Análise: Terceiro episódio de Hitman em Marrakesh é morno e deixa a desejar

Ao contrário do marcante episódio em Sapienza, a nova localidade e objetivos no terceiro episódio de Hitman deixaram um pouco a desejar – tanto em quesito de level design quanto narrativa. Porém, seria uma tarefa singelamente difícil manter o exponencial crescimento de qualidade de episódio para episódio; uma estagnação era bem previsível.

Apesar do deslize, as mecânicas seguem consistentes e é totalmente possível – assim como nos anteriores – passar horas jogando a mesma fase das maneiras mais inusitadas possíveis ao executar seus alvos.

Os azarados da vez que entraram na mira do Agente 47 são homens influentes, principalmente nas áreas militar e empresarial. O General Reza Zaydan e o CEO milionário Claus Strandberg possuem uma relação financeira bem amigável e ambos são uma ameaça tanto à Agência que 47 trabalha quanto para a população de Marrakesh.

Le coup d’etat

Mesmo que o episódio não se passe no Brasil, ele remonta um cenário análogo: após livrar Strandberg da prisão, Zaydan planeja um golpe de estado em Marrakesh para que ele e seu comparsa saiam dessa ilesos, mesmo após fraudar milhões de poupanças da população do Estado. Porém, a existência de ambos é uma ameaça para algo além da democracia, já que os eventos dos episódios anteriores começam a se conectar de maneira lenta e gradual, mesmo ainda que tudo isso seja contado em cutscenes de 1 minuto e meio.

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Enquanto Zaydan comanda um quartel de militares numa escola abandonada no subúrbio de Marrakesh, Strandberg aproveita relaxado em seu prédio empresarial, que está rodeado de seguranças, executivos e todas as regalias que a renda de um CEO de uma empresa multimilionária te proporcionaria. Nesse episódio, em especial, se infiltrar em ambas as áreas sem ter um disfarce apropriado se provou um desafio um tanto… frustrante. A área é consideravelmente menor que a dos episódios anteriores, claustrofobicamente menor. São ruas, becos e longos corredores apertados, com seguranças e guardas vigiando seus passos a todo segundo.

E com isso, entram os problemas que enfrentei: a sensação de pouco espaço para criatividade parece ser constante, além do péssimo sentimento de ter que ficar dando load toda hora em um mesmo trecho porque mal há espaço para se locomover de maneira silenciosa sem um soldado flagrar você arrastando um corpo ou suspeitarem que você não faz parte daquele batalhão. A coisa parece piorar no prédio que Strandberg fica, com olhares atentos dos guardas e a recepção lotada.

Apesar dos pesares

Mesmo com a frustração de quase furar o botão de load no menu e repetir trezentas e quarenta e sete vezes o mesmo trecho, os pontos positivos também são latentes ao trazer um contexto para a história mais interessante do que nos episódios anteriores e oferecer ainda um sólido arsenal de oportunidades de infiltração para matar seus alvos.

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Essa estagnação não foi o suficiente para tirar a empolgação geral com o jogo, que ainda pode surpreender de maneiras incríveis com a devida atenção a um level design coerente com a proposta e uma área mais ampla, apresentando uma maior possibilidade de planejamento de como executar a missão do seu próprio jeito.

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Esta análise foi realizada com base na versão de PlayStation 4 gentilmente disponibilizada ao Jogazera pela Square Enix.

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