Neil Druckmann, diretor de The Last of Us Part II, afirma que diversidade ajuda a criar histórias melhores

Os jogos sempre foram lar dos personagens mais genéricos e estereotipados possíveis. Quantos protagonistas homens brancos e durões você consegue lembrar de cabeça em 30 segundos? Aposto que vários. E personagens femininas hiper sexualizadas sem motivo nenhum? Mas felizmente, de uns anos para cá, a indústria vem evoluindo e criando cada vez mais jogos com personagens que fogem disso, dando mais atenção à criação de personagens femininas fortes e personagens LGBTQ.

Diferentes pontos de vista e perspectivas podem trazer novas oportunidades para as narrativas e para o processo criativo em geral de uma obra. Neil Druckmann, diretor de The Last of Us Part II, jogo que tem como protagonista a Ellie, personagem abertamente homosexual, deu uma entrevista à britânica GQ Magazine e comentou sobre a importância da diversidade para os jogos.

Durante sua fala, Neil Druckmann deixa claro que para a Naughty Dog a diversidade é um fator tão importante quanto gráficos, combate, trilha sonora “pois, fundamentalmente, leva a melhores histórias.” Ele também comentou que “Ashley [Johnson] compartilhou uma história comigo onde alguém chegou até ela e contou para ela que The Last of Us deu a coragem necessária para ela se assumir para a família. É incrível que uma história seja capaz de fazer isso. Essas histórias nos inspiram a dizer ‘olha, quando nós contamos histórias variadas, elas podem ter impacto real e afetar as pessoas’.”

A diversidade existente em The Last of Us Part II foi um dos motivos principais para que Halley Gross, escritora de Westworld, se juntasse a equipe do jogo. Antes de confirmar sua participação ela viu uma arte conceitual de uma mulher musculosa, interpretada por Laura Bailey, e disse que “assim que eu vi o desenho dela com essas porras de ombros impressionantes e brações, eu estava ‘você vai me mostrar isso em um jogo? Estou dentro.'”

A comunidade gamer, principalmente a brasileira, é extremamente conservadora e acha anormal darem voz a mulheres, negros e comunidade LGBTQ. É importante ressaltar que as mulheres são maioria do público que jogam games no Brasil e, apesar disso, ainda é um dos grupos que mais sofre por preconceito dos “gamers”.

Vale lembrar que os jogos não são um lugar exclusivo para homens, e sim um lugar para que todos e todas possam se sentir bem desfrutando do tipo de entretenimento que mais gostam e não precisem se esconder do chat de voz de uma partida para não serem obrigados a serem assediados ou ter suas habilidades questionados pelo seu sexo.