Personagens que estão devendo um bom game

Ao longo de nossas carreiras de jogadores, leitores e cinéfilos, exploramos os mais diversos mundos e os mais variados personagens. Algumas figuras, nascidas em outras mídias, fazem tanto sucesso que são adaptadas aos videogames. Porém, na maioria das vezes, são mal recebidas, enquanto outras sequer ganham a oportunidade de estrelar um jogo. Em ambos os casos, estes protagonistas acabam sendo esquecidos. Hoje lhes trago cinco personagens que estão devendo um bom game!

Spawn

Spawn 2

Criado por Todd McFarlane e publicado pela Image Comics em 1992, os quadrinhos do Soldado do Inferno contam a história do agente da CIA, Al Simmons, que após ser morto a pedido de seus superiores, vai ao inferno e sela um pacto com o demônio Malebolgia com a intenção de voltar à Terra e rever sua esposa. Porém, Al é enganado pelo Pata Rachada e volta como Spawn, uma entidade demoníaca atormentada pelas vagas memórias do homem que um dia fora. Spawn foi um grande sucesso das HQs, tendo centenas de volumes publicados, além de spin-offs, cross-overs e um filme tosquíssimo em 1997. No mundo dos joguinhos, o Soldado do Inferno teve sua estreia no Super Nintendo em Todd McFarlane’s Spawn: The Videogame, game de estilo plataforma com belos gráficos e que contava com a aparição de diversos antagonistas dos quadrinhos. Apesar do bom debute nos jogos eletrônicos, os lançamentos seguintes foram só decepções, Spawn The Eternal (PS1) foi patético, Spawn In The Demon’s Hand (Dreamcast) era basicamente um game de luta e pouco importava a história dos personagens e, por fim, Spawn Armageddon (PS2, GameCube e Xbox) foi um jogo bem medíocre. Acredito que o Soldado do Inferno poderia ganhar a adaptação que merece em um game estilo a série Arkham, do Batman, e explorando ao máximo os tormentos do anti-herói.

Predador

Predator

Predador, o caçador mais badass (e feioso) do universo nasceu nos cinemas, no filme homônimo de 1987, estrelando o mestre dos brucutus, Arnold Schwarzenegger. O alienígena também recebeu diversas histórias em quadrinhos e ganhou muita fama com Alien vs. Predador, um dos cross-overs mais conhecidos. Os primeiros jogos do caçador surgiram ainda nos anos 80 para o NES, Amiga, entre outras plataformas menos conhecidas. No início da década de 90, foram lançados games para Master System e Mega Drive, porém, nestes jogos iniciais, o Predador mal aparecia. Foi somente em 1993 que o feioso tornou-se o grande protagonista de um game: Alien vs. Predator, um bom beat ‘em up para o Super Nintendo. Um jogo do mesmo estilo e nome foi lançado para os arcades no ano seguinte e é até hoje um dos melhores da franquia. No ano de 1999 foi lançado o FPS da série AvP, no qual o jogador escolhia entre as campanhas dos Aliens, dos fuzileiros ou do Predador. O game foi muito bem avaliado pela crítica e recebeu uma sequência após dois anos, que também recebeu boas notas. Infelizmente, após AvP2, o alienígena caçador recebeu somente dois outros jogos medíocres, com reviews muito baixas, deixando-nos com um jejum de bons games de 15 anos. Recentemente fomos surpreendidos com um bom lançamento da franquia do seu melhor inimigo, Alien: Isolation provou que o gênero survival horror pode ser uma boa aposta; um novo respiro para este incrível personagem.

