Após anos de pesquisas, desenvolvimento e espera finalmente a nova linha de processadores da AMD, chamada de Ryzen, está pronta para o lançamento mundial (inclusive no Brasil). Bom, ao menos parte dela.
O fato é que neste dia 02 de Março apenas os processadores “top” da família serão lançados, chamados de Ryzen 7. Os demais modelos, Ryzen 3 e Ryzen 5, devem ser lançados somente para o final de 2017.
A terminologia da nova família (3, 5 e 7) não é coincidência, segue a nomeclatura da Intel para facilitar a comparação com os modelos da rival. Sendo assim como você já deve ter entendido é Ryzen 3 vs Core i3, R5 vs i5 e R7 vs i7.
A linha Ryzen 7 virá com 3 modelos inicialmente: 1700, 1700X e 1800X, que segundo a AMD batem de frente com os modelos i7-7700K, i7-6800K e i7-6900K respectivamente (lembrando: a Intel ainda não lançou os x800K / x900K na 7ª geração, por isso seus top de linha continham sendo da 6ª geração). Veja a tabela comparativa:
Claramente os números são semelhantes e a AMD parece ter algumas vantagens na questão performance vs consumo.
Segundo testes internos o 1800X se mostrou até 9% mais rápido que o i7-6900K, mas claro que devemos ter cautela pois por enquanto os únicos comparativos disponíveis são da própria AMD (devido a embargo), mostrados no seu evento de lançamento (que você pode ver na íntegra abaixo):
E por falar em evento de lançamento, um time de overclock da AMD conseguiu definir um novo recorde mundial no teste Cinebench R15. Utilizando nitrogênio líquido o time da AMD foi capaz de fazer um Ryzen 7 1800X rodar com voltagem de 1.875V e atingir 5.2Ghz no processador, conseguindo com isso um score de 2449 pontos no teste. Claro que isso é apenas para entusiastas e ainda é preciso ver como os novos processadores se comportarão com overclocks mais “normais”, mas de toda forma é algo impressionante para os entusiastas.
Mas voltando a questões mais comuns, um ponto muito importante a se destacar sobre a linha Ryzen 7 é o preço. No mercado internacional todos os modelos da AMD devem custar menos do que seus concorrentes da Intel, e no Brasil é “quase” a mesma coisa: enquanto o i7-6900K custa ofensivos 5 mil reais, o R7 1800X sai por “apenas” R$ 2.299,00 na pré-venda. O R7 1700X também é um pouco mais barato que seu concorrente direto – R$ 1.799,90 vs R$ 1.999,90 do i7-6800K, mas estranhamento o R7 1700 custando R$ 1.499 acaba não valendo a pena frente os R$ 1.349,90 do i7-7700K (todos os valores a vista).
Ainda falando de especificações, a família Ryzen irá utilizar o socket AMD AM4 com os chipsets A320, B350 e X370, memórias DDR4 duas channel e introduzindo suporte a USB 3.1 Gen2 (10 Gbps) e portas NVMe M.2.
E quanto as outras linhas?
Ainda não houve um anúncio oficial da AMD quanto as datas de lançamento da linha Ryzen 3 e Ryzen 5, mas o que se sabe é que devem sair em algum momento do segundo semestre de 2017.
A linha R3, de CPU’s de entrada, deve vir com dois modelos e a R5, mais mid-range, com 4 modelos. Veja abaixo o comparativos com os concorrentes diretos da Intel:
Novamente pode-se notar uma briga boa com alguns conhecidos modelos da Intel, a salientar-se o fato de que todos os modelos da família Ryzen oferecerão suporte a overclock, algo possível somente nos modelos “K” da Intel.
O renascimento da AMD?
O grande “hype” em cima da família Ryzen é a esperança de que finalmente a AMD volte a competir de igual para igual com a Intel, que vem dominando o mercado de top CPU’s por algum tempo. Mas ainda é cedo para afirmar isso com certeza então eu esperaria os reviews independentes antes de sair fazendo pre-order, ainda mais se formos considerar que não há nenhum tipo de informação em relação a performance da nova família em jogos. É claro que os números nos testes sintéticos são promissores, mas é fato sabido de que a grande maioria dos jogos não utiliza muito bem os núcleos / threads extras dos processadores. Na teoria DX 12 veio para melhorar essa questão, mas pelo menos por enquanto as melhorias são notadas somente até 4 núcleos.
De toda forma, essa é a primeira grande reformulação de arquitetura que a AMD faz desde 2011, e o primeiro lançamento em praticamente uma década com chances reais de competir frente a frente com a Intel (ao menos em alguns aspectos). Só isso já é motivo de comemoração por parte dos consumidores, pois concorrência é sempre bom pra gente.