclusão
Monark é um excelente JRPG e é capaz de fazer você repensar vários aspectos da sua vida. Eu sei disso pois aconteceu comigo após ficar encarando a tela da minha TV por 15 minutos pensando “Meu Deus, preciso mudar uns hábitos”.
Apesar da história primorosa do jogo, o combate e seu loop de gameplay é bem repetitivo. Isso somado à falta de localização PT-BR do jogo faz com que eu recomende ele apenas aos fãs mais fervorosos de JRPG. Apesar de eu achar que ele é um jogo que todos deveriam jogar pelo menos uma vez na vida.