Review – The Legend of Zelda: A Link Between Worlds

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds foi o segundo título da franquia lançado para 3DS, sendo o primeiro Ocarina of Time 3D. Mas apesar das semelhanças com A Link to The Past, como a apresentação do jogo e os mesmo cenários, a nova aventura de Link não chega nem perto de ser um remake do jogo de 1991 lançado para o Super Nintendo, e veremos isso nessa análise.

Mas como um jogo tendo vários elementos parecidos com sua versão anterior não pode ser considerado um remake?

Simples, A Link Between Worlds se passa 20 anos após o primeiros jogo, mostrando uma nova geração do herói de Hyrule. E isso é facilmente notado por vários detalhes na história como o sábio Sahasrahla, que agora possui um pupilo que acredita ser o descendente do herói de Hyrule e também a ausência do Rei Zora, que agora tem seu trono ocupado pela Princesa dos Zoras.

História

O reino de Hyrule é sempre próspero e tranqüilo, mas que de tempos em tempos enfrenta forças do mal que ameaçam sua existência, e é nesse momento de necessidade que aparece o herói de Hyrule. Dessa vez o inimigo é Yuga, um mago que tem o poder de transformar as pessoas em quadros de pintura e tem como objetivo capturar os descendentes dos Sete Sábios de Hyrule e assim ter poder suficiente para reviver o Rei Demônio Ganon.

O mago Yuga com seu cajado.
O mago Yuga com seu cajado.

Na primeira parte do jogo Yuga envolve o castelo de Hyrule num campo de magia negra que só pode ser destruído com o poder da Master Sword, que por sua vez, só pode ser usada pelo detentor da Triforce.

É nesse momento que entra Link, descendente do herói de Hyrule, ou seja, o único capaz de reunir a Triforce e possuir a Master Sword.

Conseguindo a Triforce conquistada através de 3 dungeons, Link consegue a Master Sword e adentra o castelo para enfrentar Yuga, que prestes a ser derrotado lança seu feitiço contra Link transformando-o numa pintura e levando os quadros dos descendentes do sábios para outro mundo.

Porém Link consegue se libertar do feitiço de Yuga graças a pulseira que a princesa Zelda o presenteou, dando a ele o poder de se transformar em pintura e andar nas paredes livremente. Fazendo o uso desse poder, Link adentra o portal e vai para o outro mundo.

Chamado de Dark Word em A Link to The Past, o mundo espelhado de Hyrule no jogo atual é na verdade um reino, o reino de Lorule, que tem até uma princesa que o governa que é semelhante a Zelda, a Princesa Hilda.

Em Lorule, Link deve resgatar os descendentes dos sábios para assim ter o poder de entrar no castelo e travar a batalha final contra Yuga para impedir que Ganon seja ressuscitado.

Gameplay

A posição da câmera e os movimentos são os mesmo e vários inimigos continuaram iguais e em boa parte são baseados nos inimigos do jogo anterior, fora as Dungeons na primeira parte do jogo que são idênticas as três primeiras de A Link to the Past.

Mas a grande inovação na jogabilidade foi o fato do jogo dar mais ênfase aos combates, principalmente pela quantidade de armas que o jogo apresenta. Se no jogo anterior tínhamos o foco nos puzzles dentro e fora das dungeons, agora temos um foco maior nos inimigos e em como derrotá-los, pois cada arma tem uma vantagem contra cada adversário.

O que se faz necessário durante todo o jogo é a nova habilidade de Link. O poder de se transformar em pintura e andar nas paredes não é só útil como também necessário para conseguir tesouros escondidos e até prosseguir em dungeons, além de ser bem útil nas batalhas, pois pode ser usado como mecanismo de defesa.

Hora de viajar

Mas a principal função desse poder é o de viajar entre dimensões, o que no jogo significa viajar entre Hyrule e Lorule, mas isso não pode ser feito em qualquer lugar.

Essas partes coloridas nas paredes são os portais.
Essas partes coloridas nas paredes são os portais.

O jogador deve explorar o mapa para encontrar os portais espalhados nos dois mundos e uma vez encontrados, os portais ficam marcados no mapa. Esse poder é bem útil para chegar a lugares que em Lorule não são acessíveis, daí é só encontrar um caminho em Hyrule e depois localizar outro portal para chegar ao local desejado.

