Desde que os primeiros headsets de realidade virtual foram revelados, um certo alvoroço passou a rodear a ideia de se jogar videogame com essa nova tecnologia. Um óculos robusto, parecido com o visor do Ciclope dos X-Men, que nos transporta para dentro do jogo, resultando em uma imersão jamais vista. Parece perfeito, não é? Mas será que vai funcionar?
Podemos presenciar um novo passo na evolução da tecnologia de games, ou quem sabe um grande fiasco. Nem todos são adeptos dessas inovações e torcem o nariz na hora de abraçar esse tipo de novidade. Mas, no fim das contas, a pergunta que interessa: alguém nos perguntou se queremos a realidade virtual nos videogames?
A linha tênue entre evolução e experimentação
Vivemos uma era escassa de criatividade nos jogos. Não que os jogos sejam ruins, longe disso, mas existe uma tendência a se seguir, e as desenvolvedoras parecem estar abraçando-a cada vez mais — o que é natural. Como tudo na vida, existe uma “moda”, e na maioria das vezes acompanhá-la é o certo a se fazer, principalmente ao considerar fins comerciais. Hoje em dia, o “mundo aberto” parece ser uma constante; franquias como Metal Gear Solid e muitos títulos novos vêm adotando o gênero. Se a realidade virtual se agarrar à premissa de “revolucionar e mudar os parâmetros”, pode ser realmente uma grande tacada.
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Independentemente das ideias novas, existe um fato que não podemos negar: os jogos evoluíram muito. A sensação que temos é de que chegamos ao limite da qualidade gráfica; que não tem muito mais o que acrescentar. Porém, como estamos cansados de saber, esse papo de “esses gráficos são imbatíveis!” costuma cair quando uma nova geração surge e, com ela, novos jogos ainda mais poderosos. Mas devemos admitir que, da geração antiga para a atual, não houve um salto tão grande. Não como existiu do Super Nintendo para o Nintendo 64, por exemplo.
A Nintendo não pode faltar na pauta da “evolução”, por sinal. Com o Wii, a empresa japonesa introduziu uma nova forma de jogar videogame, forma esta que, em seu tempo, revolucionou e balançou o mercado de games, de forma a ditar os próximos passos. Com esse fenômeno, a Sony e a Microsoft viram-se obrigadas a se render aos jogos controlados por movimento. A Microsoft desenvolveu o incrível Kinect e a Sony investiu no PS Move, que não foi tão bem recebido quanto o sensor de sua rival. Essa evolução na forma de jogar veio de uma experimentação da Big N, que acabou dando muito certo, deixando uma herança interessante.
O fato é que, nos tempos de hoje, os jogos com movimento estão longe de ser uma tendência e sequer representam uma força considerável no mercado. Foi grandioso na época, mas apenas na época. Estaria a realidade virtual fadada ao mesmo destino?
Um grande passo em rumo ao desconhecido
O momento em que todos se perguntam se querem incorporar a realidade virtual em sua jogatina é agora. Que a novidade é algo grandioso e um tanto quanto sedutor, ninguém pode negar. O desconhecido, normalmente, é assim.
Sendo uma experimentação ou uma ousada evolução, não podemos bater o martelo sobre a aceitação dessa nova forma de se jogar. Novos jogos virão, uma experiência diferente de tudo o que já foi feito e um horizonte embaçado nos aguardam. Me animo com as possibilidades, mas me contenho quando penso que estar dentro do jogo pode trazer uma sensação estressante — às vezes até mais do que divertida. É uma quebra de paradigma extremamente ousada.
Tudo ainda é baseado em suposições. Provavelmente testaremos, daremos uma chance e tentaremos mergulhar nesse novo meio de se jogar videogame. Afinal, é isso que amamos. Resta saber se estaremos dispostos a abraçar a experimentação da realidade virtual — e tudo o que ela representa — como algo que veio para ficar.