Aeon Flux

Aeon Flux

Aeon Flux é uma série animada criada por Peter Chung, ela foi ao ar na MTV durante os anos 90 e se passa em um futuro distópico, onde apenas duas cidades continuam a existir: Monica, que representa uma sociedade anarquista e Bregna, de governo totalitário. Flux é uma agente secreta da cidade de Monica, altamente habilidosa em técnicas de infiltração, acrobacias e assassinato, e seu objetivo é invadir as instalações de Bregna. A protagonista possui uma relação peculiar com Trevor Goodchild, sendo este seu inimigo e amante. Além da série animada, Aeon Flux possui HQs, um filme minimamente baseado na animação e um jogo, lançado para Xbox e PS2, baseado majoritariamente no longa. Embora tivesse elementos do desenho, o game recebeu notas medianas. Aeon Flux é uma série muito interessante, possui uma vibe muito característica, com muita violência e certo fetichismo, que aliado ao seu design, intriga e levanta dúvidas. Imagino que a franquia seria bem representada em um jogo estilo Mark Of The Ninja, de gênero stealth, aproveitando a perspectiva 2D que seria útil para manter o aspecto da animação.

Conan, o Bárbaro

Conan

Conan, o Bárbaro, foi criado pelo escritor Robert E. Howard em – acreditem se quiser – 1932 e suas primeiras aparições foram em revistas de ficção. O guerreiro foi adaptado aos quadrinhos pela Marvel Comics em 1970 e, nos anos 80, recebeu dois filmes de grande sucesso, estrelados por Arnold Scharzenegger. No mundo dos games, entretanto, o bárbaro nunca foi bem representado. Vários jogos irrelevantes mancham a imagem do cimério, como Age Of Conan, um MMORPG mediano onde você não controla o personagem. Conan é um personagem que merece muito mais do que vem recebendo, ele não é apenas um estereótipo, um lutador grande, lento e burro; Conan é ágil, habilidoso e inteligente, além de possuir muitas histórias – ele já foi escravo, ladrão, mercenário, pirata e rei de Aquilonia, o maior reino da Era Hiboriana. O cimério precisa ser levado a sério, o guerreiro merece ser honrado, um jogo de qualidade poderia seguir os passos de Shadow Of Mordor com seu combate fenomenal ou então Dragon’s Dogma e suas batalhas contra seres monstruosos. Uma coisa é certa: o game PRECISA ser brutal, precisamos de cabeças rolando e empalamentos, não um game do He-Man. Recentemente foi lançado um trailer de um novo jogo do bárbaro, Conan Exiles, aparentemente de gênero sobrevivência e mundo aberto, confira abaixo.

Hellboy

Hellboy

O meio humano, meio demônio foi criado pelo artista e escritor americano, Mike Mignola, tendo sua primeira aparição em 1993. Hellboy foi criado como um garoto normal pelo Professor Trevor Bruttenholm e trabalha no B.P.R.D. – Bureau for Paranormal Research and Defense –, uma organização que pesquisa e protege o mundo do sobrenatural e combate forças malignas como nazistas ocultistas. Hellboy foi adaptado para os cinemas em 2004, dirigido por Guillermo del Toro, o personagem foi interpretado pelo ator e dublador Ron Perlman, a sequência, “O Exército Dourado”, foi lançado em 2008. Ambos os longas receberam avaliações médias. Além dos filmes, o demônio ganhou duas animações, “A Espada das Tempestades” e “Sangue e Ferro”. Hellboy estreou nos jogos eletrônicos com “Asylum Seeker” (PS1 e PC), um game deprimente, com gráficos datados já naquela época e jogabilidade patética. Em 2008 foi lançado o segundo e, até então, último videogame da série, “The Science of Evil” (Xbox 360, PS3 e PSP), visivelmente feito às pressas, de visual sem graça e combate entediante e repetitivo, mais um fiasco na conta do coitado. Pelo personagem se tratar de um investigador paranormal que briga contra forças místicas, acredito que Hellboy se encaixaria bem no estilo de Darksiders, com sua exploração e puzzles somados a um combate bem elaborado e divertido como o de Devil May Cry.

Enfim, arriscaria dizer que estes personagens sofrem de um grande mal: são tratados de maneira infantil e entregues nas mãos de qualquer um, desenvolvedoras que não os conhecem, que não os admiram, eles estão devendo bons jogos e eles merecem redenção.

O que você acha destes personagens? Quais figuras faltaram mencionar? Como seriam seus jogos ideais? Comente abaixo! Obrigado!