Ainda falando em viagens, no jogo também temos a função de Fast Travel, oferecido a Link por uma bruxa. Então toda vez que o jogador encontrar um pássaro de madeira, além de poder salvar o jogo, o pássaro funcionará como um ponto de Fast Travel, em que Link toca um sino e escolhe para qual ponto quer viajar.

Armas! Muitas Armas!

Agora vamos falar das armas. Como citado acima, a variedade é enorme e para cada inimigo temos uma arma que oferece vantagem, assim como nas dungeons, pois cada lugar usa uma arma como item principal, tanto para chegar até o Boss, quanto para batalhar contra esse Boss.

Como exemplo, vou citar a dungeon Turtle Rock, em que o jogador tem que usar como arma principal o cajado de gelo, que serve tanto para transformar a lava em pedra, para poder criar caminhos e colunas e chegar até o boss, como também serve para ser usada na própria luta contra o boss.

Então vamos continuar falando sobre as armas. No começo do jogo, as primeiras armas que você irá conseguir serão através de quests ou conversando com NPCs. Após isso as armas poderão todas ser alugadas na sua casa e se você quiser, poderão ser compradas por 800 ruppers.

É só chegar e alugar o que quiser.
É só chegar e alugar o que quiser.

E já que temos uma jogabilidade focada no combate, então nosso equipamento deve ter muita importância no jogo correto?

Exatamente! E é com esse foco no combate que o jogo proporciona upgrade nas armas e se o jogador for um bom explorador ele pode encontrar itens mais fortes, como uma roupa nova para Link que absorve metade do dano sofrido.

Mas vamos lembrar aquela parte da compra de armas. Para ter uma arma é necessário desembolsar 800 ruppers, o que não é uma tarefa muito difícil não é?

Quer upar suas armas? É só falar com a Mother Maiamai.
Quer upar suas armas? É só falar com a Mother Maiamai.

Hum, digamos que no jogo anterior não, pois conseguir ruppers era muito fácil e não tinha nada para gastá-los. Fato que foi, de certa forma, corrigido neste novo jogo.

Para alugar uma arma é bem barato, na verdade, é muito mais vantajoso alugar uma arma do que comprá-la, certo? MUITO errado!! E por dois grandes motivos: Primeiro que quando Link morre, você perde todas as armas e deve alugá-las novamente, uma por uma e veja você, o preço do aluguel aumenta cada vez que você morre!

“Mas é só isso? Então é só eu evitar de morrer que ta sussa!”

Errado de novo meu caro padawan! No jogo existe uma criatura chamada Mother Maiamai e ela oferece uma side quest de resgatar os seus filhotes conforme eles vão aparecendo nos cenários, quest essa que pode ser realizada conforme você vai progredindo no jogo, é só ouvir o choro do filhote, localizá-lo e resgatá-lo. Então, sempre após uma certa quantidade de filhotes entregues para a mãe, ela te dá a oportunidade de realizar um upgrade na arma, PORÉM, esse upgrade só pode ser realizado em armas que você tenha COMPRADO.

Ou seja, conforme o jogo vai progredindo, você terá que ir escolhendo qual arma irá comprando para realizar o upgrade.

E um detalhe muito legal do jogo é que a Master Sword também pode receber upgrade! É só encontrar 2 pedaços de Master Ore, ir ao ferreiro e pronto, a lâmina da espada vai mudando de cor conforme forem realizados os upgrades, além do seu poder de ataque aumentar.

Explore e seja recompensado

Outro fator que mudou bastante foi o fato do jogo perder quase toda a linearidade se comparado aos jogos anteriores da série.

Se antes o jogador conseguia acesso as dungeons na maior parte das vezes resolvendo algo ou conversando com NPCs, agora o foco está na exploração. Link deve realizar diversas quests e ir explorando o mapa, tanto para saber boatos de alguma dungeon através de NPCs ou simplesmente encontrá-la através da própria exploração, dessa forma conseguindo desvendar alguma passagem secreta ou até mesmo a porta de entrada da dungeon.

Na verdade essa liberdade excessiva muitas vezes acaba tirando o foco na história, o que não é ruim, pois o foco da série sempre foi o de realizar quests para atingir determinado objetivo, mas esse fator talvez possa incomodar os fãs mais tradicionais.

