Coisas que não queria ter visto na E3 2016

A E3 deste ano causou bastante furor. Vi diversas reportagens sobre ela, os jogos lançados, anúncios de novos sistemas e similares. Apesar disso, algumas coisas me deixaram triste ou perplexo. Simplesmente são coisas que não deveriam estar lá. Então, no meio de tanta coisa boa e ótimas novidades, indo na contramão das reportagens do evento, um pouco sobre o que não queria ter visto na E3. A ideia não é ser pessimista, negativista ou ofuscar o que aconteceu de excelente na feira. Apenas deixar uma nota sobre o outro lado, fugindo da mesmice ou de repetir conteúdo.

ps4 vs xbox

As constantes briguinhas entre consoles e PCs

Em primeiro lugar desta lista, temos a velha guerra entre qual sistema é melhor: Sony, Nintendo, Microsoft ou PC. Vi vários posts em fóruns ou comentários de reportagens onde o mais importante não era o em si, mas sim usá-lo como pretexto para provocar outras plataformas. Se apenas crianças ou adolescentes participassem desta discussão, daria para entendê-la. Mas vemos adultos entrando nesta briga com o objetivo de ver quem é o verdadeiro gamer, como se isso fosse definido por uma plataforma. Uma pena que, em meio a tantos lançamentos legais, temos que ver discussões sobre isso em vez de sobre o lançamento em si. Ao menos elas não ofuscaram as novidades, e acabaram ficando em segundo plano, ainda que presentes o suficiente para serem notadas.

EA assassinando a história em Battlefield 1

À parte de quão legal o jogo possa ser, ignorando a questão de gráficos e funcionalidades, algo me chamou muita atenção no anúncio de Battlefield 1, e pelo que vi, alertou outras pessoas também: a enorme mudança da história em relação à Primeira Guerra Mundial. O jogo deveria se passar nesse período, porém, não haverá tropas francesas, nem russas, dois dos países mais envolvidos no conflito. Fazer um jogo na Primeira Guerra sem eles é igual a não fazer um jogo na Primeira Guerra. Não acho que é necessário ser totalmente fiel à história e algumas mudanças para permitir jogabilidade e desafio podem ser necessárias e bem-vindas, mas tirar dois dos principais países do conflito não tem justificativa. Uma pena que um jogo tão promissor e elogiado tenha uma falha gigantesca neste sentido.

Comportamento de Jamie Foxx, Snoop Dogg e Zac Efron

A EA reuniu algumas celebridades para jogarem o demo de Battlefield 1. Segundo vários comentários em sites, três deles pareciam estar chapados. Tiveram inclusive vídeos no Youtube de Snoop Dogg com um cigarro na boca, e Jamie Foxx e Zac Efron supostamente chapados. A evidência seria a maneira como se portaram na entrevista. Independentemente do motivo de como agiram e falaram, ou do que era o cigarro, as celebridades podiam ter agido um pouco melhor e se mostrarem mais interessadas. Teria sido melhor se eles tivessem respondido melhor às perguntas ou aparentassem ter um interesse e conhecimento melhor sobre videogames, em vez de aparentarem estar ali apenas por serem famosos.

Esqueceram do mercado mobile?

Não sei se o problema foi a ausência de cobertura ou a ausência de novidades, mas não vi nada sobre a área de mobile. Mesmo os consoles móveis tiveram pouco ou nenhum destaque. A Nintendo havia anunciado que entraria no segmento, e eu esperava que ela fosse anunciar algo sobre isso nesta E3. Mas apesar dessa área estar em expansão e ser muito importante hoje em dia, não tivemos novidades ou anúncio de novidades neles. Talvez porque os jogos para mobile são frequentemente associados a “Money Diggers” ou “Pay-to-win”, eles muitas vezes ficam de fora das notícias e mundo dos games. Particularmente, adoraria ver melhorias nesta área, inclusive para ajudar a quebrar este estigma que paira sobre o mercado.

FFRK

Poucas novidades no mercado indie

Talvez pelo alto nível de algumas divulgações, os jogos Indie não chamaram muita atenção. Ao contrário do ano passado, onde No Man’s Sky teve um bom destaque, este ano o que mais chamou a atenção foram as grandes produtoras: Nintendo, Sony e Microsoft. Muitas vezes, jogos Indie fazem destaque de repente, sem aviso, por não terem condições de propaganda. Espero que este seja o caso para o próximo ano.