Review – Metal Gear Rising: Revengeance

Anunciado na E3 de 2008 com o título Metal Gear Solid: Rising, o game vinha com a proposta de “corte o que quiser” e continuaria a história da série após os acontecimentos de Metal Gear Solid 4, colocando Raiden como protagonista. Porém Hideo Kojima (criador da franquia) percebeu que a Kojima Productions não era a melhor opção para trazer essa nova abordagem a franquia. Kojima revelou em 2011 que iria trabalhar em conjunto com a Platinum Games.

E assim nasceu Metal Gear Rising: Revengeance, game que deixou de lado os elementos steath característicos da série e se voltou para a ação frenética.

História

Após a queda dos Patriotas e a Insurreição de Ocelot, Raiden presta serviços a Maverick, uma Companhia Militar Privada (PMC), e sua missão é proteger um importante político Africano. Tudo parecia ir bem até que a Desperado, uma outra PMC com vários cyborgs, aparece e ataca Raiden e seus companheiros e acabam por sequestrar o politico, fazendo com que Raiden parta ao resgate.

Metal Gear Rising

A perseguição continua abordo de um trem onde Raiden vê o político que deveria proteger ser brutalmente assassinado. Raiden entra em combate com Sam, um dos cyborgs da Desperado, mas acaba sendo derrotado facilmente e perde um braço e um olho no processo. Após receber novos upgrades e melhorias, Raiden se torna ainda mais mortal, e parte em busca de vingança e justiça.A história é boa e cumpre seu papel, mas não chega a ser nada espetacular como acontece com os Solids, o que é uma pena. Apesar de possuir alguns personagens carismáticos e interessantes, Rising peca por não os desenvolverem direito.

Para os fãs de longa data, o principal ainda está ali: Conflitos filosóficos e políticos. Até o Codec (rádio que serve para se comunicar com outros personagens) está de volta e trás diversas conversas interessantes, principalmente as que contêm informações sobre o mundo “Pós-Patriotas”.

Gameplay

O que realmente chama a atenção em Rising é sua jogabilidade, com ótimos combates no estilo Devil May Cry (infelizmente, com menos opções de combos). O jogo veio com a proposta de “corte o que quiser”, mas acabou sendo um “corte como quiser”, pois com o Modo Katana, Raiden é capaz de alinhar a linha de corte de sua espada de alta frequência, permitindo assim que o jogador arranque braços, pernas ou até mesmo decapite inimigos sem maiores problemas.

Dois pontos fundamentais da jogabilidade são o bloqueio e o Zandatsu, técnica que permite arrancar as células de energia de inimigos enfraquecidos e com isso aumentar sua própria barra de vida. O bloqueio só é possível quando o jogador aponta o direcional analógico em direção ao golpe inimigo e ataca, o que é uma mecânica estranha, mas que deve ser dominada, pois a dificuldade do jogo é bem desafiante. A dificuldade é outro ponto forte, não é estranho ver jogadores sofrendo nos combates mesmo estando no nível Normal de dificuldade. Parte disso se deve a falta de uma defesa ou esquiva convencional, mais simples do que tentar contra-atacar a todo o instante.

O jogo é repleto de ação do começo ao fim, mas mesmo o foco sendo o combate, ainda existe algumas áreas que podem ser atravessadas usando o estilo steath, para isso o jogador tem a seu favor a clássica caixa de papelão que serve como esconderijo e hologramas de modelos, que são usados para distrair os inimigos. Infelizmente a inteligencia artificial é meio falha nessa questão, pois as vezes é possível atravessar determinada área correndo sem ser notado.As boss fights são excelentes, seja elas com o Raiden cortando um Metal Gear RAY no meio, ou contra os cyborgs da Desperado. Todas são acompanhadas com uma trilha sonora pra lá de boa, que deixa o jogador totalmente no clima frenético do game.

Aspectos técnicos

Os gráficos do game são extremamente competentes e não deixam a desejar, mas não é exatamente algo memorável. Minha experiência foi no console Playstation 3 onde o jogo rodou em 720p tranquilamente sem nenhum problema com a taxa de quadros por segundo.

As cutscenes são bem atraentes e bonitas de se ver, com certeza vai aparecer alguém curioso e parar pra ver aquele ninja robô correndo verticalmente em um prédio.

A trilha sonora é um show a parte, as músicas são bem agitadas e animadas, deixando o jogador no clima de ação frenética o tempo todo. Não da nem para descrever, sério, confere ai:

http://www.youtube.com/watch?v=ULQgMntenO8

Replay

O jogo possui cinco níveis de dificuldade, sendo três delas superiores a “Normal”, ou seja, pra quem gosta de desafio o jogo é uma boa pedida. O jogo conta com alguns colecionáveis curiosos, como 30 braços esquerdos que precisam ser amputados de inimigos, cinco cyborgs escondidos em caixas de papelão que precisam ser encontrados, 20 Arquivos de dados e por ai vai.

Os velhos “Títulos” estão de volta, eles variam de terminar o jogo alertando o menor número de inimigos possíveis a terminar o jogo em todas as dificuldades tirando a nota máxima em todos os combates.

Se você é daqueles que gosta de troféus e conquistas, pode se preparar para sofrer, já que você vai ter que derrotar todos os chefes na dificuldade máxima sem levar dano, coisa de louco. As temidas VR Missions também estão presentes, diferente de Metal Gear Solid 2, elas estão em menor número, mas igualmente difíceis e desafiadoras.Três pacotes de DLCs foram lançados, o primeiro trazendo ainda mais tormento com novas VR Missions. As outras duas trazem prólogos para os inimigos IF Prototype LQ-84i, Blade Wolf para os íntimos, e Jetstream Sam, o samurai brasileiro.

Tudo isso aumenta muito o fator replay, fazendo com que o jogador perca várias e várias horas.

Conclusão

Metal Gear Rising: Revengeance surpreende por trazer uma nova abordagem a uma franquia conhecida e com uma ótima jogabilidade, mas comete alguns pequenos erros que podem ser consertados em uma possível sequencia, como um roteiro que não consegue chegar perto dos títulos da série Solid e a falta de desenvolvimento dos personagens.

Pontos Positivos

  • Combates frenéticos.
  • Trilha sonora envolvente.
  • Nível de dificuldade desafiador.

Pontos Negativos

  • Personagens mal desenvolvidos.
  • Falta de uma defesa/esquiva convencional.
  • Curto tempo de duração da campanha.

[infobox title=’Ficha Técnica’]Metal Gear Rising: Revengeance
Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360, PC
Desenvolvimento: Platinum Games
Distribuição: Konami
Data de Lançamento: 19/02/2013[/infobox]