A Secretaria da Fazenda deflagrou nessa quinta-feira (08) a Operação Game Over, esforço conjunto da Secretaria com a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo para desmontar um esquema de fraude e sonegação de impostos entre 40 empresas brasileiras de distribuição e varejo de produtos eletrônicos. Desde 2015 o esquema movimentou 800 milhões de reais, além de sonegar por volta de 250 milhões. Me pergunto quantas 1080gtx eu conseguiria comprar com esse valor.
A Operação mobilizou cerca de 100 agentes fiscais de seis delegacias tributárias e 70 policiais civis. 14 mandatos de busca e apreensão e 12 ordens de fiscalização serão cumpridos em empresas, escritórios de contabilidade e residências em Osasco, Barueri, São Caetano, Guarulhos e na capital do estado.
Segundo a Secretaria da Fazenda:
O grupo abriu diversas empresas de fachada, utilizando-se de sócios laranjas para emitir notas fiscais com o objetivo de ‘esquentar’ as mercadorias e simular o recolhimento do ICMS devido em operações sujeitas ao regime de substituição tributária. Com aparência de legalidade, empresas distribuidoras, também pertencentes ao grupo, recebiam essas mercadorias e as revendiam a grandes redes varejistas. Estas comercializavam com os consumidores finais por meio de suas plataformas e-commerce e de suas lojas físicas
Uma das empresas investigadas é o grupo B2W Digital , fusão das marcas Americanas, Submarino e Shoptime. Em nota, o grupo alegou que “está colaborando com as investigações, atendendo os pedidos das autoridades”, que é bem o clichê de quando uma empresa faz cagada mas não assume a culpa, preferindo uma resposta padrão sem muitos detalhes. Óbvio, né?
O objetivo da ação é apreender toda a papelada fiscal física e digital, afim de desarticular o esquema e culpabilizar os responsáveis pela fraude. Na tarde desta quinta feira (também conhecido como ontem, dia 8) a polícia civil e o ministério público fizeram uma gentil visita a um galpão em Osasco e apreenderam mercadorias. Apesar disso, nenhum mandato de prisão foi emitido. Ainda.
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Antes que os ancaps e os economistas de Facebook venham com “imposto é roubo”, é importante salientar que ao mesmo tempo que essas empresas “esquentavam” as notas para parecer que pagaram imposto, elas cobravam o preço regular de algo que já tem um valor abusivo sem tributação. Quer dizer, pro governo – e pra nós, consumidores – eles “aparentavam legalidade”, como a Secretaria mencionou, mas colocavam tanto a gorda margem de lucro de um produto superfaturado quanto o valor do imposto no bolso.
Como se os jogadores brasileiros já não pagassem caro, sim?
Mais informações sobre a Operação Game Over aqui no Jogazera com o desenrolar das investigações.
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Com informações do Portal Fazenda, G1, Techmundo Games