Peguei Just Cause 4 em um momento da minha vida em que eu queria jogar algo apenas pelo simples e puro fato de me divertir. Após a propaganda de alguns colegas sobre como a franquia Just Cause traz grandes explosões, excelentes físicas com quase 0% de fidelidade a nossa física do mundo real e até um pouco de tiração de sarro, entrei em Just Cause 4 e não me arrependi do tempo que estava investindo. Pelo menos pelas primeiras horas…
Mas bem, vamos começar do começo.
Just Cause 4 já inicia deixando claro que o jogo não quer ficar pra trás dos seus antecessores na matéria de exageros. Rico começa atacando sozinho uma torre altamente armada, com direito a armas anti-aéreas mirando no nosso protagonista enquanto ele faz manobras com a sua wingsuit. Quando vi isso já pensei “pelo menos cumpre a parte da diversão que eu esperava.”
A história continuou a progredir um pouco e, lá pelas 3 horas de jogo, já ficou claro como é o estilo das missões que o pessoal da Avalanche Studios escolheu para Just Cause 4: quanto menos variedade, melhor.
Você basicamente é incumbido de completar uma quest (leia-se matar os mesmos 5 tipos de inimigos) em cada distrito do mapa. Dessa forma, você tira a região das mãos do vilão do jogo e, assim, progride com seu objetivo de derrubar seu inimigo do poder e dar fim aos planos maléficos dele. É essencialmente isso durante o jogo inteiro.
O novo não tão novo assim
O gameplay que você espera de um jogo da franquia Just Cause está lá. O grappling hook, ser mais fácil se movimentar pelo mapa usando um paraquedas do que um carro, até a wingsuit. Entretanto, tudo está ai sem muita novidade.
Ok. Just Cause 4 apresentou a temática de mudanças climáticas em tempo real. Com um toque de um botão que fica pelo mapa é possível alterar totalmente o clima, fazendo cair trovões, furacões e tudo isso aí pelo mapa. Isso é legal? Sim! É o suficiente? Infelizmente não…
O mapa é enorme e traz alguns cenários bem bonitos de se ver enquanto estamos navegando usando wingsuit + grappling hook (que é a única forma correta de se navegar pelo mapa de Just Cause 4). O problema é que a falta de variedade de missões passa a sensação de que não há tanto motivo para você explorar o mapa além de apenas completar a quest e se livrar logo dela.
O gunplay é divertido, apesar de ser incapaz de sustentar todo o gameplay do jogo. Mas não vou mentir, a primeira vez que usei a Lightning Gun foi bem divertido, assim como descobrir que ela pode fazer uma tempestade de trovões cair sobre a área que você escolher. Foi bem empolgante na primeira vez, mas depois só se juntou ao resto do jogo no quesito “mais do mesmo”.
Eu joguei o game no meu PS4 normal (e acredito que será o caso de muitos). Não tenho o que reclamar dos gráficos em geral, apesar de encontrar alguns serrilhados de vez em quando. Mas preciso comentar sobre como os modelos de rostos são estranhos nesse jogo, e olha que eu não estou nem falando de expressões faciais, e sim das faces em geral.
Quanto à trilha sonora, também sinto que não há nada do que reclamar. Rico continua com seu sotaque latino, assim como todos os personagens. Vale a pena ressaltar o trabalho feito por Carolina Ravassa (atriz original da Sombra, de Overwatch) que deu voz a três personagens no game.
Veredito
Just Cause 4 é um exemplo de jogo em sua zona de conforto e me faz pensar que, talvez, em uma das reuniões na Avalanche Studios, alguém tenha dito a seguinte frase: “em time que está ganhando não se mexe.” Mas, infelizmente, não é bem assim que as coisas funcionam. Just Cause 4 sofre com a falta de novidades, tornando o jogo repetitivo após as primeiras horas de gameplay.
Não quer dizer que você não seja capaz de se divertir enquanto está andando de wingsuit por aí, só quer dizer que isso acabará perdendo a graça muito em breve. Graças a um sistema de missões extremamente repetitivo e uma história que parece mais existir como pretexto para você explodir coisas do que contar algo (eu sei, na verdade é sempre assim), não sinto a menor vontade de pisar novamente no mapa de Just Cause 4.