Anunciado durante a E3 2019 durante a apresentação da Ubisoft como Rainbow Six Quarentine, um FPS tático cooperativo de três jogadores. O jogo chegaria no inicio de 2020 para os consoles da antiga geração. Entretanto, todos nós sabemos o que aconteceu em 2020: COVID-19.
A pandemia não só foi responsável por adiar o jogo três vezes como também por mudar seu nome. Afinal, um jogo chamado “Quarentine” no meio de uma quarentena real não é uma boa estratégia de marketing.
Dito isso, Rainbow Six Extraction ficou um bom tempo no limbo, sem informações relevantes até Junho de 2021, praticamente dois anos após seu anúncio. Com isso, finalmente pudemos ter uma ideia do que o jogo se tratava graças ao primeiro trailer com gameplay.
Mas chega de olhar para o passado e vamos voltar para o presente, onde Rainbow Six Extraction é uma realidade e já está disponível para consoles e PC. Mas será que no futuro nós nos lembraremos de Extraction como um FPS cooperativo que lembra Left 4 Dead ou como um novo Evolve?
Uma ameaça alienígena que ninguém liga
Do nada uma ameaça alienígena surge no mundo e nós, da equipe especial mais especial que o dinheiro fictício pode investir, temos que agir! Ah é, somos uma equipe com agentes do mundo todo, mas os únicos lugares que tentamos combater a ameaça alien é nos Estados Unidos. Mas isso é crítica para outra hora.
Mas sério, eu tenho que admitir que a equipe da Ubisoft tentou fazer uma história sobre essa ameaça alienígena. Com diversos textos que você pode ler sobre o que está acontecendo, assim como cenas que aparecem quando você desbloqueia novas regiões. Mas, mesmo assim, a maior sensação que temos é que isso não passa de um pretexto besta para você atirar em seres estranhos.
Tático e repetitivo
Primeiramente, estamos falando de um jogo da franquia Rainbow Six, ou seja, é um FPS tático. Portanto, a tática “run e gun” de sair correndo e atirando em tudo que você vir é uma das piores possíveis para se usar em Extraction. Mas você ter essa noção não quer dizer que todos os outros jogadores também terão!
Digo isso pois tive uma certa quantidade de partidas frustradas por conta de companheiros de equipe que só queriam sair e atirar nos monstros para depois morrer, fazendo com que todo o resto da missão ficasse ainda mais difícil. Por conta disso eu recomendo fortemente você só pegar Rainbow Six Extraction caso tenha pelo menos mais dois amigos para jogarem com você.
Uma das coisas mais interessantes dos jogos que levam o nome do escritor Tom Clancy é a possibilidade de customizar suas armas e equipamentos. Mas, apesar de ser um toque legal em Extraction, eu achei as opções muito mais limitadas do que em outros jogos e séries que também levam o famoso “Tom Clancy’s” em seu nome.
O jogo conta com quatro regiões e três mapas dentro dessas regiões. Apesar das missões que você faz sempre mudarem (mais ou menos, pois a variedade de missões é bem pequena) você logo sente como se todo mapa fosse igual. Com exceção do Alasca, pois afinal, tem neve, então já é uma mudança bem vinda pro visual.
Por fim, assim como Rainbow Six Siege, Extraction tem um gameplay bem refinado. É gostoso de se mover pelo mapa e atirar na cabeça dos aliens do jogo. Mas, infelizmente, só o gunplay não será o suficiente para prender você ao jogo.
Exageradamente punitivo
Diversos jogos criam formas de incentivar você a mudar sua forma de gameplay. Hades, por exemplo, que te dá recursos bônus ao fazer uma tentativa de fuga com a arma escolhida pelo jogo. Esse tipo de incentivo é bom, pois você pode continuar jogando da mesma forma que vem jogando caso não queira aceitar esse bônus por usar uma arma diferente.
Rainbow Six Extraction, por outro lado, incentiva você a usar diferentes agentes tornando os agentes que você usou injogáveis por determinado período. Claro, se você for bem durante a missão você não receberá essa punição e poderá voltar a usar o seu agente favorito, mas vamos supor que nessa partida tenha um cara que acha que está jogando Call of Duty e sai correndo como se não houvesse amanhã, atraindo toda atenção dos nossos “Venom” de baixo orçamento.
Ao ver isso você pode simplesmente voltar da missão ao chamar um helicóptero. Mas, se isso acontecer no meio da missão (e vai acontecer) e você tiver que ir até o ponto chamar o helicóptero para voltar? Torça para não tomar nenhum golpe dos aliens, pois se você tomar, seu agente voltará com a vida relativa a como ela estava no final da missão. Ou seja, caso queira usá-lo na próxima missão, ele terá ‘x’ de vida, onde ‘x’ é a vida que ele tinha quando terminou a última missão.
Isso por si só já é chato, mas meu amigo, é só o começo. Quando um agente morre e não é resgatado pela sua equipe, ele fica preso no mapa até ser resgato numa missão futura. Isso significa que ele estará impossibilitado de se usar até você fazer esse resgate.
“Ah, tudo bem, isso dá uma camada extra de imersão” você pode pensar, afinal, eu pensava isso também. Até o momento em que eu falhei o resgate do meu agente e ele perdeu experiência! Exatamente, minha agente perdeu pouco mais de 1 nível graças a eu falhar um resgate em que uma pessoa do meu time decidiu ficar away no meio da partida.
Conclusão
Rainbow Six Extraction é um jogo que, caso você jogue com um time fechado de amigos, pode ser divertido. Entretanto, é difícil relevar alguns pontos do jogo, como as missões repetitivas, mapas não tão inspirados e dificuldade que pode vir a ser injusta em certos pontos, como fazer você perder experiência do seu agente caso falhe em resgatá-lo.
Dito isso, é capaz que o jogo se torne mais atraente após algumas atualizações, mas por enquanto é difícil recomendá-lo.
Obs: Essa análise foi feita a partir de uma versão de PlayStation 5 cedida gentilmente pela Ubisoft.