Analise: Gran Turismo 7 é um retorno às origens e o ápice da série

A série Gran Turismo sempre foi um dos maiores clássicos do PlayStation e se fez presente em todas as gerações do console. Sua última entrada, Gran Turismo Sport, acabou dividindo opiniões e não agradou tanto quanto seus antecessores. Agora, em 2022, comemorando 25 anos da franquia, temos o lançamento de Gran Turismo 7, que também marca a chegada da série ao PlayStation 5.

Uma maior simplicidade na apresentação e facilidade de navegação

Primeiramente, uma das principais vantagens de Gran Turismo 7 está na facilidade para navegação entre os menus e o modo de apresentação do jogo no geral. Um hub central divide as áreas, que estão apenas a poucos segundos de distância umas das outras (praticamente sem nenhum carregamento no PlayStation 5).

O Café é um dos principais destinos para suas primeiras horas. Você será introduzido aos conceitos básicos através de uma espécie de campanha, apresentada como Cardápios. Essas missões variam desde colecionar carros de um modelo específico, que você obtém correndo em pistas do Circuito Mundial, até introduzir cada novo local liberado no Hub Central.

Há também uma métrica chama de PP (Pontos de Performance), que descreve de maneira simplista o “poder” do seu carro; e, para melhorá-la, é possível comprar novas peças para os carros.
Minha recomendação, no começo, é focar apenas em alguns carros exigidos para as corridas necessárias para a progressão no cardápio, pois o dinheiro pode acabar sendo um problema.

Toda essa navegação entre os menus é extremamente simples e intuitiva, reduzindo drasticamente o tempo que você ficará navegando entre as opções e seleções antes de cada corrida.

Assistências e introdução de conceitos

Gran Turismo 7 traz uma sensação de direção similar às dos jogos mais realistas, muito mais voltada para a simulação (como o próprio slogan do jogo diz: Real Driving Simulator). Para os novatos no gênero (ou se você, assim como eu, for mais fã de um jogo de corrida arcade, como Forza Horizon ou Need for Speed), GT 7 faz um bom trabalho ao introduzir assistências que podem ir desde frenagem automática, para você entender qual a melhor velocidade para poder entrar em cada tipo de curva, até uma ajuda na direção, que te ensina a melhor maneira de fazer as curvas nas pistas.

Esses conceitos também são abordados nos tradicionais exames de licença, que retornam para a série depois de não aparecerem em GT Sport. As licenças são uma boa maneira de treinar e aprimorar suas habilidades e, então, tentar jogar sem as assistências; uma das minhas primeiras memórias com Gran Turismo, aliás, foi lá no PlayStation 1 e com o quanto sofri para conseguir tirar cada uma das licenças necessárias.

Corridas simplesmente incríveis

As corridas de Gran Turismo 7 são simplesmente incríveis. Cada categoria de carro possui um estilo de direção diferente e para completar as missões do Café, você precisará variar bastante entre eles. Dessa forma, o jogo tranquilamente o conduz a se acostumar com cada particularidade de percurso.

O grau de complexidade das pistas, bem como a potência dos carros, escalam gradativamente e garantem algumas boas horas correndo com veículos que podemos considerar mais “comuns” até chegar nas categorias de corrida e nos modelos mais modernos.

As pistas de Tokyo me agradaram demais, principalmente pela construção dos cenários e dos desafios de tentar jogar limpo (sem encostar em ninguém ou bater nas paredes) em pistas tão estreitas.

Fonte: Divulgação oficial PlayStation

O uso do Dualsense, jogando no PlayStation 5, também é um destaque. O feedback háptico traz a sensação da pista para suas mãos, apesar de ser um pouco exagerado em alguns momentos ou nas corridas off-road. Já os gatilhos adaptados são excelentes para controlar a aceleração, principalmente em curvas mais complexas.

Graficamente, o jogo é impressionante, rodando a 4K e 60 fps no PlayStation 5. A Polyphony conseguiu explorar bastante os visuais gráficos da geração atual e deu um salto gigante desde o último Gran Turismo numerado, que saiu para o PS3 há quase uma década.
O ciclo de dia e noite em algumas corridas é simplesmente fabuloso e a iluminação em si merece grande destaque.

Bastante conteúdo para agradar o público

Além das corridas no Circuito Mundial, depois de algumas horas o multiplayer e o modo competitivo Sport ficarão disponíveis.

Também há um modo de missões, que te desafiam de maneiras criativas e introduzem alguns outros conceitos que não haviam sido explorados até então. Esse modo foi uma das grandes surpresas para mim e é uma boa maneira de variar um pouco do gameplay das corridas tradicionais.

Além de tudo, há opções que irão agradar demais os fãs de automobilismo. Há uma oficina onde é possível lavar o carro, trocar o óleo e realizar outras manutenções para manter sua coleção sempre linda.

O modo fotografia permite levar sua coleção e colocá-la em cenários para criar belíssimas fotos com as muitas opções de edição disponíveis, se você tiver paciência para isso, é claro.

Resumo

Por fim, Gran Turismo 7 chega como uma sequência própria para a série principal, trazendo um retorno às origens da série. O jogo é uma carta de amor para os amantes de carros e conta com diversas curiosidades e fatos históricos sobre os modelos.

Com uma jogabilidade mais voltada à simulação, os fãs de arcade podem acabar estranhando um pouco, mas tudo é adaptável através das assistências e da maneira que o jogo introduz seu vasto conteúdo para o jogador.

Obs: Essa análise foi feita através de um código gentilmente cedido pela PlayStation.

POSITIVOS
Assistências suficientes para guiar novos jogadores ao gênero
O modo "carreira" introduz os conceitos em uma curva bastante agradável
NEGATIVOS
Controles podem parecer estranhos para quem está acostumado com o gênero de corrida arcade
9
ÁPICE DA SÉRIE