Explorando o mundo real e o virtual em Pokémon Go

De passagem a trabalho por essas bandas, visitei o Zoológico de Saint Louis, no estado de Missouri. O lugar é incrível e tudo mais (não deixem de visitar quando estiverem na região), mas não é só disso que quero falar. Além desse rapaz estrangeiro e esquisito zanzando por lá, havia um outro rapaz, simultaneamente, em uma transposição da nossa realidade, refazendo os mesmos passos, tomando as mesmas decisões e descobrindo o seu mundo tal qual seu outro eu.

Não, não estou pirando dessa vez com papo de múltiplas dimensões e universos. Me refiro ao meu avatar em Pokémon GO.

Eu em Pokémon GO

Pokémon GO remonta a nossa geografia dentro do jogo: ruas, campos, lagos, rios e mares são representados em um ambiente virtual, onde nosso avatar é posicionado via GPS. Além da paisagem, outro elemento do nosso mundo contemporâneo é representado no jogo de uma maneira especial: se valendo do legado do jogo Ingress, também da Niantic, as POIs do nosso mapa, como restaurantes, lojas e pontos turísticos, são reproduzidos dentro do jogo como PokéStops: pontos onde nosso avatar consegue reabastecer suas pokébolas, descolar uns itens gratuitos e capturar Pokémons raros atraídos por outros jogadores através de itens.

Logo que entrei no Zoo, lembrei que estava zerado em pokébolas e pensei comigo “Será que há algumas PokéStops por aqui?”. Abri o jogo e me surpreendi.

Esse grande retângulo de área verde é o Zoo, e cada ponto marcado nesse mapa é também uma Pokéstop. Vendo os detalhes de cada uma, notei que praticamente todos os pontos de interesse marcados no guia turístico do lugar estavam lá. Precisado de Pokébolas, as diversas PokéStops em volta pareciam muito tentadoras; Tentando entender o mapa ao mesmo tempo, não demorou muito para pensar em fazer a exploração do lugar passando pela maior quantidade de PokéStops possível; o jogo seria o meu guia.

Quando chegava em uma encruzilhada e não sabia pra onde ir, meu avatar, ertonnn, me dizia que haviam três PokéStops no caminho da direita, e ficava difícil contra argumentar com ele. No caminho, eu via macacos, rinocerontes, girafas e passáros; simultaneamente, nosso herói capturava Spearows, Caterpies e até um Bulbassauro. Eu comprava uma água, ele conseguia Pokébolas e Lucky Eggs nas PokéStops. Eu usava a câmera aqui pra tirar fotos, e ertonnn usava a mesma câmera pra capturar um Doduo. E, além disso, cada passo que dávamos juntos contabilizava em metros para os seus ovos de Pokémon chocarem.

Quatro horas de andança depois, estávamos todos esgotados: eu, ertonnn e a bateria do meu celular. Eu vi aqui muitas coisas interessantes e tirei um lote de fotos. Em outro mundo, ertonnn capturou uma dúzia de Pokémons, subiu para o nível 8 e foi de zero para 38 pokébolas no inventário. Eu tenho minhas histórias pra contar, ertonnn tem as dele. Nós dois nos ajudamos durante toda a experiência, eu dizendo qual atração do lugar queria ver, ele aproveitando para extrair o máximo de cada lugar e me dando dicas de onde seria legal conhecer.

Analisando essa experiência, concluo duas coisas: primeiro que não consigo imaginar como teria sido o mesmo passeio há um mês, sem o ertonnn; segundo que, se isso for só o começo das aplicações inteligentes de realidade aumentada nos jogos, o futuro é, no mínimo, incrível.

Agora me dá licença que ele tá me avisando que tem um Tangela aqui do lado.