Áudio e Gráficos

O jogo a princípio agrada bastante pelo uso correto das cores, pois temos um jogo vivo e bonito, mas com o tempo a simplicidade dos gráficos começa a incomodar um pouco, deixando o visual muito “mesma coisa”. Mas é aí que vem a grande surpresa.

A dungeon Swamp Palace e seus lindos efeitos de água.
A dungeon Swamp Palace e seus lindos efeitos de água.

No exato momento que essa sensação de mesmice aparece, você começará a ganhar acesso a cenários e dungeons mais complexas, que são ricas em detalhes e efeitos visuais, como os efeitos realizados pela lava, água e principalmente pelas luzes nos ambientes mais escuros. É provável que nesse quesito, a direção de arte do jogo trabalhou em conjunto com a de Level Design, pois conforme você avança no jogo, ele vai ficando mais difícil e ao mesmo tempo mais belo.

O 3D mesmo não sendo necessário para o jogo, deixa tudo mais bonito, dando uma sensação perfeita de distância e profundidade, principalmente nas áreas altas e nas batalhas contra os chefes.

A dungeon Turtle Rock e seus rios de lava.

A trilha sonora do jogo é um show nostálgico, onde tanto as músicas, quanto os efeitos sonoros de inimigos, golpes e movimentos foram mantidos e ficaram mais bonitos. Tanto a música de abertura do jogo quanto a que toca quando estamos explorando Hyrule voltará a ecoar nos ouvidos dos fãs, onde iremos sentir novamente toda aquela emoção que tivemos quando jogamos a versão de SNES.

É claro que temos músicas e sons novos no jogo e eles não decepcionam, pois a melodia e a origem dos sons se mantiveram, o que deixa o novo e o velho semelhantes e agradáveis da mesma forma.

Online

O fator online do jogo não é chamativo, muito menos necessário, afinal, qualquer fã de Zelda que se preze sabe que o jogo não precisa de tal recurso. Porém, o modo online de A Link Between Worlds é muito bem executado e pode ajudar o jogador em sua jornada. Ele funciona através do Street Pass.

A batalha será divertida e difícil, porém recompensadora.
A batalha será divertida e difícil, porém recompensadora.

Uma vez que você encontra o NPC que te fala sobre o modo online, você cria um Shadow Link, onde você deve escolher 2 armas diferentes para ele usar. Dessa forma, quando você tiver encontrado através do Street Pass outro jogador que possui o game, você encontrará um Shadow Link e irá enfrentá-lo. Mas qual a finalidade disso?

Ruppers! Muitos Ruppers! Toda batalha em que você conseguir derrotar o Shadow Link irá te render muito dinheiro. Mas o online se mostra mais divertido a cada batalha, pois não é fácil derrotar um Shadow Link, afinal, ele tem armas e habilidade semelhantes as que você possui, então pode esperar por lutas cada vez mais divertidas e desafiadoras. O que não torna o modo online do jogo necessário, porém é muito divertido e executado de maneira perfeita sem afetar em nada a história.

Conclusão

O jogo consegue divertir bastante e tem uma longevidade no tamanho ideal para seu estilo. Eu por exemplo, terminei o jogo entre 10 e 12 horas.

A questão da liberdade e das armas poderiam ser melhor exploradas. O fato de ir na sua casa e poder alugar todas as armas que quiser deixou o jogo mais fácil. Sem contar que, com a necessidade de ter que concluir quests para conquistar as armas, iria aumentar e muito o tempo de jogo.

Ao final do jogo temos sim muita coisa pra fazer e muitos lugares para explorar, mas que infelizmente não está explícito e isso deixou um ar de “acabou mesmo” ao final da aventura de Link. Provavelmente o jogo foi feito dessa forma de propósito, principalmente para aumentar o fator replay do jogo, que já é forte. Afinal, salvar Zelda e ao mesmo tempo saber que explorou todos os quatro cantos de Hyrule e Lorule deixa o final do jogo muito mais recompensador.

A Link Between Worlds consegue unir o melhor de dois mundos. Mantendo a fórmula tradicional da série e adicionando elementos mais modernos, a nova aventura de Link traz muita diversão e consegue de forma perfeita manter a essência de uma das mais famosas séries da Nintendo e do mundo dos games. Uma compra obrigatória tanto para os fãs quanto para os donos de um 3DS.

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds Review